POR QUE DEVEMOS
CONTRIBUIR
Tudo que temos vem de
Deus. Que conseguimos com trabalho, quer herdamos, tudo procede de Deus. Foi
Ele que nos abençoou com habilidade ou chance para conseguirmos bens nesta
vida. Se tudo procede Dele, Ele na sua soberania nos deu a oportunidade de
sermos mordomos do que Ele colocou a nossa disposição, e como agradecimento
devemos devolver um pouco destas dádivas para sermos instrumentos de sua vontade. Qual a sua vontade? E como é que
Deus recebe alguma coisa do homem? Será dando para uma Instituição Religiosa?
Será dando aos pobres e necessitados? Este é o assunto desta postagem.
AS
CONTRIBUIÇÕES NO NOVO TESTAMENTO
Aprendemos
nas postagens anteriores que o dizimar foi parte da adoração de Israel na velha
Aliança, e que não tem nenhuma obrigação prática sobre os crentes da Nova
Aliança. O que o Novo Testamento realmente ensina sobre o dar das nossas rendas
a Deus? Qual é a revelada vontade de
Deus para o contribuirmos em nossos dias nas Escrituras do Novo Testamento?
Iremos nesta postagem examinarmos a vontade de Deus para o contribuir do
cristão. A maior parte desta postagem foi extraída da tradução do texto em
inglês de Brian Anderson , Milpitas Bible Fellowship, traduzido por Hélio
Menezes da Silva, membro da Igreja
Batista Regular Emanuel da Paraíba. O endereço eletrônico do texto no original
encontra-se na fonte de pesquisa.
O quanto contribuir?
Aprendemos
em postagens anteriores que o dízimo não é padrão de contribuição para os
crentes na Nova Aliança. Como então determinarmos quanto os verdadeiros
cristãos devem contribuir? Examinemos três diferentes textos, para que possamos
ter entendimento sobre este importante assunto.
1
Coríntios 16:1-2:
"1 ¶ Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o
mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. 2 No primeiro dia da semana cada um
de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade,
para que não se façam as coletas quando eu chegar."
No
texto acima, o apóstolo Paulo dá direções à igreja de Corinto: é em proporção
ao quanto cada um tem prosperado que eles devem dar na coleta para os santos em
Jerusalém, os quais estão em grande pobreza e passando por enormes aflições.
Embora não exista nenhuma menção dos santos em Corinto darem um dízimo ou
qualquer outra percentagem imposta, eles são instruídos a darem
proporcionalmente à sua prosperidade. O ponto em foco é simples -- aqueles com
mais dinheiro dêem mais, aqueles com menos dinheiro, podem dar menos. Nada mais
claro nem mais simples.
Atos
11:27-30: "...
29 E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse,
socorro aos irmãos que habitavam na Judéia. ..."
Note,
na narrativa, que foi proporcionalmente aos seus recursos que os irmãos em
Antioquia contribuíam para os irmãos que sofriam na Judéia. Em outras palavras,
deram de acordo com suas capacidades.
2
Coríntios 9:7: "Cada
um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por
necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."
Aqui,
Paulo dá direções à igreja, para que deem aquilo que têm proposto em seus
corações. Note que o apóstolo não lhes diz quanto dar, nem lhes impõe uma
percentagem fixa como padrão. Ele simplesmente lhes diz que, o que quer que
tenham decidido, devem ir em frente e contribuir. Paulo ensina que devemos ser
fiéis em fazer o bem segundo o que já tínhamos proposto em nosso coração. Mas
note igualmente que o apóstolo Paulo deixa o valor a critério dos Coríntios.
Não devemos permitir que outras pessoas indevidamente nos manipulem ou nos
intimidem psicologicamente ou de qualquer outra forma, levando-nos a dar por um
sentimento de culpa, pressão ou ameaça. O valor tem que ser nossa própria
decisão.
Estes
textos do Novo Testamento nos ensinam que Deus deixa decidirmos sobre o valor
das nossas contribuições. Devemos dar em proporção aos nossos meios e a como
Deus nos tem prosperado; ... mas, ao final, somos livres para darmos aquilo
que temos o desejo de dar. À medida que o tempo passa, as instituições
religiosas criam táticas, rituais e campanhas pressionado a dar mais e mais.
Permita-me submeter-lhe que tudo isto corre em direção contrária aos ensinos do
Apóstolo em 2Co 9:7 (ver acima). A vontade de Deus é que, quando vemos
uma necessidade, oremos ferventemente por direção sobre como podemos satisfazer
aquela necessidade. Então, com base na nossa situação financeira, contribuamos
com um coração prazeroso e alegre.
O propósito do nosso contribuir
A
quais tipos de necessidades devemos usar nosso dinheiro para satisfazer? Será
que o Novo Testamento nos dá alguma luz sobre este importante assunto? As
Escrituras são muito claras nesta área. O Novo Testamento ensina que há três
propósitos para nosso contribuir:
1.
Satisfazer as necessidades dos santos:
Este
tema é como um fio que vai através de toda a Escritura. Consideremos alguns
textos:
Atos
2:44-45 "44
E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. 45 E
vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um
havia de mister."
O espírito de
amor e generosidade era tão grande, na igreja primitiva, que os crentes, de
própria vontade e alegremente, abriram mão de suas próprias propriedades e
possessões, para ministrarem às necessidades dos outros santos. Eles chegaram
mesmo ao ponto de vender suas terras e casas para tomarem conta um do outro
(Atos 4:34).
1
João 3:17"Quem,
pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as
suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?"
Gálatas
6:9-10 "9
E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não
houvermos desfalecido. 10 Então, enquanto temos tempo, façamos bem a
todos, mas principalmente aos domésticos da fé." Embora o "façamos
bem" não seja claramente definido, seguramente incluiria o
contribuirr para satisfazer as necessidades dos domésticos da fé.
Em
adição a estes claros textos, lemos também, em Mt 25:31-40, que, quando
Cristo voltar, separará as ovelhas dos bodes. As ovelhas são descritas como
aqueles que alimentaram Cristo quando ele estava faminto, deram-lhe de beber
quando estava sedento, vestiram-no quando estava nu. Quando as ovelhas
replicam: "Senhor, quando ... e te demos de comer? ... e te demos
de beber? 38 ... e te hospedamos? ... e te vestimos? 39 ... e fomos
ver-te?" Cristo responde " Em verdade vos digo que
quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes."
Aqui, Jesus nos diz claramente que quando usamos nosso dinheiro para vestir e
alimentar os irmãos de Cristo (crentes, de acordo com Mt 12:50 "...
qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e
irmã e mãe."), estamos ministrando a ele. Ademais, 1Tm 5:16 "...
para que se possam sustentar as que deveras são viúvas." dá
instruções sobre como a igreja deve sustentar viúvas desvalidas. Ainda mais,
temos visto, nos textos já citados, as muitas exortações do apóstolo Paulo para
contribuir para os santos pobres em Jerusalém. Portanto, é bastante claro que
uma das prioridades do contribuir no Novo Testamento é satisfazer as
necessidades dos santos. VOCÊ VER ALGUMA DENOMINAÇÃO FAZENDO ISSO ATUALMENTE?
2. Satisfazer as necessidades dos obreiros cristãos:
Além
de usarmos nosso dinheiro para satisfazer as necessidades dos nossos irmãos e
irmãs em Cristo, as Escrituras também nos levam a usar nosso dinheiro para
sustentar os que trabalham na obra do Senhor. Consideremos as seguintes
passagens:
1
Timóteo 5:17-18: "17
¶ Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada
honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina; 18 Porque
diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o
obreiro do seu salário."
Neste
texto, "honra" tem que significar mais que meras estima e respeito,
pois, no verso 3 do mesmo capítulo, Paulo manda a Timóteo "Honra as
viúvas que verdadeiramente são viúvas." Honrar estas viúvas é prover
para elas (v. 8) e assisti-las (v. 16). Portanto, quando Paulo menciona
"honrar" os anciãos que trabalham duramente na pregação e ensino da
Palavra, imediatamente depois que ele mencionou honrar as viúvas, Paulo tem que
ter a mesma coisa em mente -- prover e assistir aos presbíteros
financeiramente, de modo que possam se dedicar ao trabalho de labutarem na
Palavra. Um presbítero que ensina é como um boi que deve ser permitido comer
enquanto está debulhando. Em outras palavras, deve ser sustentado e cuidado
enquanto está trabalhando com todo esforço. Ele também é como um operário, o
qual é digno de seu salário. A uniforme prática apostólica do Novo Testamento
foi a de apontar presbítero para superintenderem as igrejas que os apóstolos
plantavam. Paulo simplesmente está dirigindo as igrejas a proverem e assistirem
financeiramente estes anciãos, de modo que possam dar seu tempo à tarefa de
ministrarem ao rebanho.
1
Coríntios 9:6-14 "6
Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? 7 Quem jamais
milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou
quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado? 8 Digo eu isto
segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? 9 Porque na lei de Moisés
está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem
Deus cuidado dos bois? 10 Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por
nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que
debulha deve debulhar com esperança de ser participante. 11 Se nós vos semeamos
as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais? 12 Se
outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós?
Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos
impedimento algum ao evangelho de Cristo. 13 Não sabeis vós que os que
administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de
contínuo estão junto ao altar, participam do altar? 14 Assim ordenou
também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho."
Nesta
passagem Paulo está clamando que os apóstolos tinham todo o direito de
abster-se de viverem de trabalhos seculares e todo o direito de receberem o
sustento material daqueles a quem serviam. De fato, Paulo assevera que o Senhor
mandou àqueles que proclamam o evangelho que obtenham seu viver do
evangelho. Certo dia, sintonizei uma FM
gospel de Fortaleza, onde moro. Era um debate, e o pastor presidente de uma
grande denominação da AD, proprietário da rádio, criticava severamente o
sistema de arrecadar das outras denominações. E por fim Ele revelou que não era
diferente. Falou que o dízimo é sagrado ( todos é obrigado a devolver) e que
pastor na sua igreja não recebe ajuda financeira, tem que trabalhar.
Filipenses
4:15-18 "15
E bem sabeis também, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti
da Macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber,
senão vós somente; 16 Porque também uma e outra vez me mandastes o necessário a
Tessalônica. 17 Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a
vossa conta. 18 Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio
estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado,
como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus."
Neste
texto o apóstolo declara expressamente que a contribuição que os filipenses lhe
haviam enviado foi um fragrante aroma, um sacrifício aceitável, e foi agradável
a Deus. O próprio Deus nos tem dado sua aprovação para usarmos nosso dinheiro
para sustento de fiéis obreiros cristãos. Portanto, é importante que o povo de
Deus utilize seus recursos financeiros para sustentar obreiros cristãos, quer
sejam anciãos de uma igreja local, ou evangelistas itinerantes, ou
missionários.
3.
Satisfazer as necessidades dos pobres:
Em adição ao uso do nosso
dinheiro para satisfazer às necessidades dos santos e dos obreiros cristãos, as
Escrituras também nos mandam usar nosso dinheiro na satisfação das necessidades
dos pobres. Considere os seguintes textos:
Lucas
12:33-34 "33
Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se
envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça
não rói. 34 Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso
coração."
Efésios
4:28 "Aquele
que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom,
para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade."
Aqui
a pessoa que sofre a necessidade não é identificada como crente, mas
presumivelmente pode ser qualquer um padecendo privação.
Tiago
1:27 "A
religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as
viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo."
Visitar
órfãos e viúvas em suas necessidades tem que significar mais que fazer-lhes uma
mera visitinha social. Está implícita, na declaração, a idéia de ajudar estes
órfãos e viúvas, o que, sem dúvidas, requereria ofertar sacrificialmente.
Como
temos visto, podemos desta maneira sumariar o ensino do Novo Testamento sobre o
propósito do contribuir --
[a]
satisfazer as necessidades dos santos,
[b]
satisfazer as necessidades dos obreiros cristãos, e
[c]
satisfazer as necessidades dos pobres.
Note
que o ofertar, no Novo Testamento, é sempre para satisfazer as necessidades das
pessoas, não
da instituição. É interessante que aquela coisa na qual a igreja brasileira
gasta a maior parte do seu dinheiro, com shows, televisão com programação
secular e algumas vezes até anticristão, mansões, jatinho, Mega Templo etc...
de modo algum mencionada no Novo Testamento. A igreja primitiva não se reunia
em prédios especiais. Eles se reuniam em casas. Assim, não havia despesa
"que não fosse diretamente com o evangelho e com pessoas" tal
despesa, só faria drenar a energia e as finanças da igreja. Desta maneira,
todas as ofertas do povo de Deus podiam ir diretamente para satisfazer as
necessidades de pessoas.
Incidentalmente,
não há nas Escrituras nada de que eu tenha conhecimento e que exija que todo
nosso ofertar ao Senhor tem que ser primeiramente entregue aos líderes da
igreja, e depois distribuídos por eles conforme eles o prefiram. De fato,
creio que algumas das nossas contribuições devem ser feitas diretamente de
pessoa para pessoa, para preservarmos o anonimato (Mt 6:1-4
Como devemos ofertar
Além
de nos iluminar sobre o valor total e sobre o propósito do nosso contribuir, as
Escrituras nos ensinam diversas coisas sobre como devemos
contribuir.
1. Devemos ser anônimo ao contribuir
Em
Mateus 6:1-4 1 ¶ Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos
homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso
Pai, que está nos céus. 2 Quando, pois, deres esmola, não faças tocar
trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas,
para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o
seu galardão. 3 Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o
que faz a tua direita; 4 Para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai,
que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.
Jesus
nos ensina a ofertar em segredo, para que aquele que vê em segredo nos
recompense. Este tipo de ofertar é preferível pois protege o ofertador de
orgulho espiritual. Quando você quiser dar uma oferta a alguém, procure
maneiras de satisfazer a necessidade que você percebeu, sem que o beneficiário
jamais saiba quem deu o dinheiro. Hoje nas instituições religiosas o
"dízimo", obrigatório, percentual fixo tem seu envelope onde você
declara o valor e todos sabem o quanto você contribuiu.
2. Nossa contribuição deve ser voluntária
2
Coríntios 8:3-4 diz
"3 Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima
do seu poder, deram voluntariamente. 4 Pedindo-nos com muitos rogos
que aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com
os santos."
Somos
aqui ensinados que as igrejas da Macedônia deram de suas próprias vontades.
Ninguém os estava manipulando emocional e psicologicamente.. Em 2Cor 9:7
Paulo diz "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com
tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."
Se não devemos contribuir com tristeza ou sob compulsão externa, então devemos
contribuir voluntariamente de ânimo pronto, com prazer e alegria. Deus quer que
nossa contribuição provenha do nosso coração. Ele quer que contribuamos porque
temos todo o desejo de fazê-lo.
3. Devemos contribuir na expectativa que Deus nos
ajudará a continuar contribuindo mais abundantemente.
Quando
contribuímos, devemos esperar que Deus nos abençoe nesta presente vida.
Consideremos os ensinos do apóstolo Paulo.
2
Coríntios 9:6 "E
digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em
abundância, em abundância ceifará."
Devemos
contribuir abundantemente. Se não dermos nada ou se dermos muito pouco, só
podemos esperar muito poucas bênçãos. Mas, se dermos com uma mão aberta e
generosa, podemos esperar que colhamos abundantemente. " Muitos têm
torcido 2Cor 9:9 como se ensinasse que Deus quer que contribuamos tendo, dentro
de nós mesmos, o objetivo de recebermos. Este tipo de ensino apela para a carne,
e faz crescer um espírito de avareza e cobiça nos crentes. Mas, ao contrário
disto, Paulo nesta passagem está ensinando que devemos contribuir com o
objetivo de recebermos mais para podermos contribuir ainda mais. Vejamos como
Paulo expressa isto, nos versos 8-11: "8 E Deus é poderoso para
fazer abundar em vós toda a graça, A FIM DE QUE, tendo sempre, em tudo, toda a
suficiência, abundeis em toda a boa obra; 9 Conforme está escrito:
Espalhou, deu aos pobres; A sua justiça permanece para sempre. 10 Ora, aquele
que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a
vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; 11 Para que em tudo
enriqueçais PARA toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a
Deus." Notemos, nesta passagem, que Paulo está asseverando que
Deus abençoará o contribuir generoso fazendo toda a graça abundar sobre o
contribuidor, para que, em consequência, este tenha uma abundância para toda
boa obra. Ademais, Deus promete multiplicar a semente do contribuidor para
semear e promete aumentar a colheita de sua retidão. Estas passagens sem dúvida
alguma apontam para o fato de que Deus abençoa aqueles que contribuem, de modo
que possam dar ainda mais. É muito interessante que isto seja exatamente o que
os Provérbios de Salomão nos ensinam, embora tenham sido escritos centenas de
anos antes.
Provérbios
19:17 "Ao
SENHOR empresta o que se compadece do pobre, Ele lhe pagará o seu benefício."
Provérbios
11:24-25 "24
¶ Ao que distribui mais se lhe acrescenta, e ao que retém mais do que é
justo, é para a sua perda. 25 ¶ A alma generosa prosperará e aquele
que atende também será atendido."
Em
adição, também devemos esperar que Deus nos abençoará na vida futura. Se há uma
coisa que a Bíblia deixa muito clara é que, quando contribuímos, estamos
entesourando para nós mesmos tesouros no céu. Note a ênfase nos tesouros
celestiais, futuros, nas seguintes passagens:
Mateus
6:19-21 "19 ¶ Não ajunteis
tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões
minam e roubam; 20 Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem
a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. 21 Porque onde
estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração."
Lucas
12:33 "Vendei
o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam;
tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não
rói."
1
Timóteo 6:18-19 "18
Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam
comunicáveis; 19 Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o
futuro, para que possam alcançar a vida eterna."
Em
todas estas passagens (quer dirigidas aos discípulos, ao rico jovem
proprietário, ou aos opulentos crentes de Éfeso) a mensagem é a mesma -- o
generoso contribuir será recompensado por tesouros celestiais. Preferirias tu
ter seu tesouro na terra, onde perecerá, ou no céu, onde o gozarás eternamente?
Tua resposta a esta pergunta terá muito a ver com o como verás e usarás tuas
riquezas. O sistema religioso da atualidade impõem aos fieis o desejo de
construir tesouro na terra. Inculcam através de técnicas, as vezes até
contrária a Bíblia, o desejo materialista e carnal, é mais ou menos parecido
com aquela proposta do Diabo: "tudo isso te darei , se me adorares".
4. Devemos contribuir com ânimo e com alegria
Em
2Coríntios 9:7 nós aprendemos qual espírito devemos ter ao contribuirmos
"Cada um contribua segundo propós no seu coração; não com tristeza, ou
por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria."
Se
cada crente soubesse quão grande chuva de bênçãos gozaríamos através do
contribuir, seríamos como os crentes da Macedônia, que imploraram a Paulo para
terem a oportunidade de contribuir (2Cor 8:3-4)! Contribuir da maneira como
a escritura revela, deveria ser visto como um grande privilégio, não como
uma pesada carga ou um doloroso dever. Deus não deseja que seu povo oferte
movido por um sentimento de compulsão, ser empurrado à força e contra a
vontade, mas sim movido por uma atitude de alegria e animação. A suprema e definitiva
passagem no NT que declara a atitude com a qual devemos contribuir, descrevê-la
como "com alegria". Que Deus nos ajude a contribuir em um
espírito que O honre!
5. Devemos algumas vezes contribuir com sacrifício.
Nas
Escrituras temos vários exemplos onde Deus olha com aprovação para o nosso
contribuir sacrificial:
2
Coríntios 8:1-5 "1
¶ Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da
Macedónia; 2 Como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e
como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. 3
Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu
poder, deram voluntariamente. 4 Pedindo-nos com muitos rogos que
aceitássemos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os
santos. 5 E não somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se
deram primeiramente ao Senhor, e depois a nós, pela vontade de Deus."
Logo
de partida, notemos que os crentes macedônicos tinham pouquíssimos dinheiro e
bens. São descritos como estando suportando muita aflição e experimentando
profunda pobreza. Apesar de tudo, também é dito que tinham contribuído além das
suas possibilidades! Que Deus nos habilite a os imitarmos em nossas próprias
vidas!
Podes
tu afirmar que teu contribuir é caracterizado por um espírito de sacrifício com
felicidade? Teu contribuir realmente te é custoso? Realmente representa um
sacrifício? Na realidade, não é quanto contribuímos que é tão importante, mas
sim quanto é que resta e guardamos para nós mesmos, depois de contribuirmos.
Que nosso grande e glorioso Deus nos habilite a praticarmos um gozoso e
sacrificial contribuir!
A motivação do nosso contribuir
Agora
que já temos visto os que as Escrituras nos ensinam com referência ao total, ao
propósito, e à maneira de contribuirmos, voltemo-nos para examinar o que a
Bíblia nos ensina sobre qual deve ser a motivação do nosso ofertar.
1.
O exemplo de Cristo
O
apóstolo Paulo da o exemplo de Jesus Cristo para estabelecer qual deve ser
nossa maior motivação. Considere as palavras de Paulo em 2Cor 8:9, "Porque
já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de
vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis."
Cristo era infinitamente rico em sua existência pré-encarnação, no céu. Era
incessantemente adorado por uma grande hoste de seres angelicais. Sendo Deus,
exercia onipotência, onisciência e onipotência. Juntamente com o Pai e o Espírito
Santo, reinava sobre todo o universo que tinham criado. Todavia, Cristo de
livre vontade escolheu se tornar pobre. Jogou no chão seu direito ao exercício
independente de seus atributos. Nasceu em um estábulo e foi criado por pais
muito pobres. Viveu uma vida obscura e simples. Dependeu do Deus- Pai
para toda a sua sobrevivência. Nunca acumulou possessões durante todo o tempo
de sua vida; na verdade, parece que as únicas possessões que ele podia chamar
de suas foram as roupas sobre suas costas. Ao final de sua vida, pela própria
vontade ele entregou a única coisa que ainda lhe restava, sua própria vida. Ao
depor sua vida Jesus estava dando tudo, para nos livrar dos nossos pecados.
Embora fosse rico, tornou-se pobre.
E
qual foi o propósito deste grande ato de sacrifício? Foi que, através de sua
pobreza, nós nos tornássemos ricos. Nós, aqueles que cremos nele, temos herdado
grandes riquezas: perdão, adoção, justificação, Deus o Espírito Santo habitando
em nós, paz com Deus, acesso a Deus, santificação, e a glória eterna que em
breve virá! Não nos contentemos em dar uma pequena fração de nossa renda.
Oremos que Deus nos habilite a dar mais e mais, para ajudar pessoas sofrendo e
para expandir o reino de Deus através do mundo! Os nossos recursos não deve ser
usados para comprar mansões, jatinhos, emissora de televisão, fazendas,
imóveis, investir em paraíso fiscal. Há um princípio bíblico que os defensores
dos dízimos esqueceu: A prosperidade na antiga aliança estava ligada a ajudar
os necessitados, Deus usou os profetas para denunciarem quando Israel esquecia
desta prática, e em Malaquias 3 o texto preferido dos defensores dos dízimos,
quando Deus afirma que o homem estava O roubando, estava se referindo a falta
de contribuir para ajudar os necessitados e dos levitas proverem alimentação
dos que trabalhavam no templo ( levar o dízimo a casa do tesouro). Na nova
aliança ente princípio e afirmado como vimos acima.
2.
A ordem de Cristo:
Não
apenas temos o exemplo de Cristo para nos motivar, como também temos sua ordem.
Jesus expressou-se muito claramente em João 15:12-13, "12 O meu
mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
13 Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus
amigos.". Jesus, nesta passagem, está ordenando aos seus seguidores
que amem um ao outro de modo idêntico àquele com que Ele os amou -- a saber,
sendo totalmente dedicado a eles. Este tipo de dedicação tem que, pela própria
natureza do caso, incluir a vontade de darmos dos nossos recursos para
ajudarmos um ao outro. Jesus deu tudo, inclusive sua própria vida, por nós. É
deste modo que somos ordenados amar um ao outro. Saberemos se realmente amamos
nossos irmãos e irmãs quando estivermos desejosos de abrir nossa carteiras ou
talões de cheque e dar para satisfazer suas reais necessidades. Que Deus nos
habilite a seguirmos seu Filho em obediência!
CONCLUSÃO
As
Escrituras nos ensinam que o dízimo não é obrigatório para os crentes da nova
aliança. As mesmas Escrituras também nos ensinam que os crentes devem ser
contribuintes voluntários, generosos.
Fonte de Pesquisa
Brian
Anderson , Milpitas Bible Fellowship, 1715 e. Cola Veras Blvd, ca 95035 ,
traduzido por Hélio Menezes da Silva. disponível eletronicamente em:
http://solascriptura-tt.org/VidaDosCrentes/ComRiquezas/DizimoVT-X-DadivarNT-Anderson.htm