terça-feira, 30 de março de 2010

A PÁSCOA NO MEIO EVANGÉLICO

Páscoa! Festa de ressurreição de Jesus!

Como que por unanimidade, muitos fazem essa declaração...

Infelizmente poucos sabem a verdadeira origem dessa festa. Pois, nem é preciso dizer que por parte dos incrédulos, a ignorância os fazem pensar que a Páscoa é a comemoração da ressurreição do Senhor. É uma ignorância alimentada pela tradição.

Mas que dirão daqueles que crêem no Senhor Jesus Cristo, no sangue precioso que Ele derramou na cruz pelos nossos pecados, e que, portanto se entregaram as suas vidas à Ele?

São a esses a quem este trabalho se destina.

A ORIGEM...

Se fôssemos ver a origem da páscoa, isto é, a verdadeira páscoa, que é bíblica, ela se encontra no livro de Êxodo, capítulo 12, onde o Senhor declara uma série de ordenanças ao seu povo, Israel, para ser lembrada à posteridade, e cumprida. Isto é, a páscoa foi instituída por Deus para Israel. E o significado desta festa se encontra no versículo 12, onde se diz o seguinte:

"Porque naquela noite passarei pela terra do Egito, e ferirei todos os primogênitos na terra do Egito, tanto dos homens como dos animais; e sobre todos os deuses do Egito executarei juízos; eu sou o Senhor".

Tem-se aí portanto, o motivo da páscoa: A morte dos primogênitos dos egípcios, e a execução do juízo de Deus sobre todos os deuses egípcios. E em outras passagens, são reforçadas o sentido da Páscoa:

"Quando, pois, tiverdes entrado na terra que o Senhor vos dará, como tem prometido, guardareis este culto. E quando vossos filhos vos perguntarem:
Que quereis dizer com este culto?

Respondereis: Este é o sacrifício da páscoa do Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriram os Egípcios, e livrou as nossas casas." (Êxodo 12:26,27).

O significado da páscoa também é a da libertação do jugo dos egípcios (Êxodo 12:42): "Esta é uma noite que se deve guardar ao Senhor, porque os tirou da terra do Egito...". Como se vê, o seu significado é bem diverso daquele que o mundo vê: a ressurreição do Senhor Jesus; pois, não existem bases sólidas para tal argumento, visto que a ressurreição foi uma conseqüência da perfeição do Senhor Jesus, uma vez que ele não cometeu nenhum pecado, portanto, não poderia permanecer morto. E também, a garantia da Sua vitória sobre a Morte, fazendo valer assim a Sua promessa de vida eterna, a plena, para todos aqueles que creram e se entregaram a Ele. Mas em nenhuma parte das Escrituras diz que a páscoa é a comemoração da ressurreição do Senhor; nem no Velho, quanto mais no Novo Testamento.

Portanto, ao se tratar de definir um sentido diferente daquilo que Deus estabeleceu para uma festa por Ele ordenado, é o mesmo que estivesse torcendo e distorcendo a Sua Palavra. Sejam quais os motivos apresentados.

E uma das evidências dessa distorção é pelo fato de que a páscoa católica - hoje oficialmente adotada no mundo, inclusive no meio evangélico - jamais deva coincidir com a páscoa judaica. No entanto, isso nem sempre acontece, pois: "O Concílio Eclesiástico de Nicéia (325) reajustou o calendário numa tentativa de evitar a coincidência da Páscoa com o Pessach," (a páscoa judaica)..."o que entretanto vez por outra ainda ocorria" (1). Se apelou inclusive, ao matemático Gauss, para estabelecer uma fórmula simples e prática no cálculo da data da páscoa, visto que todas as festas móveis católicas, dependiam do dia da páscoa (2).

A razão de tudo isso é pelo fato de que o calendário hebraico é lunar, isto é, baseado no ciclo da Lua; enquanto que o calendário dos católicos - o gregoriano - é solar. Trazendo assim complicações no estabelecimento de datas, visto que a páscoa judaica "moveria" dentro do calendário gregoriano, podendo coincidir dessa forma, com a páscoa dos católicos. Principalmente levando em conta de que a páscoa judaica duraria uma semana, tornando mais fácil essa coincidência. E é o que eles não querem. Pois, senão, de outra forma, não teria justificativa, visto que é mais fácil adotar a páscoa dos judeus. Isto é, aparentemente fizeram a questão de não seguir os preceitos bíblicos da páscoa, pois, teriam de respeitar rigorosamente a data, e o motivo da comemoração (e que é bem diferente a da tradição católica, onde a páscoa é a ressurreição, e não a morte do Cordeiro, nem tão pouco era considerado a saída do Egito).

Outra coisa a ser considerada é de que a igreja católica, permitiu a matança dos judeus, nas festas das páscoas, sob uma falsa acusação de que estes usavam o sangue das crianças "cristãs" para a confecção dos pães ázimos (3).

Os pães ázimos - isto é, pães sem fermentos - fazem parte do preceito bíblico para a comemoração da verdadeira páscoa, que é judaica.

Para esse caso, reparamos um odioso anti-semitismo, bem evidente na Idade Média, onde não somente desprezaram os preceitos bíblicos da páscoa, estabelecendo os seus próprios, como também ignoram o sentido dos pães ázimos, dando uma versão pervertida ao povo, que crê cegamente nas suas doutrinas.

O anti-semitismo pode perfeitamente bem explicar todas essa distorções.

PÁSCOA, OU A CEIA DO SENHOR?

O próprio Senhor Jesus, quando instituiu a Ceia do Senhor, se deu no dia da páscoa (Mateus 26:17-19; Marcos 14:12-16; Lucas 22:7-13), e não foi pela Sua ressurreição que le a instituiu, e sim, em memorial a Ele, e anunciando a Sua morte, até que Ele venha a nos buscar (I Coríntios 11:26).

Isto é, a Ceia do Senhor se deu justamente na páscoa porque, a verdadeira páscoa era Ele (I Coríntios 5:7), que estava preparado para morrer pelos nossos pecados - a de ser crucificado. Por isso que foi chamado de Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (João 1:29), porque Ele é o Cordeiro a ser sacrificado, a páscoa, para derramar o Seu sangue pelos nossos pecados; pois, sem tal sacrifício, nenhum homem poderia aproximar de Deus, e entrar em comunhão com Ele, ganhando assim a vida eterna.

Razão pelo qual, uma vez feito tal sacrifício, o único verdadeiro e perfeito, deixaria de ter sentido a páscoa, uma vez que o antigo pacto foi consumado. Foi por essa razão que o Senhor Jesus se reuniu com os seus discípulos, para realizar a última páscoa - a válida - e estabelecer o novo pacto, mais abrangente, e debaixo da graça: a Ceia do Senhor.

Ora, se o irmão pretende celebrar a páscoa, ele deverá seguir à risca os mandamentos que Deus deu a Moisés!

Terá de deixar de participar da Ceia do Senhor periodicamente (geralmente mês a mês), pois, a páscoa só se dá por volta dos meses de março/abril de cada ano. Visto que era celebrada no mês de abibe, no dia 14 por diante, e deverá imolar um cordeiro, e comer por sete dias, pães ázimos e ervas amargas...(Êxodo 12:2-8-15).

Não imolando o cordeiro, mesmo assim, teria de ser com pães ázimos, e já terá transgredido a Lei de Deus!

Mas acontece que a páscoa é um mandamento somente para o povo de Israel, e não para os outros povos, quanto mais para a Igreja de Cristo, pois senão teriam de seguir à risca, todos os preceitos que Deus deu a este povo.

É uma celebração exclusiva do povo de israel, pois nós temos em Êxodo 12:3 o seguinte:

"Falai a toda a congregação de Israel..."

É uma festa que deve ser guardada por todos os filhos de Israel (Êxodo 12:47).

E mais, o estrangeiro não deve comer dela (Êxodo 12:43). Se por acaso, um estrangeiro, um gentil, quiser participar da páscoa, deve ser circuncidado (Êxodo 12:43).

Circuncidará um salvo em Cristo Jesus para participar da páscoa?

É estar debaixo da Lei, e não da graça! E tanto pelo fato de estar debaixo da Lei que, caso um homem, filho de Israel, se não comemorou a páscoa, deve ser extirpado do povo de Deus; em outras palavras, executado (Números 9:13). Era portanto, um mandamento severo, um pacto feito entre Deus e Israel, assim como o mandamento de guardar o sábado. Logo, se nós fossemos comemorar a páscoa, nos colocaríamos ao mesmo pé de igualdade com os adventistas do sétimo dia.

A ORIGEM PAGÃ DA PÁSCOA ATUAL:

A páscoa que se comemora no dia de hoje, não se assemelha nem um pouco com a páscoa bíblica, e que faz parte da Lei que Deus ordenou a Moisés, e que era destinada a todo o Israel. Pelo contrário, essa páscoa que conhecemos é completamente estranha aos preceitos bíblicos, e que se reveste de outros valores sob o disfarce do cristianismo nominal.

Acima de tudo, o seu paganismo que se demonstra em duas evidências:

O ovo e o coelho, são símbolos que vieram dos antigos povos, como os egípcios e os persas, além de outros. Nesse caso, os ovos eram tingidos, e dados aos amigos, e os chineses as usavam nas festas de renovação da natureza (4). E como peças decorativas pagãs, chegaram a nós, proveniente de regiões como a Ucrânia, sob o nome de pessankas (5).

É rica as simbologias pagãs relacionadas com os ovos. Segundo Cirlot, são emblemas da imortalidade, encontrados nos sepulcros pré-históricos da Rússia e da Suécia. E também é usado como escrita hieroglíficas dos egípcios, considerado como o que é potencial, o princípio da geração, o mistério da vida; sendo usado pelos alquimistas. Enfim, o ovo é o símbolo cósmico na maioria das tradições, desde a Índia até aos druidas celtas (6).

Para os egípcios, o deus Re nasceu de um ovo; para os hindus, Brahma surgiu de um ovo de ouro - Hiranyagarbha - e que depois, com a casca, fez o Universo. Para os chineses, P'an Ku, nasceu de um ovo cósmico (7).

Ele é o símbolo de fertilidade, usado como talismã pelos agricultores. E tem diversas superstições ligadas ao seu uso (8).

Na mitologia grega, os gêmeos Castor e Pólux, nasceram de ovos "botados" (pasmem!) por uma mortal, Leda, quando fora seduzida por Zeus, que lhe apareceu sob a forma de um cisne! (9) O ovo era, na verdade, considerado por diversos pagãos, como a origem dos seres humanos (10).

Quanto ao coelho da páscoa, provém da lebre sagrada da deusa Eastra, uma deusa germânica da primavera (11).

Era ela, a lebre, quem que trazia os ovos; e que em outras regiões, como na Westphalia (Alemanha), tal papel era exercido pela "raposa da páscoa"; ou, na Macedônia (Grécia), por "Paschalia" o espírito do dia (12).

Porém, prevaleceu como símbolo da fertilidade, a lebre (ou o coelho), porque já era conhecida como tal durante muitos anos. E, em várias regiões, a lebre era considerada uma divindade. Ela está relacionada com a deusa lunar Hécate na Grécia; e, além da Eastra, tem-se o equivalente que é a deusa Harek dos germanos, que era acompanhada por lebres (13), consideradas como símbolos da fertilidade, devido à grande capacidade de se reproduzir, e, segundo os anglo-saxões, como também os chineses, associada à Primavera(14).

É interessante notar que a lebre (ou o coelho) é considerado como um animal imundo (Deuteronômio 14:7). E que só recentemente é que a páscoa está sendo comemorada como uma festa em homenagem à primavera, em Israel, (ligada portanto, com os ritos da fertilidade) (15). Isto é, já se tem uma contaminação pagã na páscoa judaica, e que outrora era considerada bíblica. E com muita razão:

A páscoa judaica já há muito tempo deixou de ser bíblica visto que não tem mais eficácia, pois, a verdadeira páscoa - o Senhor Jesus - já foi consumado lá na cruz. Por esse motivo é que Deus permitiu a destruição do Templo de Salomão, cerca de 70 d.C., para que fosse impedido a comemoração da páscoa. Pois, tal comemoração, juntamente com outros preceitos, prenderiam os judeus à Lei, ao antigo pacto, e que deixou de ser válido. Além disso, os sacrifícios de holocausto (que fazem parte da Lei), só poderiam ser realizados no Templo, e não em outro lugar.

Tendo isso em conta: de que a própria páscoa, instituída por Deus, deixou de ser válida; quanto mais não seria anti-bíblica a comemoração da páscoa do mundo, cuja procedência é claramente pagã?



CONCLUSÃO:

A páscoa que se comemora atualmente faz parte das chamadas festas cíclicas pagãs, onde se presta grande importância na guarda das datas, dias, meses, etc. E para esse caso, é bom nos lembrarmos da advertência data pelo apóstolo Paulo:

..."agora, porém, que já conheceis a Deus, ou melhor, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais quereis servir?

Guardais dias, e meses, e tempos, e anos"... (Gálatas 4:9-10).

A verdadeira páscoa foi consumada quando o nosso Mestre e Senhor foi crucificado na cruz. Portanto, não tem mais sentido para nós a sua comemoração, visto que não representa sequer o ressurreição de Jesus, e sim, a revitalização de uma festa milenar e pagã de fertilidade.

O nosso alvo é a importância da morte do Senhor Jesus, e devemos nos lembrar disso, até a volta d'Ele, para nos buscar; isto é, devemos lembrar da Sua morte na Ceia do Senhor.

NOTAS:

(1) "PÁSCOA" in Enciclopédia Judaica, v.3, pag.956 (ed.67).
(2) "PÁSCOA" in Enciclopédia Brasileira Globo, v.VIII, sem página.
GAUSS, Karl Friedrich - "um dos grandes expoentes matemáticos de tôda a história" (Barsa, v.6, pag.435, edição de 69).
(3) "PÁSCOA" in Enciclopédia Brasileira Mérito, v.15, pag.45.
Enciclopédia EPB Universal, v.9, pag.2704.
(4) "PÁSCOA" in Enciclopédia Delta Universal, v.11, pag. 6125 (ed.80).
"Páscoa: que significa realmente?" in Jornal da Tarde, 7 de abril de 1982.
(5) "Páscoa Ucraniana" in Shopping News-City News, 28 de março de 1982, pag.9.
"No Brooklin, duas senhoras se preparam para a Páscoa ucraniana" in Gazeta de Santo Amaro, 3 de abril de 1982.
(6) "Ovo" in "Dicionário de Símbolos" de Juan-Eduardo Cirlot, pag. 435.
(7) "Os ovos" in "Homem Mito e Magia" da Ed. Três, v. III, pag.718.
(8) IDEM, ibidem.
(9) IDEM, ibidem.
"LEDA" in Grande Enciclopédia Delta Larousse, v.7, pag.3951 (ed.70).
(10) "Páscoa: que significa realmente?" in Jornal da Tarde, 7 de abril de 1982.
(11) "Os ovos" in "Homem Mito e Magia"...
(12) IDEM, ibidem.
(13) "Lebre" in "Dicionário de Símbolos" de Cirlot, pag. 337.
(14) "Páscoa, comemoração universal" in Shopping News-City News-Jornal da Semana, 26 de março de 1989, pag.43.
(15) "PÁSCOA" in Enciclopédia Universal Gamma, v.8, sem página (ed.84).

Fonte: ANTÔNIO CARLOS FERNANDES

quinta-feira, 18 de março de 2010

LOBO DISFARÇADO DE OVELHA

“Dois homens, aparentemente acima de qualquer suspeita, renderam uma família de classe média, no bairro Itaoca, no momento que se preparavam para pregar a ``Bíblia``.

Ao invés de salvação, rendição. No lugar da paz, armas apontadas para a cabeça e ameaças de morte, de acordo com o Boletim de Ocorrência (B.O.) registrado no 25º Distrito Policial, no bairro Montese.

Conforme a Polícia, os falsos pastores adentraram na residência duplex, na rua Dom Carloto Távora, vestidos com paletós e com bíblias nas mãos, por volta das 7 horas de ontem. A dupla chegou em uma moto e disse para os integrantes da família - evangélica - que faria uma pregação.

Ao serem convidados a entrar na residência, o assalto foi anunciado antes das primeiras palavras do Livro Sagrado. Segundo o relato da família na delegacia, os assaltantes trancaram as vítimas em um banheiro e passaram a revirar tudo que encontraram pela frente. De acordo ainda com a família, eles fugiram com joias e dinheiro.” (Jornal o povo 18/03/2010.)

Eu quero refletir nesta tragédia e explorar alguns conceitos do evangelho pós moderno e do evangelho de Jesus.

A sociedade dos evangélicos dita que para ser evangélico tem que fazer parte de uma instituição (denominação). Obedecer cegamente o líder desta instituição, sem reflexões, sem questionamentos. Em muitos casos para ser identificado como membro desse grupo tem que ter uma vestimenta, ou a maneira de falar, ou a imposição de voz ao orar peculiar ao grupo. Tem que ter experiências comuns.

Basta alguém ir com indumento peculiar ao grupo, falando com jargões sobre experiências que o grupo tem como verdadeira que certamente será bem aceito. Como foram doutrinados, as intenções não são questionadas, há necessidade de ouvir um guru falar de Deus, e trazer o “recado de Deus” para o grupo. E isso é explorado pelos espertalhões, mercadores e mercenários da fé. Agora até por assaltante com armas de fogo.

Eu também sofro com isso, domingo fui levar uma reflexão da palavra a um pequeno grupo em Aquiráz-CE, quando estava para sair minha esposa indagou! Você vai com essa roupa? ( Calça Jeans, camisa pólo e sandália de couro) Respondi sim! Ela falou que eu ia escandalizar alguns e podia barrar o que estávamos propondo. E que o apóstolo Paulo falou que se portai de modo a não causar escândalos. Eu deveria me portar como ele. Então vesti calça, camisa e sapatos social e fui para o calor escaldante, representar a AD e seguir a mesma liturgia. ( Mais foi a última vez, ao invés de discurso vou passar mais tempo lá, conversando, para que ele aprendam por comigo estar. Afinal não quero ser rotulado por nenhum grupo, sou livre para me expressar e para agir conforme minha consciência.)

Outra marca do evangelho pós moderno é que o evangelho do discurso sem prática. E da prática sem o Espírito. E do esforço da retórica para provar que é o tal, que têm a unção. Os líderes deste evangelho são gladiadores televisivos. A cada entrevista mais parece um programa do ratinho onde a baixaria têm proeminência. Negam o nome de Jesus que pregam na prática onde não vemos os frutos do Espírito: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio.

O evangelho de Jesus é da prática, da simplicidade, sem o farisaísmo, sem o saduceísmo Jesus era o cumprimento da lei. Ele ensinou que era pelos frutos que separaria as ovelhas dos lobos. Não era pelo discurso e nem pelos sinais e milagres.

Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” (Mt 7: 16-23)

O nosso desafio é transformar nosso discurso em prática. A grande tarefa nossa como discípulo de Cristo é “fazer Cristo conhecido através de nossa vida”. Esta tarefa requer que vivamos diante de uma ética de vida que sirva de modelo para os outros. Somos luz e sal, devemos nos submeter a Cristo em todas as áreas da vida. Devemos fazer discípulos não pela retórica, não pelo sinais , mas de viver. Como não somos perfeitos, constantemente devemos fazer como Paulo “Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à submissão, para que, depois de pregar a outros, eu mesmo não venha a ficar reprovado”.(ICor 9:27)

“Porque seguimos a Jesus e não a Buda? a Confúcio? a Maomé? ” Sem duvida o seguimos porque Ele é o filho de Deus, comportou - se como o filho de Deus e viveu como filho de Deus etc... Ele vivenciou sua identidade. Ele fez discípulos caminhando com lado a lado com eles. A palavra discípulo, no original significa aluno. Fazer discípulo e acompanhar, instruir e acima de tudo capacitar. Fazer cem mil convertidos, acomodados é diferente de fazer cem mil discípulos com visão do reino e participante da obra. O cristianismo ainda não se expandiu por todo mundo porque fez muitos convertidos e poucos discípulos. Mas segundo Mateus as últimas palavras de Jesus foi: “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. “( Mateus 28: 18-20)

No evangelho atual existe a idéia de uma hierarquia espiritual entre os homens. Tem que convidar alguém de fora com “unção” para trazer umas boas novas. Agora a comunidade de fé não conhece a vida e os frutos daquele que está vindo pregar e nem que tipo de mensagem ele traz. Será ovelha ou lobo? A maioria cobra para trazer seu recado. Mas a bíblia nos adverte: “Ora, vós tendes a unção da parte do Santo, e todos tendes conhecimento... E quanto a vós, a unção que dele recebestes fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como vos ensinou ela, assim nele permanecei.’(I Jo 20; 27)

O Evangelho de Jesus é belo, e de caminhada, e de vida, e de exemplos. Quem quiser seguir outro tipo de evangelho pode está abrindo a porta para lobos devoradores. Ele disse: Eu sou a porta; se alguém entrar a casa; o filho fica entrará e sairá, e achará pastagens. O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o que é mercenário, e não pastor, de quem não são as ovelhas, vendo vir o lobo, deixa as ovelhas e foge; e o lobo as arrebata e dispersa. Ora, o mercenário foge porque é mercenário, e não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. (Jo 9-15) Você conhece a voz de Jesus?

Marcos Avelino – O Marcão

segunda-feira, 15 de março de 2010

MOVIMENTOS TEOLÓGICOS

Durante a história do cristianismo surgiram diversos movimentos com pensar teológico próprio. Muitos influenciaram o momento histórico que estavam enfrentando. Tiveram boa intenção, lutaram por causas justas. Outros eram heresias puramente filosóficas.

Os fariseus surgiram para lutar pela pureza da fé judaica em época de influências externas sobre o povo de Israel. Com o desenrolar dos tempos eles se institucionalizaram, tornaram seletos, desejaram ser um grupo superior e foram paulatinamente perdendo o alvo. Quando Jesus traz a resposta de Deus para sociedade a qual os fariseus estavam inseridos, eles reagiram. Sentiram o seu estatus social ameaçado e a possibilidade de ter seu reino eclesiástico dividido.

No primeiro século o cristianismo enfrentou ataque de diversos movimentos como: gnoticismo; maniqueísmo e neoplatonismo. Períodos em que levantaram os grandes apologistas e polemistas. A igreja episcopal também se institucionalizou, passou de perseguida a perseguidora. Julgava-se seleta, superior as demais. Tornou-se colonialista e exploradora. Quando os reformistas trouxeram uma nova visão para a sociedade religiosa, os religiosos agiram com os reformistas do mesmo modo como os fariseus e os outros grupos agiram com Jesus.

Após a reforma protestante, vários movimentos surgiram dentro da igreja reformada. A igreja vivia um período acadêmico. Em oposição ao acadêmico nasceu o movimento pietista. Em oposição ao pietista nasceu o evangelho social. A cada insatisfação surge um novo movimento. Estes movimentos são estratégias de alguns grupos insatisfeitos para que a igreja não caia no mesmo erro dos fariseus e da igreja pré reforma. A saturação destes movimentos levou o evangelho a perder o crédito na sociedade e a igreja entrar em crise.

A partir dos anos sessenta começou a se desenvolver na sociedade a idéia de explorar a vontade do homem, o individualismo, o desejo do “ter e do ser”, o hedonismo e a vontade de possuir os valores da sociedade secular. Estas idéias foram entrando sorrateiramente na igreja e hoje é uma bandeira de grande número de denominações. Tais idéias encontram espaço numa igreja que está fazendo qualquer negócio para conter o êxodo dos fiéis e juntar as cascas de algumas denominações que estão falidas.

A grande questão hoje é o apóio as modas teológicas para benefício próprio ou da organização que se faz parte, ou posicionar contra este sistema tendo que passar por opressão dos religiosos. Como ter coragem de ir na contramão a esse sistema se o sucesso dos ministérios são avaliados pragmaticamente?

Como os movimentos eclesiásticos nascem e aos poucos tomam conta da igreja? Como surgem líderes com uma pregação bíblica e depois chegam ao ponto de defender heresias? Como alguns dizem que é possível chegar ao céu sem cruz e pregam um evangelho voltado para interesse humano e alvos egoístas?

A resposta certamente seria que a igreja atual está experimentando “a síndrome do sapo escaldado”. A igreja de maneira geral é levada sutilmente pela moda imposta a sociedade religiosa. O novo conceito de cristianismo está causando sorrateiramente transformações sociais e inversão de valores na igreja. Vejamos algumas destas inversões.

Comunidade por individualismo

a) Na igreja. Não há relacionamento pessoal e nem preocupação com as pessoas. Há uma crise nos relacionamentos, não há preocupação com a vida e com a caminhada de fé. Os membros são apenas membros, um número na estatística. A igreja deixou de ser participativa, e individualmente cada um procura sua prosperidade, sua benção, sua experiência pessoal.

b) Na liderança. Existe uma relação funcional e não pessoal com a igreja. Falta tempo para as pessoas. Individualistas estão em busca de conquistas pessoais.

Essencial pelo consumismo

a) Na igreja. Promessas de uma vida confortável e “feliz”. Propaganda em rádios, televisão. O evangelho é produto de consumo que vem em embalagem a gosto do consumidor. A igreja virou pragmática com visão estatística.

b) na liderança. São gerentes, empreendedores e realizadores. Pastor executivo e agente de marketing. Com regalias de um empresário bem sucedido, tem muitos auxiliares. Sua maior preocupação e como vender o produto ( o evangelho), sem perder sua fatia no mercado.

Acredito que a administração eclesiástica para voltar a ser bíblica tem que ser voltada para os relacionamentos. Esta deverá ser a administração predominante no terceiro milênio pois o existencialismo e o individualismo gera solidão e vazio por falta de relacionamento verdadeiro.

Precisamos de estratégias administrativas que tenham teologia e espiritualidade, conhecimento e amor. Nossas estratégias devem buscar um envolvimento integral com pessoas e com a vida e resgatar a noção de comunidade dentro da igreja. Quando a igreja deixa de ser comunidade participativa perde sua identidade como “ekklesia”do Senhor.

Marcos Avelino – O Marcão.

domingo, 14 de março de 2010

DITADURA FRIA (Parte 1)

Durante o governo de João Goulart (1961-1964) A UNE e as Ligas camponesas foram fortalecidas. Isso levou a elite dominante, igreja e classe média se oporem a esse movimento por medo do comunismo. Com apoio dos EUA em 31/03/64 houve o golpe militar e a implantação da ditadura militar que durou de 1964 a 1985. Durante este período teve uso da repressão, investigação através do SNI, prisão, tortura e perseguição a cultura. Houve censura a imprensa, a músicas, as artes em geral. Tudo que julgavam ofender o regime tinha que ser abolido.

Durante o nazismus na Alemanha, houve censura, invasões as bibliotecas das universidades e queima de livros que julgavam nocivo ao regime. Adolf Hitler levou a Alemanha de tantos filósofos e pensadores a apoiar uma guerra e o genocídio dos Judeus.

Na atualidade existe uma ditadura sendo imposta e que já determinou as leis sociais, leis religiosas, delimitou a cultura. Como na ditadura militar ele tem o apoio da elite dominante, igreja e classe média. Faz uso dos meios de comunicações, da propaganda comercial e da libertinagem. Ela não sofre oposição nem resistência. Em lugar de fazer uso da repressão, tortura e controlar as pessoas pelo medo e pela dor, ela controla as pessoas pelo o prazer. Não é preciso censura de imprensa, pois são poucos ou que sentirão vontade de ler e de se aprofundar. O impregnar de informações a tornaram irrelevantes. O repassar de notícias de corrupção, de tragédias, do ruim, acostumaram à alma a petrificação e a tornaram insensíveis as causas sociais. Cada um tem seu mundo em particular, sua vida privada blindada. Onde estão os jovens idealistas que protestavam contra a ditadura, que faziam barricadas e que questionavam o sistema? Estão nos shoppings procurando pertences de grife para provar que podem realizar os sonhos de consumo ou estão fazendo alguma atividade individualista prazerosa que possa ter seu desejo glorificado sem pensar no coletivo.

O que aconteceu com o planeta? Porque uma mudança de visão tão grande? A alma está vazia de sonhos e ideal. Não há causas para defender. Para influenciar esta geração imediatista, egoísta e hedonista a ter um ideal para defender é preciso ensiná-la a pensar comunitariamente.

Os evangélicos esperavam perseguições, fechamento de igrejas, prisão de líderes. No lugar da perseguição vem a provação da fé, do amor a Deus e sua palavra. No lugar de fechamento, há uma liberdade e abres-se “igrejas” em cada esquina. Esperavam proibição da pregação baseada nos princípios bíblicos, mas não é necessário, pois a verdade bíblica tornou-se irrelevante até nos meios dos evangélicos. Os líderes levado a um alto monte, vêem as riquezas e gloria do mundo, e começam a pregar o que está na moda e dar retorno. Importa é que a eles sejam dado um pouco desse reino, um pouco dessa glória.

Todas estas transformações sociais foram influenciadas por três grandes cosmovisões: A modernidade; A modernidade tardia; e a pós modernidade. Tentarei descrever nas próximas postagens como cada visão influenciou a maneira de pensar de várias gerações.

Marcos Avelino – O Marcão 14/03/2010

sábado, 13 de março de 2010

LEVAI AS CARGAR UNS DOS OUTROS

WMP_by_Siristhius

- Escute a pregação do Pr. Mauro Clarck

Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.
Gálatas 6.2
Logo vemos que faz parte da vida levar cargas. (gr. barh baros = algo pesado, carga).
Não preciso gastar tempo provando isso. Cada conhece POR SÍ essa dura realidade.
Ou alguém aqui não leva carga alguma?
No mundo, esse fato soa apenas como mais uma imposição da vida e nada mais.
O homem natural dá de ombros e diz pois é, cada um tem seus problemas, fazer o que?
E simplesmente SE ACOSTUMA em ver o outro sofrendo sem fazer nada.

O pior é que muitos vão além: procuram TIRAR de sobre si as cargas que puderem e colocar sobre os ombros dos outros.
Ou de maneira desonesta, fugindo de alguma responsabilidade, ou por abuso.
No trabalho, o astuto joga o seu trabalho para o colega tímido, que nunca diz não.
Mas nós crentes não somos do mundo e não podemos reagir como eles, jogando carga sobre os outros e nem mesmo simplesmente dando de ombros.
A orientação que temos é bem diferente: levai as cargas uns dos outros.
E o que seria exatamente essa carga que devemos uns levar dos outros?
Se houver relação com o versículo anterior (Gl 6.1), refere-se a alguma consequência de uma falta, um pecado, um tropeço espiritual do outro.
Jesus falou do sentimento terrível de culpa e amargura que pesa sobre o coração, depois de pecarmos. – Lc 21.34
Como podemos carregar esse tipo de carga para o irmão? Animando-o a confessar e depois lembrando que está perdoado, apoiando-o.
Paulo fez isso com o irmão que pecou (talvez afronta à autoridade apostólica): 2Co 2.5-8
Mas, como vimos, a palavra no grego é geral e cabe muitos tipos de carga, de peso.
Algumas sugestões de como podemos levar as cargas dos outros:
* Rm 12.15: chorando com os que choram, consolando-os, dando ombro amigo
* 1Ts 5.14: exortando os insubmissos (como Paulo fez com Pedro – G 2.11)
* 1Ts 5.14: animando os desanimados
* Fp 4.14-16: ajudando financeiramente
* At 18.24-26: ensinando quando necessário
* Mt 8.14: aliviando as enfermidades
* Ap 2.24-25: ajudando a obedecer as ordens de Jesus, que Ele mesmo chamou de carga!
Não uma carga indesejável, ou impossível de levar, ou que maltrata.
Ao contrário: a carga de Cristo é leve de suportar: Mt 11.28-30; 1Jo 5.3
Mas não deixa de ser carga, por causa da nossa carne que tende a desobedecer.
Portanto, temos de lutar e toda luta é um peso.
Fique sempre alerta para ajudar um irmão a obedecer a Cristo.
- O menino de 8 anos que incentiva o irmão de 5 a orar na hora de dormir, age assim.
- O irmão que incentiva o outro a dar o dízimo, está agindo assim.
Duas observações:
1) Alguns crentes não permitem que irmãos levem a sua carga. Aliás, nem admitem que estão carregando peso. Isso parece bonito. Mas não é. Pode ser orgulho.
Do jeito que faz parte da vida cristã levar a carga do outro, também faz parte deixar levar!
2) Para que possamos levar as cargas dos outros, temos de ter INTERESSE por eles.
Às vezes nosso interesse é tão “grande” que perguntamos “como vai” e antes do irmão abrir a boca, já dispensamos a resposta: tudo jóia, né?”.
As formigas alteram a rota quando vêem uma morta ou em situação diferente.
Sua rotina se altera quando vê um irmão precisando de ajuda?
Termino lembrando duas coisas:
1) Quem ajuda a levar as cargas dos outros, cumpre a lei de Cristo, ou seja, é extremamente importante para Ele que façamos assim.
2) Ele não espera isso de nós, mas fez assim para conosco: Is 53.4; Rm 15.1-3
Que Deus nos ajude a sermos peritos em levar as cargas uns dos outros.
Amém

quinta-feira, 11 de março de 2010

EVANGELISMO SEGUNDO JESUS

Graça e a paz do nosso Senhor Jesus a todos os irmãos...

De antemão peço aos leitores que não interrompam a leitura desse texto por qualquer conceito prematuramente formado, talvez os amados nunca tenham lido um ponto de vista como este, pelo menos não vindo de alguém tão próximo. Mas lhes garanto que todo ponto de vista, é visto de um ponto. Mas se há, aqui, alguma equivalência com o coração do Senhor Jesus, O peço que isso seja guardado no coração dos amados irmão. No mais, boa leitura e que os irmãos não ignoreis as referências bíblicas aqui citadas.

Evangelismo é um tema relativamente citado em nosso meio, e que de tempo em tempo uma “unção desesperada por almas” sentimentaliza no coração da igreja um impulso culposo que a leva a um evangelismo não sustentável, pois é de pouca duração. Por favor, não me interpretem mal, o que estou questionando é a natureza desse desejo e não a ação em si. Se, é o fruto de uma crise financeira que empurra a igreja á busca de novos congregados – que é equivalente a patrocinadores? Ou se é gerado no intimo da alma humana pelo próprio Espírito de Deus, que ama sem interesses. Nos tempos dos discípulos também havia outras más influencias que fazia alguns evangelizar (Fl 1:15-18), e Paulo até permitia que outras motivações fizessem Cristo conhecido. O problema é que a verdadeira intenção do nosso evangelismo e atos deve ser frutos de amor ( ICo 13:1..). E uma má motivação não tem referencias na vida de Jesus ou dos seus discípulos.

Estudando o ministério padrão, que é do Senhor Jesus, o que vemos é a verdadeira manifestação da misericórdia, expressa na forma de curas, aceitação do excluído e de perdão de pecados. Jesus não buscava adeptos para fortalecer Sua “religião” e nem números para dá ibope ao seu ministério. Ele buscava filhos para se relacionarem em atos de amor. O interesse do Senhor era o de curar o homem na totalidade de males que o destruía. Cristo não tinha o “rabo-preso” a nenhuma autoridade religiosa, mas o Senhor falava a verdade de Deus, doa a quem doer e que Seu Pai o tinha enviado para libertar os homens das algemas do diabo e do autoritarismo de homens que ostentavam o domínio sobre o seu próximo. Ao contrário do antigo testamento que aperfeiçoava o homem a uma vida voltada para as exterioridades do ser, Jesus instalou a doutrina da consciência desenvolvida, onde a atuação do Espírito Santo no homem é no seu interior. O que mais o Senhor ensinou em Seus sermões foi à responsabilidade pessoal que todos temos com nossas almas para a curarem; motivou os homens a olharem para dentro de si, e buscassem a verdade de seu ser humano; e a cura para suas mazelas da personalidade com o fim de nosso elo com o Pai, perdido na queda, fosse restaurada através da aceitação do testemunho Jesus.

O que o Senhor desejou produzir no coração humano foi uma consciência responsavelmente madura. O plano de Jesus era libertar o homem da tutela da lei mosaica, o “aio” obsoletado não servia mais para guiar o homem, pois “o meu justo vivera pela fé”. Jesus estava preparando o homem para a liberdade no Espírito que Sua verdade iria produzir (Jo 8:32). E a um grau de intimidade tão elevado que no âmago humano nossa consciência nos permitiria chamarmos: Aba, Pai (Rm 8:15). Jesus veio dá vida ao casamento falido do homem com Deus. O contato da criatura com seu Criador seria alicerçados na intimidade e não na fechada, Jesus não nos quer meninos na fé para sempre. Mas Seu desejo é que cresçamos (ICo 13:11 ; IPe 2:2).

Vivendo o evangelho com a vida abundante que o Senhor nos proporcionou, poderíamos evangelizar sem crises existenciais; com verdade e com a vida; pois seriamos a própria palavra de Jesus escrita em nossos corações (IICo3:2), sem performance, sem auto-confiança, sem barganhas a fazer. O pecador nos veria transformados, sem um olhar condenatório, sem interesses financeiros e não terias argumentos para resistir à verdade de Jesus aplicada em nossas vidas. Um pecador remido testemunhando a um pecador em busca da redenção. Jesus acreditou que o evangelho seria transmitido através de uma vida incendiada pela chama do Espírito ardendo no coração; que a luz que brilha em nós, conduzisse outros a adquirirem a mesma luz; que o nosso ser sal, gerasse outros sais. Jesus nunca desejou que homens usassem a fé para dominar outros homens; que líderes religiosos usassem a bíblia e a manipulassem para que mediante o terrorismo ao medo do inferno, criassem um exercito de marionetes débeis mentais incapazes de terem suas próprias opiniões, aprisionadas até a alma aos caprichos presunçosos de um narcisista mesquinho. Jesus desejou que entendêssemos que a graça é de graça e que deveríamos anunciá-la de graça. E que a liberdade do ser no Espírito Santo é algo inegociável (Gl 5:1).

O evangelho gera um rio de vida inesgotável que não pode ser represado e que não depende de bens materiais, mas unicamente do Espírito que habita em nós. O Mestre lutou para que não sejamos alienados a respeitos dos assuntos dEle (Jo 15:15). Só então depois de termos esse encontro vivo com Jesus, que libertou nossa alma e curou nossas patologias espirituais, poderíamos com propriedade falarmos de um evangelho que transforma.

Que fique com vocês os meus sinceros desejos que a reflexão a respeito do Evangelismo Segundo Jesus, adubem as vossas raízes para as aprofundarem e os nutrir-los para a produção de frutos de uma alma achada em Jesus; e que uma fé forte e longínqua brote entre as fendas de uma mente inconscientemente “religiosa”.

Estou à disposição para qualquer, eventual esclarecimento.

Tiago Terto

quarta-feira, 10 de março de 2010

CONGREGAR

Faz tempo que não escrevo nada. Aliás faz tempo que não tenho feito nada além de procurar mudar e justificar erros do passado que outros fizeram e que estão obscurecendo o futuro de muitos. Embora sendo pago para isso, me sinto preso no castelo D’if, sem poder se dedicar a família, sem atuar na comunidade de fé, sem possibilidade de reciclagem profissional e com uma tremenda solidão na alma por não poder desfrutar das coisas belas que Deus criou. Adaptando os versos de Florbela poderia dizer: ”Neste triste Castelo onde moro. Noites e dias oro e grito e choro. E ninguém ouve... ninguém vê... ninguém.” Mas Deus ouviu minha oração, eu vi o chão rachar e um padre me veio visitar algumas noites... e trocamos algumas idéias.

Esta semana um AMIGO me ligou três vezes querendo um tempo para conversar comigo. Então pedi para ele vir me apanhar na porta do D’if a noite. No caminho para casa ele falou que estava preocupado comigo, e com a minha reputação porque eu sou referência para muita gente e estava sem congregar. Pedi para explicar o que estava acontecendo. Ele falou que foi a uma festa de aniversário e lá tinha pessoas comentando que não entendia o que estava acontecendo comigo. Eu deixei a congregação que freqüentava e estava sem congregar. Então resolvi com incentivo do meu AMIGO padre escrever sobre o congregar.

Congregar do grego aunagv è reunir, ajuntar. Este termo se tornou sacro no pseudo-cristianismo atual por várias razões que explicarei no decorrer deste texto. A bíblia usa este termo tanto no sentido de se reunir a favor do povo de Deus, como contra o povo de Deus.

Exemplo do termo usado contra o povo de Deus.

Ap 16

14 Pois são espíritos de demônios, que operam sinais; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso.

16 E eles os congregaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom.

I Sm 17

1 Ora, os filisteus ajuntaram as suas forças para a guerra e congregaram-se em Socó, que pertence a Judá, e acamparam entre Socó e Azeca, em Efes-Damim.

Mt 28

12 E congregados eles com os anciãos e tendo consultado entre si, deram muito dinheiro aos soldados,

Exemplo do termo usado a favor do povo de Deus.

Jo 11

52 e não somente pela nação, mas também para congregar num só corpo os filhos de Deus que estão dispersos.

I Co 5

4 Em nome de nosso Senhor Jesus, congregados vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor Jesus,

I Co 14

26 Que fazer, pois, irmãos? Quando vos congregais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.

A raiz da questão está no cerne do congregar. Este reunir deve ser motivado por aquilo que acredito, defendo e que brota do fundo da alma como verdade. Que reflete no amor e entusiasmo que tenho pela causa e pelo preço que estou disposto a pagar por esta causa.

Portanto, se acredito que a essência do congregar não defende os princípios perenes de Deus, que são visões meramente humanas ou religiosas, ou se o meu coração não está nesta causa, não têm sentido o congregar. “Sai dela povo meu...”

Congregar está além de freqüentar uma igreja institucional. (Denominação). Esta além de freqüentar cultos duas ou três vezes na semana. Você pode estar junto de um aglomerado de crentes no mesmo lugar e não está congregando. Congregar é ter unidade, e ter metas comuns. É adorar a Deus em um só Espírito. Eu posso reunir com meus irmãos na casa de um deles e lá estarmos congregando pela causa de Cristo e depois irmos todos para igreja e ao chegarmos lá não estarmos congregando. É apenas um ajuntamento de pessoas com causas diversas, ouvindo alguém se esforçando para levar a congregar para causa da denominação, que muitas vezes não é a causa de Deus.

Deixei a instituição religiosa em que era membro-pastor por acreditar que a visão da igreja não era a visão de Deus, portanto não teria sentido congregar por uma causa que o meu coração não estava nela. A fé vem por ouvir e ouvir a palavra de Deus. Acredito que vídeo de pensamento positivo, cheio de ensinamentos nocivos ao cristianismo jamais vai substituir o lugar da palavra em gerar fé verdadeira.

Quando fui ajudar a implantar a igrejinha (do comentário do aniversário) perto da minha casa a razão foi à mesma, no início fiquei por pena, pois no meu segundo dia vi o presbítero (pastor presidente) humilhar o diácono que ele mesmo separou (Pastor local). Os adjetivos não queiram nem saber qual... Houve ruptura e tentei ajudar o pastor local que agora estava sozinho. Depois por visão e questão doutrinária, que na minha visão bíblica é muito prejudicial ao cristianismo não estava congregando do mesmo princípio.

Não é por qualquer diferença de opinião que devemos deixar de nos congregar. Tenho uma AMIGA, que amo muiiiiiiiiiiiiiito, temos muitas divergências de opinião, às vezes eu fico chateado, às vezes ela fica, mais congregamos para o mesmo princípio. Vejo Cristo refletir na vida dela e como ela procura ser fiel a Deus.

Os AMIGOS em maiúsculo são aqueles que somos mais chegados, que tem liberdade de dizer que estamos errados, que questiona nossos conceitos, que nos repreende quando fazemos coisas erradas, que nos ajuda a identificar e corrigir falhas no nosso caráter, afinal ninguém é perfeito. Enfim são os que congregam para as mesmas causas.

Se compartilharmos das mesmas visões e estamos unidos no amor de Cristo, com e sinceridade com cada irmão, então somos uma congregação, independente da denominação – afinal não sei prá que precisamos das denominações! Não devemos deixar de nos congregar!

Hb 10

25 não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.

O Escritor aos Hebreus fala que no congregar temos que admoestar uns aos outros. Quem aceita ser admoestado por outro irmão hoje? Principalmente no neo-pentecostalismo onde cada líder julga ter uma infabilidade papal e cada profeta quer apenas dar o seu recado e nunca receber. Onde o orgulho, a arrogância, o pragmatismo e o materialismo imperam não pode ter congregação! Portanto, ainda podemos congregar com os AMIGOS e entendemos pelas escrituras que vai se aproximando aquele dia.

Hoje o têm que congregar faz parte de um grupo da elite religiosa que está interessado em ter seus mega templos lotados e assim tirar mais do povo de Deus.

Um abraço para vocês amados em Cristo Jesus - Marcos Avelino – O Marcão 27/02/2010