segunda-feira, 29 de julho de 2013

AS CONTRIBUIÇÕES NA NOVA ALIANÇA

Como apreendemos na postagem anterior, o Novo Testamento não dá base bíblica para se continuar cobrando o dízimo. Não vemos nenhuma referência a uma contribuição obrigatória e fixa, mas a ofertas voluntárias como veremos mais detalhado nesta postagem.

POR QUE DEVEMOS CONTRIBUIR

Tudo que temos vem de Deus. Que conseguimos com trabalho, quer herdamos, tudo procede de Deus. Foi Ele que nos abençoou com habilidade ou chance para conseguirmos bens nesta vida. Se tudo procede Dele, Ele na sua soberania nos deu a oportunidade de sermos mordomos do que Ele colocou a nossa disposição, e como agradecimento devemos devolver um pouco destas dádivas para sermos instrumentos de  sua vontade. Qual a sua vontade? E como é que Deus recebe alguma coisa do homem? Será dando para uma Instituição Religiosa? Será dando aos pobres e necessitados? Este é o assunto desta postagem. 

AS CONTRIBUIÇÕES NO NOVO TESTAMENTO

Aprendemos nas postagens anteriores que o dizimar foi parte da adoração de Israel na velha Aliança, e que não tem nenhuma obrigação prática sobre os crentes da Nova Aliança. O que o Novo Testamento realmente ensina sobre o dar das nossas rendas a Deus?  Qual é a revelada vontade de Deus para o contribuirmos em nossos dias nas Escrituras do Novo Testamento? Iremos nesta postagem examinarmos a vontade de Deus para o contribuir do cristão. A maior parte desta postagem foi extraída da tradução do texto em inglês de Brian Anderson , Milpitas Bible Fellowship, traduzido por Hélio Menezes da Silva, membro da  Igreja Batista Regular Emanuel da Paraíba. O endereço eletrônico do texto no original encontra-se na fonte de pesquisa.

O quanto contribuir?

Aprendemos em postagens anteriores que o dízimo não é padrão de contribuição para os crentes na Nova Aliança. Como então determinarmos quanto os verdadeiros cristãos devem contribuir? Examinemos três diferentes textos, para que possamos ter entendimento sobre este importante assunto.

1 Coríntios 16:1-2: "1 ¶ Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. 2 No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar."

No texto acima, o apóstolo Paulo dá direções à igreja de Corinto: é em proporção ao quanto cada um tem prosperado que eles devem dar na coleta para os santos em Jerusalém, os quais estão em grande pobreza e passando por enormes aflições. Embora não exista nenhuma menção dos santos em Corinto darem um dízimo ou qualquer outra percentagem imposta, eles são instruídos a darem proporcionalmente à sua prosperidade. O ponto em foco é simples -- aqueles com mais dinheiro dêem mais, aqueles com menos dinheiro, podem dar menos. Nada mais claro nem mais simples.

Atos 11:27-30: "... 29 E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. ..."

Note, na narrativa, que foi proporcionalmente aos seus recursos que os irmãos em Antioquia contribuíam para os irmãos que sofriam na Judéia. Em outras palavras, deram de acordo com suas capacidades.

2 Coríntios 9:7: "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."

Aqui, Paulo dá direções à igreja, para que deem aquilo que têm proposto em seus corações. Note que o apóstolo não lhes diz quanto dar, nem lhes impõe uma percentagem fixa como padrão. Ele simplesmente lhes diz que, o que quer que tenham decidido, devem ir em frente e contribuir. Paulo ensina que devemos ser fiéis em fazer o bem segundo o que já tínhamos proposto em nosso coração. Mas note igualmente que o apóstolo Paulo deixa o valor a critério dos Coríntios. Não devemos permitir que outras pessoas indevidamente nos manipulem ou nos intimidem psicologicamente ou de qualquer outra forma, levando-nos a dar por um sentimento de culpa, pressão ou ameaça. O valor tem que ser nossa própria decisão.

Estes textos do Novo Testamento nos ensinam que Deus deixa decidirmos sobre o valor das nossas contribuições. Devemos dar em proporção aos nossos meios e a como Deus nos tem prosperado; ...  mas, ao final, somos livres para darmos aquilo que temos o desejo de dar. À medida que o tempo passa, as instituições religiosas criam táticas, rituais  e  campanhas pressionado a dar mais e mais. Permita-me submeter-lhe que tudo isto corre em direção contrária aos ensinos do Apóstolo em 2Co 9:7 (ver acima). A vontade de Deus é que, quando vemos uma necessidade, oremos ferventemente por direção sobre como podemos satisfazer aquela necessidade. Então, com base na nossa situação financeira, contribuamos com um coração prazeroso e alegre. 

O propósito do nosso contribuir

A quais tipos de necessidades devemos usar nosso dinheiro para satisfazer? Será que o Novo Testamento nos dá alguma luz sobre este importante assunto? As Escrituras são muito claras nesta área. O Novo Testamento ensina que há três propósitos para nosso contribuir:

1. Satisfazer as necessidades dos santos:

Este tema é como um fio que vai através de toda a Escritura. Consideremos alguns textos:

Atos 2:44-45 "44 E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. 45 E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister." O espírito de amor e generosidade era tão grande, na igreja primitiva, que os crentes, de própria vontade e alegremente, abriram mão de suas próprias propriedades e possessões, para ministrarem às necessidades dos outros santos. Eles chegaram mesmo ao ponto de vender suas terras e casas para tomarem conta um do outro (Atos 4:34).

1 João 3:17"Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?"

Gálatas 6:9-10 "9 E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. 10 Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé." Embora o "façamos bem"  não seja claramente definido, seguramente incluiria o contribuirr para satisfazer as necessidades dos domésticos da fé.

Em adição a estes claros textos, lemos também, em Mt 25:31-40, que, quando Cristo voltar, separará as ovelhas dos bodes. As ovelhas são descritas como aqueles que alimentaram Cristo quando ele estava faminto, deram-lhe de beber quando estava sedento, vestiram-no quando estava nu. Quando as ovelhas replicam: "Senhor, quando ... e te demos de comer?  ... e te demos de beber? 38 ... e te hospedamos?  ... e te vestimos? 39  ... e fomos ver-te?"  Cristo responde " Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes." Aqui, Jesus nos diz claramente que quando usamos nosso dinheiro para vestir e alimentar os irmãos de Cristo (crentes, de acordo com Mt 12:50 "... qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe."), estamos ministrando a ele. Ademais, 1Tm 5:16 "... para que se possam sustentar as que deveras são viúvas." dá instruções sobre como a igreja deve sustentar viúvas desvalidas. Ainda mais, temos visto, nos textos já citados, as muitas exortações do apóstolo Paulo para contribuir para os santos pobres em Jerusalém. Portanto, é bastante claro que uma das prioridades do contribuir no Novo Testamento é satisfazer as necessidades dos santos. VOCÊ VER ALGUMA DENOMINAÇÃO FAZENDO ISSO ATUALMENTE?

2. Satisfazer as necessidades dos obreiros cristãos:

Além de usarmos nosso dinheiro para satisfazer as necessidades dos nossos irmãos e irmãs em Cristo, as Escrituras também nos levam a usar nosso dinheiro para sustentar os que trabalham na obra do Senhor. Consideremos as seguintes passagens:

1 Timóteo 5:17-18: "17 ¶ Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; 18 Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário."

Neste texto, "honra" tem que significar mais que meras estima e respeito, pois, no verso 3 do mesmo capítulo, Paulo manda a Timóteo "Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas." Honrar estas viúvas é prover para elas (v. 8) e assisti-las (v. 16). Portanto, quando Paulo menciona "honrar" os anciãos que trabalham duramente na pregação e ensino da Palavra, imediatamente depois que ele mencionou honrar as viúvas, Paulo tem que ter a mesma coisa em mente -- prover e assistir aos presbíteros financeiramente, de modo que possam se dedicar ao trabalho de labutarem na Palavra. Um presbítero que ensina é como um boi que deve ser permitido comer enquanto está debulhando. Em outras palavras, deve ser sustentado e cuidado enquanto está trabalhando com todo esforço. Ele também é como um operário, o qual é digno de seu salário. A uniforme prática apostólica do Novo Testamento foi a de apontar presbítero para superintenderem as igrejas que os apóstolos plantavam. Paulo simplesmente está dirigindo as igrejas a proverem e assistirem financeiramente estes anciãos, de modo que possam dar seu tempo à tarefa de ministrarem ao rebanho.

1 Coríntios 9:6-14 "6 Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? 7 Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado? 8 Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? 9 Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois? 10 Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante. 11 Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais? 12 Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo. 13 Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar? 14 Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho."

Nesta passagem Paulo está clamando que os apóstolos tinham todo o direito de abster-se de viverem de trabalhos seculares e todo o direito de receberem o sustento material daqueles a quem serviam. De fato, Paulo assevera que o Senhor mandou àqueles que proclamam o evangelho que obtenham seu viver do evangelho.  Certo dia, sintonizei uma FM gospel de Fortaleza, onde moro. Era um debate, e o pastor presidente de uma grande denominação da AD, proprietário da rádio, criticava severamente o sistema de arrecadar das outras denominações. E por fim Ele revelou que não era diferente. Falou que o dízimo é sagrado ( todos é obrigado a devolver) e que pastor na sua igreja não recebe ajuda financeira, tem que trabalhar.

Filipenses 4:15-18 "15 E bem sabeis também, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente; 16 Porque também uma e outra vez me mandastes o necessário a Tessalônica. 17 Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta. 18 Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus."

Neste texto o apóstolo declara expressamente que a contribuição que os filipenses lhe haviam enviado foi um fragrante aroma, um sacrifício aceitável, e foi agradável a Deus. O próprio Deus nos tem dado sua aprovação para usarmos nosso dinheiro para sustento de fiéis obreiros cristãos. Portanto, é importante que o povo de Deus utilize seus recursos financeiros para sustentar obreiros cristãos, quer sejam anciãos de uma igreja local, ou evangelistas itinerantes, ou missionários.

3. Satisfazer as necessidades dos pobres:

Em adição ao uso do nosso dinheiro para satisfazer às necessidades dos santos e dos obreiros cristãos, as Escrituras também nos mandam usar nosso dinheiro na satisfação das necessidades dos pobres. Considere os seguintes textos:

Lucas 12:33-34 "33 Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. 34 Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração."

Efésios 4:28 "Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade."

Aqui a pessoa que sofre a necessidade não é identificada como crente, mas presumivelmente pode ser qualquer um padecendo privação.

Tiago 1:27 "A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo."

Visitar órfãos e viúvas em suas necessidades tem que significar mais que fazer-lhes uma mera visitinha social. Está implícita, na declaração, a idéia de ajudar estes órfãos e viúvas, o que, sem dúvidas, requereria ofertar sacrificialmente.

Como temos visto, podemos desta maneira sumariar o ensino do Novo Testamento sobre o propósito do contribuir --

[a] satisfazer as necessidades dos santos,

[b] satisfazer as necessidades dos obreiros cristãos, e

[c] satisfazer as necessidades dos pobres.

Note que o ofertar, no Novo Testamento, é sempre para satisfazer as necessidades das pessoas, não da instituição. É interessante que aquela coisa na qual a igreja brasileira gasta a maior parte do seu dinheiro, com shows, televisão com programação secular e algumas vezes até anticristão, mansões, jatinho, Mega Templo etc... de modo algum mencionada no Novo Testamento. A igreja primitiva não se reunia em prédios especiais. Eles se reuniam em casas. Assim, não havia despesa "que não fosse diretamente com o evangelho e com pessoas" tal despesa, só faria drenar a energia e as finanças da igreja. Desta maneira, todas as ofertas do povo de Deus podiam ir diretamente para satisfazer as necessidades de pessoas.

Incidentalmente, não há nas Escrituras nada de que eu tenha conhecimento e que exija que todo nosso ofertar ao Senhor tem que ser primeiramente entregue aos líderes da igreja, e depois distribuídos por eles conforme eles o prefiram. De fato, creio que algumas das nossas contribuições devem ser feitas diretamente de pessoa para pessoa, para preservarmos o anonimato (Mt 6:1-4

Como devemos ofertar

Além de nos iluminar sobre o valor total e sobre o propósito do nosso contribuir, as Escrituras nos ensinam diversas coisas sobre como devemos contribuir.

1. Devemos ser anônimo ao contribuir

Em Mateus 6:1-4 1 ¶ Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. 2 Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. 3 Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; 4 Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.

Jesus nos ensina a ofertar em segredo, para que aquele que vê em segredo nos recompense. Este tipo de ofertar é preferível pois protege o ofertador de orgulho espiritual. Quando você quiser dar uma oferta a alguém, procure maneiras de satisfazer a necessidade que você percebeu, sem que o beneficiário jamais saiba quem deu o dinheiro. Hoje nas instituições religiosas o "dízimo", obrigatório, percentual fixo tem seu envelope onde você declara o valor e todos sabem o quanto você contribuiu.

2. Nossa contribuição deve ser voluntária

2 Coríntios 8:3-4 diz "3 Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. 4 Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos."

Somos aqui ensinados que as igrejas da Macedônia deram de suas próprias vontades. Ninguém os estava manipulando emocional e psicologicamente.. Em 2Cor 9:7 Paulo diz "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria." Se não devemos contribuir com tristeza ou sob compulsão externa, então devemos contribuir voluntariamente de ânimo pronto, com prazer e alegria. Deus quer que nossa contribuição provenha do nosso coração. Ele quer que contribuamos porque temos todo o desejo de fazê-lo.

3. Devemos contribuir na expectativa que Deus nos ajudará a continuar contribuindo mais abundantemente.

Quando contribuímos, devemos esperar que Deus nos abençoe nesta presente vida. Consideremos os ensinos do apóstolo Paulo.

2 Coríntios 9:6 "E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará."

Devemos contribuir abundantemente. Se não dermos nada ou se dermos muito pouco, só podemos esperar muito poucas bênçãos. Mas, se dermos com uma mão aberta e generosa, podemos esperar que colhamos abundantemente. " Muitos têm torcido 2Cor 9:9 como se ensinasse que Deus quer que contribuamos tendo, dentro de nós mesmos, o objetivo de recebermos. Este tipo de ensino apela para a carne, e faz crescer um espírito de avareza e cobiça nos crentes. Mas, ao contrário disto, Paulo nesta passagem está ensinando que devemos contribuir com o objetivo de recebermos mais para podermos contribuir ainda mais. Vejamos como Paulo expressa isto, nos versos 8-11: "8 E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, A FIM DE QUE, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; 9 Conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre. 10 Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; 11 Para que em tudo enriqueçais PARA toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus." Notemos, nesta passagem, que Paulo está asseverando que Deus abençoará o contribuir generoso fazendo toda a graça abundar sobre o contribuidor, para que, em consequência, este tenha uma abundância para toda boa obra. Ademais, Deus promete multiplicar a semente do contribuidor para semear e promete aumentar a colheita de sua retidão. Estas passagens sem dúvida alguma apontam para o fato de que Deus abençoa aqueles que contribuem, de modo que possam dar ainda mais. É muito interessante que isto seja exatamente o que os Provérbios de Salomão nos ensinam, embora tenham sido escritos centenas de anos antes.

Provérbios 19:17 "Ao SENHOR empresta o que se compadece do pobre, Ele lhe pagará o seu benefício."

Provérbios 11:24-25 "24 ¶ Ao que distribui mais se lhe acrescenta, e ao que retém mais do que é justo, é para a sua perda. 25 ¶ A alma generosa prosperará e aquele que atende também será atendido."

Em adição, também devemos esperar que Deus nos abençoará na vida futura. Se há uma coisa que a Bíblia deixa muito clara é que, quando contribuímos, estamos entesourando para nós mesmos tesouros no céu. Note a ênfase nos tesouros celestiais, futuros, nas seguintes passagens:

Mateus 6:19-21 "19 ¶ Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam; 20 Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. 21 Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração."

Lucas 12:33 "Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói."

1 Timóteo 6:18-19 "18 Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; 19 Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna."

Em todas estas passagens (quer dirigidas aos discípulos, ao rico jovem proprietário, ou aos opulentos crentes de Éfeso) a mensagem é a mesma -- o generoso contribuir será recompensado por tesouros celestiais. Preferirias tu ter seu tesouro na terra, onde perecerá, ou no céu, onde o gozarás eternamente? Tua resposta a esta pergunta terá muito a ver com o como verás e usarás tuas riquezas. O sistema religioso da atualidade impõem aos fieis o desejo de construir tesouro na terra. Inculcam através de técnicas, as vezes até contrária a Bíblia, o desejo materialista e carnal, é mais ou menos parecido com aquela proposta do Diabo: "tudo isso te darei , se me adorares".

4. Devemos contribuir com ânimo e com alegria

Em 2Coríntios 9:7 nós aprendemos qual espírito devemos ter ao contribuirmos "Cada um contribua segundo propós no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."

Se cada crente soubesse quão grande chuva de bênçãos gozaríamos através do contribuir, seríamos como os crentes da Macedônia, que imploraram a Paulo para terem a oportunidade de contribuir (2Cor 8:3-4)! Contribuir da maneira como a escritura revela, deveria ser visto como um grande privilégio, não como uma pesada carga ou um doloroso dever. Deus não deseja que seu povo oferte movido por um sentimento de compulsão, ser empurrado à força e contra a vontade, mas sim movido por uma atitude de alegria e animação. A suprema e definitiva passagem no NT que declara a atitude com a qual devemos contribuir, descrevê-la como "com alegria". Que Deus nos ajude a contribuir em um espírito que O honre!

5. Devemos algumas vezes contribuir com sacrifício.

Nas Escrituras temos vários exemplos onde Deus olha com aprovação para o nosso contribuir sacrificial:

2 Coríntios 8:1-5 "1 ¶ Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedónia; 2 Como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. 3 Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente. 4 Pedindo-nos com muitos rogos que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. 5 E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus."

Logo de partida, notemos que os crentes macedônicos tinham pouquíssimos dinheiro e bens. São descritos como estando suportando muita aflição e experimentando profunda pobreza. Apesar de tudo, também é dito que tinham contribuído além das suas possibilidades! Que Deus nos habilite a os imitarmos em nossas próprias vidas!

Podes tu afirmar que teu contribuir é caracterizado por um espírito de sacrifício com felicidade? Teu contribuir realmente te é custoso? Realmente representa um sacrifício? Na realidade, não é quanto contribuímos que é tão importante, mas sim quanto é que resta e guardamos para nós mesmos, depois de contribuirmos. Que nosso grande e glorioso Deus nos habilite a praticarmos um gozoso e sacrificial contribuir!

A motivação do nosso contribuir

Agora que já temos visto os que as Escrituras nos ensinam com referência ao total, ao propósito, e à maneira de contribuirmos, voltemo-nos para examinar o que a Bíblia nos ensina sobre qual deve ser a motivação do nosso ofertar.

1. O exemplo de Cristo

O apóstolo Paulo da o exemplo de Jesus Cristo para estabelecer qual deve ser nossa maior motivação. Considere as palavras de Paulo em 2Cor 8:9, "Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis." Cristo era infinitamente rico em sua existência pré-encarnação, no céu. Era incessantemente adorado por uma grande hoste de seres angelicais. Sendo Deus, exercia onipotência, onisciência e onipotência. Juntamente com o Pai e o Espírito Santo, reinava sobre todo o universo que tinham criado. Todavia, Cristo de livre vontade escolheu se tornar pobre. Jogou no chão seu direito ao exercício independente de seus atributos. Nasceu em um estábulo e foi criado por pais muito pobres. Viveu uma vida obscura e simples.  Dependeu do Deus- Pai para toda a sua sobrevivência. Nunca acumulou possessões durante todo o tempo de sua vida; na verdade, parece que as únicas possessões que ele podia chamar de suas foram as roupas sobre suas costas. Ao final de sua vida, pela própria vontade ele entregou a única coisa que ainda lhe restava, sua própria vida. Ao depor sua vida Jesus estava dando tudo, para nos livrar dos nossos pecados. Embora fosse rico, tornou-se pobre.

E qual foi o propósito deste grande ato de sacrifício? Foi que, através de sua pobreza, nós nos tornássemos ricos. Nós, aqueles que cremos nele, temos herdado grandes riquezas: perdão, adoção, justificação, Deus o Espírito Santo habitando em nós, paz com Deus, acesso a Deus, santificação, e a glória eterna que em breve virá! Não nos contentemos em dar uma pequena fração de nossa renda. Oremos que Deus nos habilite a dar mais e mais, para ajudar pessoas sofrendo e para expandir o reino de Deus através do mundo! Os nossos recursos não deve ser usados para comprar mansões, jatinhos, emissora de televisão, fazendas, imóveis, investir em paraíso fiscal. Há um princípio bíblico que os defensores dos dízimos esqueceu: A prosperidade na antiga aliança estava ligada a ajudar os necessitados, Deus usou os profetas para denunciarem quando Israel esquecia desta prática, e em Malaquias 3 o texto preferido dos defensores dos dízimos, quando Deus afirma que o homem estava O roubando, estava se referindo a falta de contribuir para ajudar os necessitados e dos levitas proverem alimentação dos que trabalhavam no templo ( levar o dízimo a casa do tesouro). Na nova aliança ente princípio e afirmado como vimos acima.

2. A ordem de Cristo:

Não apenas temos o exemplo de Cristo para nos motivar, como também temos sua ordem. Jesus expressou-se muito claramente em João 15:12-13, "12 O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. 13 Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.". Jesus, nesta passagem, está ordenando aos seus seguidores que amem um ao outro de modo idêntico àquele com que Ele os amou -- a saber, sendo totalmente dedicado a eles. Este tipo de dedicação tem que, pela própria natureza do caso, incluir a vontade de darmos dos nossos recursos para ajudarmos um ao outro. Jesus deu tudo, inclusive sua própria vida, por nós. É deste modo que somos ordenados amar um ao outro. Saberemos se realmente amamos nossos irmãos e irmãs quando estivermos desejosos de abrir nossa carteiras ou talões de cheque e dar para satisfazer suas reais necessidades. Que Deus nos habilite a seguirmos seu Filho em obediência!

CONCLUSÃO
As Escrituras nos ensinam que o dízimo não é obrigatório para os crentes da nova aliança. As mesmas Escrituras também nos ensinam que os crentes devem ser contribuintes voluntários, generosos.
Fonte de Pesquisa

Brian Anderson , Milpitas Bible Fellowship, 1715 e. Cola Veras Blvd, ca 95035 , traduzido por Hélio Menezes da Silva. disponível eletronicamente em: http://solascriptura-tt.org/VidaDosCrentes/ComRiquezas/DizimoVT-X-DadivarNT-Anderson.htm

terça-feira, 2 de julho de 2013

DÍZIMOS NO NOVO TESTAMENTO

O NOVO TESTAMENTO DURANTE A LEI MOSAÍCA NO EVANGELHO

Para que o amado leitor possa ter uma compreensão mais realista sobre a questão do "dízimo" no Novo Testamento, dividi a análise em duas partes: o novo testamento na velha aliança e o novo testamento na nova aliança, ou seja o novo testamento antes e após a morte de Jesus.

Em todo o  Novo Testamento o dízimo foi citado em três textos, sendo duas vezes enquanto a lei mosaica estava em vigor, sendo um paralelo nos sinóticos ( Mt 23:23,Lc11:42;Lc 18:12) e uma vez na nova aliança (Hb 7:1-10). Portanto começaremos explorando os textos do novo testamento sob a antiga aliança.

1 - A primeira vez que o dízimo foi citado no Novo Testamento (Mt 23:23, Paralelo a Lucas 11:42), Jesus censurou os escribas e fariseus, dizendo-lhes: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé. Deveis, porém, fazer estas coisas e não omitir aquelas"

Jesus está censurando os fariseus, peritos guardadores da lei. Eles davam muita importância ao dízimo (que era apenas produto da terra) ao ponto de dar dízimo do hortelã, do endro e do cominho, (ervas que serviam de condimentos) mais desprezavam o mais importante da lei: o juízo; a misericórdia e a fé. Nas postagens anteriores aprendemos que na Lei de Moisés, dízimo não era dinheiro (Deuteronômio 14:22-27), mas dez por cento das colheitas de grãos e de animais. Portanto o dízimo que Jesus estava se referindo era este dízimo e não o "dízimo" que exigem hoje!

A lei de Moisés estava em vigor. O apóstolo Paulo escreve que "vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei,"(Gl 4:4). E todo o Judeu, tanto o fariseu como Jesus tinha a responsabilidade de cumprir a lei. E para isso, em Mateus 5:17,18, Ele disse: Não cuideis que vim abolir a lei e os profetas, mas vim para cumpri-la, e, nem um jota ou til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido. E verdadeiramente Jesus cumpriu a lei. De acordo com que está escrito em (Lucas 2. 21-24) foi circuncidado aos oito dias, conforme está escrito em Lv 12:3 foi apresentado na sinagoga e seus pais oferecem o sacrifício prescrito em Lv 12:6-8. Em Mateus 8:4 Jesus manda um leproso fazer o sacrifício prescrito em Lv 14. Em Mt 26:17 Jesus e seus discípulos fazem preparação da páscoa conforme Ex 12:1-27.

Assegurar que Jesus ordenou dar o "dízimo" só porque falou a estes fariseus que deviam dizimar sem omitir o juízo, a misericórdia e a fé é ignorar o fato que aqueles fariseus viviam sob a velha aliança que é completamente diferente da nova aliança feita através do sangue de Jesus. Na sua morte Jesus firmou esta nova aliança consolidando uma mudança na Lei (Lc 22:20; He 7:12) "Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós. (Lucas 22:20) Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. (Hebreus 7:12)."


Alguns questionamentos

Para afirmar que devemos continuar dando o dízimo só porque Jesus mandou o fariseu, quando estava sob a lei, a continuar dando o dízimo dos temperos colhidos no quintal é preciso meditar no seguinte ponto: Em Gn 15:9,10, anterior a lei, o Senhor manda Abraão sacrificar animais. Durante toda a Lei o Senhor decreta sacrificar animais. Em Lc 2:24, na ocasião da apresentação de Jesus,foi feito sacrifícios de animais. E em Mt 8:1-4, Jesus curou o leproso e o mandou apresentar ao Sacerdote a oferta que Moisés ordenou no capítulo 14 de Levítico que envolvia o sacrifício de um animal. Por este raciocínio ainda hoje é preciso sacrificar animais, pois é anterior a lei, é durante a lei e Jesus determinou sacrificar no novo testamento. Você sacrifica animal hoje? Portanto este argumento não é suficiente para validar o "dízimo" na atualidade.

 

2 - A Segunda vez que o Senhor Jesus referiu-se ao dízimo, foi na Parábola do Fariseu e do Publicano (Lucas 18.9-14), "Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo." Outra vez Jesus censurou os fariseus. Tomou como exemplo um religioso, dizimista fiel sob a lei mosaica, o qual jejuava duas vezes  por semana, porém, exaltava a si mesmo  e humilhava um pecador que suplicava a misericórdia do Senhor. Jesus não está enfatizando o dever do crente na nova aliança pagar o dízimo da velha aliança aos levitas, mas que o fariseu se vê a si mesmo como reto, confia nas obras para ser aceitável a Deus. Por obra da lei ninguém é justificado diante de Deus. Portanto este texto não pode ser usado para validar o "dízimo" de hoje.

 
Alguns questionamentos

Observem que foram os escribas e fariseus, que Jesus os tinha como hipócritas, que o Senhor ordenou que guardasse a lei de Moisés, e uma ordenança desta lei era o dízimo. Cristo no calvário aboliu todo ordenança cerimonial da lei de Moisés. Vivemos hoje na nova aliança, uma aliança pelo qual o mediador já cumpriu toda lei. O fim da lei é Cristo. "Pois Cristo é o fim da lei para justificar todo aquele que crer " Rm 10:4

Um argumento difundido para os que não tem profundidade na palavra é que o dízimo é bíblico, e quem não devolver o dízimo está sob maldição. Certamente que o dízimo da velha aliança tá na bíblia, mas o "dízimo" que estão cobrando hoje é totalmente diferente do dízimo da antiga aliança. O dízimo é bíblico, mas também é bíblico: A circuncisão (Gênesis 17:23 a 27),  o sacrifício de animais em holocausto (Levíticos Capítulos do 1 até 6:8-13), a santificação do sábado (Levíticos 23:3), o apedrejar  adúlteros (Levíticos 20:10 e Deuteronômio 22:2), e outros. É bíblico, mas o leitor guarda estes mandamentos hoje? Porque não cumprem a lei na totalidade? Porque só os dízimos? A resposta é porque  o dízimo é a garantia  de renda líquida e certa todos os meses nos cofres das instituições religiosas . 

 

O NOVO TESTAMENTO NA NOVA ALIANÇA

 O que é realmente um princípio bíblico para nossos dias, e muitos que se dizem cristão ainda não se conscientizaram, é a grande divisão existente na palavra, separando a Velha aliança da Nova Aliança. A Nova Aliança não teve princípio no nascimento de Jesus, mas na Sua morte (Gálatas 3:22-25 e 4:4, 5). Quando Cristo rendeu seu espírito a Deus, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo (Mateus 27:50,51), então passamos a viver pela graça do Senhor Jesus, encerrando-se ali, toda  ordenança da lei de Moisés, sendo introduzido a Nova Aliança, o Evangelho da salvação pelo triunfo do Senhor Jesus Cristo na cruz do Calvário.

Esta divisão existente na Palavra entre o Antigo Testamento (feito por leis, cerimônias e rituais) e o Novo Testamento (da graça) feito pelo sacrifício de Jesus, nos dá base suficiente para afirmar que os dízimos foram abolidos. A lei nenhuma coisa aperfeiçoou, sendo introduzido por Jesus uma superior aliança pela qual todos podem chegar a Deus. (Hebreus 7.18 e 19), pela aspersão do seu sangue na cruz do Calvário, o qual veio justamente para libertar o homem do jugo da lei.

O único texto bíblico que fala em dízimo na nova aliança (após a morte de Jesus) está na epístola aos hebreus no capítulo 7. Vejamos:
1 Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;
2 A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
3 Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
4 Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.
5 E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.
6 Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas.
7 Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior.
8 E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive.
9 E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos.
10 Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai quando Melquisedeque lhe saiu ao encontro.
11 De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão?
12 Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. (Hebreus 7:1-12)

O  objetivo do autor neste texto é mostrar a superioridade do sacerdócio de Cristo sobre o sacerdócio levítico. Exortando seus leitores a não retornarem a adorar em conformidade com a lei mosaica com seus sacerdócio, templo e sacrifícios. Os sacerdotes Levíticos recebiam os dízimos segundo a lei (Hebreus 7.5), Porque através dos sacerdotes levíticos o povo recebeu a lei (Hebreus 7.11) e mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também, mudança na lei (Hebreus 7.12). Se a perfeição fosse pelo sacerdócio Levítico (pelo qual o povo recebeu a lei), qual a necessidade do Senhor Deus enviar outro Sacerdote? A palavra não deixa sombra de dúvida que não só o dízimo, mas toda a lei de Moisés foi por Cristo abolida. Mudou o Sacerdócio, necessariamente mudou a Lei.

O texto acima  não está exortando os crentes da nova aliança  a darem o dízimo como Abraão o fez (dos despojo de uma  guerra e só uma vez na vida). Ao contrário, está instruindo os crentes a perceberem a excelência de Cristo, o qual ministra como um sacerdote muitíssimo superior aos levitas. E, se voltarmos na lei que fora direcionada especificamente aos filhos de Levi, aos que receberam o sacerdócio do Senhor Deus e, se aplicada aos crentes hoje, ela torna-se inoportuna e ilegítima, porque os “pastores” de hoje não são sacerdotes levitas. E Jesus afirmou que a lei e os profetas duraram até João (Lucas 16.16).

Portanto, o texto acima  não pode ser usada para forçar o dízimo sobre os cristãos. Simplesmente, ela não foi escrita para tratar deste assunto. Ela não tem nada a ver com os cristãos contribuindo das suas rendas para Deus e sua obra, mas tem a ver com a superioridade do sacerdócio de Cristo.

Concluímos que o dízimo, como toda a lei cerimonial do Antigo Testamento, foi por Cristo abolida pela aspersão do seu sangue na cruz do Calvário:  (Lucas 16.16, Romanos 10.4, Efésios  2.15, II Coríntios 3.14, Hebreus  7.12,18, 19

Após a morte de Jesus não vemos nenhum, apóstolo, presbítero ou líder de igreja cristã no Novo Testamento exigindo o dízimo. O apóstolo Paulo ensina a contribuir conforme a sua prosperidade, sem percentual fixo. Na nova aliança nunca estipula um certo valor percentual como um padrão obrigatório e exigido para nossas contribuições. As escrituras declaram que devemos contribuir segundo propôs no coração " Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria." 2 Co 9:7:

O dízimo do velha aliança foi exigência legal. Os judeus estavam sob obrigação de dá-lo. O ensino da nova aliança sobre o contribuir focaliza o seu caráter voluntário "Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente." (2Co 8:3). Esta contribuição voluntária e do que Deus o tinha prosperado é exatamente o que Abraão e Jacó estavam praticando antes da instituição da Lei. Ao contrário dos defensores dos "dízimos" hoje que afirmam que você tem que dar para depois receber, se não der o devorador vai consumir a vida financeira . Atente para estes textos: " Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. 2 No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar." I Co 16 1-2."... 29 E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. ..." At 11:27-30

Não podemos ficar calados enquanto assistimos os líderes religiosos de hoje aproveitando das  massas que estão em busca do divino, sendo manipuladas, sendo pressionada psicologicamente a contribuir além de suas posses, sob pena de perder a salvação, ou o de  o líder perder seu cargo dentro da instituição. Não podemos ficar calado vendo a máfia eclesiástica intimidarem as massas a contribuir com percentuais fixo, ou valores predeterminados.

O Novo testamento sob a nova aliança nos ensinam que Deus nos deixa decidirmos sobre o valor das nossas contribuições. Devemos dar em proporção aos nossos meios e a como Deus nos tem prosperado. Portanto na nova aliança não encontramos base bíblica para o tipo de dízimo que estão sendo exigindo hoje. Então qual a origem dos "dízimo" que exigem hoje? A resposta está no próximo tópico.

  

COMO SURGIU ENTÃO O "DÍZIMO"  NOS MOLDES QUE É COBRADO HOJE?

O "dízimo" no modelo que as instituições religiosas exigem hoje foi iniciada anterior a reforma protestante no século IV pela Igreja Católica e Apostólica Romana. "Com a queda do Império Romano, a igreja ocupou o vazio do poder, e para evitar o caos financeiro, começou a cobrar o dízimo sob pena de excomunhão.

No século VI, os concílios e sínodos da Igreja da França relembravam essa obrigação. O Bispo Graciano inseriu no decreto aos fiéis uma lista de bens sujeitos ao dízimo, redigida por Cesário de Arles e atribuída por ele a Santo Agostinho. O dízimo era devido por todos os participantes da igreja, até mesmo pelo rei e pela aristocracia.

O dízimo foi confirmado oficialmente pelos concílios regionais de Tours (567 dC) e Mácon (585). Mas foi somente a partir de Carlos Magno (779 dC) que o dízimo passou a ser cobrado regularmente. Ele generalizou e sancionou a prática. Dividiu o produto dos pagamentos em três partes iguais, destinada à igreja paroquial, ao pároco e aos pobres.

Em princípio o bispo não deveria receber nada. Mas na verdade os bispos ficavam com uma parte, enquanto os abades e priores disputavam o dízimo sobre as terras de seu monastério, em detrimento do clero paroquial.

Por causa do controle laico dos bens e ganhos da Igreja nos séculos VIII e IX, os proprietários consideravam os dízimos parte integrante de seu domínio e, como tal, os submetiam a seus feudos. Parte considerável dos dízimos permaneceu submetida ao feudo até os tempos modernos, mesmo depois de a Reforma Gregoriana ter obrigado os senhores a entregar seus bens temporais as igrejas paroquiais.

Esse sistema tributário estendeu-se posteriormente às demais nações cristãs: chegou à Inglaterra no século X. Na península Ibérica os dízimos já eram praticados desde o século VII, em caráter voluntário, e somente 400 anos depois passa a ser obrigatório. Nos dois primeiros concílios de Latrão, em 1123 dC e 1139 dC, o dízimo foi finalmente incorporado à legislação geral da igreja, de forma definitiva, como a décima parte da renda dos fiéis.

Os dízimos foram uma das principais atribuições das jurisdições eclesiásticas no final da Idade Média, estiveram na origem de inúmeros conflitos entre a justiça eclesiástica e a real." fonte: Revista Eclésia www.santovivo.net

Considerações finais

Os cristãos dos três primeiros séculos não  observaram a prática do dízimo. Este só passou a ser praticado com o surgimento da igreja romana. O novo testamento não dá base bíblica para continuarmos com o dízimo, pois as contribuições eram voluntárias, sem percentuais fixo e segundo Deus colocou no coração de cada um. Na próxima postagem estarei comentando sobre como deve ser a contribuição na nova aliança segundo os relatos bíblicos. Até lá.

 

Fontes de pesquisa

Brian Anderson , Milpitas Bible Fellowship, 1715 e. Cola Veras Blvd, ca 95035 , traduzido por Hélio Menezes da Silva. disponível eletronicamente em: http://solascriptura-tt.org/VidaDosCrentes/ComRiquezas/DizimoVT-X-DadivarNT-Anderson.htm

Revista Eclesia, O Dízimo na Igreja Católica e Apostólica Romana, disponível eletronicamente em: http://santovivo.net/gpage143.aspx

Irmão Carvalho, Dízimos no novo testamento, disponível eletronicamente em http://www.cristoeaverdade.net/cristo/index.php/joomlaorg/85-dízimos-e-ofertas-no-novo-testamento