segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

IF...

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or, being lied about, don't deal in lies,
Or, being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise;


If you can dream - and not make dreams your master;
If you can think - and not make thoughts your aim;
If you can meet with triumph and disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to broken,
And stoop and build 'em up with wornout tools;


If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on";


If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings - nor lose the common touch;
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run -
Yours is the Earth and everything that's in it,
And - which is more - you'll be a Man my son!



Rudyard Kipling

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

UNITAS FRATRUM

O embrião da Sociedade Missionária Unitas Fratrum. Leia este artigo tirado da revista Ultimato.

A tua palavra é a verdade: a saga dos Irmãos Morávios

Os irmãos morávios e a igreja valdense são os únicos grupos protestantes atuais cujas raízes mais remotas são anteriores à Reforma do século 16. Os valdenses tiveram suas origens em um movimento reformista iniciado por volta de 1175 por Valdès, um comerciante de Lião, no sul da França. Expulsos da Igreja Católica em 1184, seus simpatizantes enfrentaram heroicamente séculos de perseguição, abraçando eventualmente a Reforma Protestante. Refugiaram-se principalmente nos vales alpinos do norte da Itália, na região conhecida como Piemonte, a sudoeste de Turim. Os irmãos morávios, por sua vez, têm uma história ainda mais complexa, mas não menos inspiradora, cujos primórdios remontam à Inglaterra do final do século 14.

De João Wyclif a João Hus

John Wyclif (c.1325-1384) nasceu em Yorkshire, estudou na Universidade de Oxford e abraçou o sacerdócio. Na década de 1360, adquiriu grande reputação em Oxford e outros centros intelectuais como brilhante professor e escritor de filosofia. Posteriormente, tornou-se conselheiro teológico do rei e prestou serviços à coroa inglesa. Defendeu a teoria de que o poder civil tinha o direito de se apoderar das propriedades do clero corrupto. Suas opiniões foram condenadas pelo papa em 1377, mas ele teve o apoio de pessoas influentes e do povo. Após o Grande Cisma (1378), com a existência simultânea de dois papas rivais, suas idéias tornaram-se mais radicais e ele acabou por rejeitar toda a estrutura tradicional da igreja medieval. Em uma série de tratados teológicos, afirmou a autoridade suprema das Escrituras, definiu a igreja verdadeira como o conjunto dos eleitos, e questionou o papado e a transubstanciação. Além disso, incentivou a primeira tradução da Bíblia completa para a língua inglesa (1384).

Eventualmente, Wyclif perdeu o apoio da nobreza e de muitos simpatizantes, mas viveu em paz os seus últimos anos, vindo a falecer em sua paróquia, Lutterworth, no dia 28 de dezembro de 1384. Seus seguidores, conhecidos como lolardos, foram duramente reprimidos nas décadas seguintes. Ensinavam que a missão principal de um sacerdote era pregar as Escrituras e que a Bíblia dever ser acessível a todos nas várias línguas vulgares. Essas idéias contribuiriam para a ampla aceitação da Reforma Protestante pelos ingleses no século 16.

No século 14, a Boêmia (Tchecoslováquia) fazia parte do Sacro Império Germânico. Politicamente, o país estava dividido por conflitos entre os tchecos e a comunidade imigrante alemã, mais poderosa. Em 1382, a Boêmia, até então pouco ligada à Inglaterra, aproximou-se deste país por meio do casamento de uma princesa tcheca com o rei Ricardo II. Jovens tchecos passaram a estudar em Oxford e conheceram as doutrinas de Wyclif, que logo levaram para a sua terra, especialmente para a Universidade de Praga (fundada em 1348). Entre os professores que abraçaram muitas idéias de Wyclif estava o ardoroso Jan Hus (c. 1373-1415).

Hus nasceu na vila de Husinec, estudou na Universidade de Praga e foi ordenado sacerdote em 1400. Pouco antes da ordenação teve uma experiência de conversão pelo estudo da Bíblia e se tornou um zeloso defensor de reformas eclesiásticas. Além de lecionar na universidade, em 1402 foi nomeado pregador da Capela de Belém, o centro do movimento reformista tcheco, alcançando enorme popularidade por suas pregações. Como João Wyclif, ele ensinava que a igreja verdadeira consiste somente dos eleitos, dos quais o cabeça é Cristo, e não o papa. Embora defendesse a autoridade tradicional do clero, Hus afirmava que somente Deus pode perdoar pecados. Acreditava que nem o papa nem os cardeais podiam estabelecer como autêntica uma doutrina que fosse contrária à Escritura, e que nenhum cristão devia obedecer às suas ordens quando estas se revelassem abertamente erradas. Dizia que a igreja devia ter uma vida de simplicidade e pobreza, à semelhança de Cristo. A única lei da igreja era a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, daí a grande importância da pregação. Condenou a corrupção do clero, a adoração de imagens, os falsos milagres, as peregrinações supersticiosas e a venda das indulgências, mas manteve a transubstanciação.

A partir de 1410, as autoridades eclesiásticas e seculares começaram a tomar medidas drásticas contra os wyclifitas. Apesar de ser altamente estimado pelo povo, Hus foi excomungado e seguiu para o exílio no sul da Boêmia, onde escreveu sua principal obra, De Ecclesia (Sobre a Igreja). Munido de um salvo-conduto fornecido pelo imperador alemão Sigismundo, compareceu ao célebre Concílio de Constança (1414-1418), no sul da Alemanha, a fim de justificar as suas posições. Em 4 de maio de 1415, o concílio condenou formalmente João Wyclif como herege e ordenou que o seu corpo fosse retirado da terra consagrada (essa ordem só seria cumprida em 1428). Hus, considerado por todos um wyclifita, recusou-se firmemente a abjurar as suas idéias. No dia 6 de julho de 1415 foi sentenciado e queimado na fogueira, enfrentando a morte com grande coragem e dignidade.

A Unitas Fratrum e os Irmãos Morávios

A notícia da morte de Hus produziu grande revolta na Boêmia, que seria agravada pela condenação do seu amigo e colega Jerônimo de Praga, também levado à fogueira pelo Concílio de Constança, em 30 de maio de 1416. Outra fonte de protestos foi a proibição, pelo mesmo concílio, da ministração do cálice da Ceia aos leigos, prática que se tornara o símbolo do movimento hussita. Surgiram duas facções no movimento: um partido moderado e aristocrático, sediado em Praga, conhecido como utraquistas (referência à comunhão sub utraque, isto é, “em ambas” as espécies) ou calixtinos (do latim calix = cálice), e um partido radical, popular, os taboritas (de Tábor, a sua fortaleza). Os primeiros rejeitaram somente as práticas que consideravam proibidas pela “lei de Deus”, a Bíblia, ao passo que os taboritas repudiavam todas as práticas não sancionadas expressamente pelas Escrituras.

Após um período de conflitos, as duas facções se uniram em 1420, adotando uma agenda religiosa comum, “Os Quatro Artigos de Praga”, que exigiam a livre pregação da Palavra de Deus, o cálice para os leigos, a pobreza apostólica e uma vida de austeridade para clérigos e leigos. Durante alguns anos, eles se envolveram em várias guerras vitoriosas contra os seus adversários. Uma tentativa de acordo com a igreja católica produziu novas lutas internas, sendo os taboritas derrotados pelos utraquistas em 1434, na batalha de Lipany. Fracassado o acordo com o catolicismo, os utraquistas tornaram-se um grupo religioso autônomo, cuja plena paridade com os católicos foi declarada pelo Parlamento da Boêmia em 1485. Alguns anos antes, em 1457, havia surgido a Unitas Fratrum (Unidade dos Irmãos Boêmios), reunindo elementos taboritas, utraquistas e valdenses. Essa igreja absorveu o que havia de mais vital no movimento hussita e tornou-se a precursora dos irmãos morávios.

Com o advento da Reforma, os “irmãos unidos” abraçaram o protestantismo. Nessa época, eles contavam com cerca de 400 igrejas locais e 150 a 200 mil membros na Boêmia e na vizinha Morávia. Expulsos de sua pátria durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), espalharam-se por diversas regiões da Europa e perderam muitos adeptos. Um ano especialmente amargo foi 1621, quando quinze irmãos foram decapitados no “dia de sangue”, muitos crentes foram mandados para as minas ou masmorras, igrejas foram fechadas, escolas destruídas, Bíblias, hinários e catecismos foram queimados. Os poucos remanescentes continuaram a realizar as suas funções religiosas em segredo e a orar pelo renascimento da sua igreja. Um importante líder desse período aflitivo foi o notável educador Jan Amos Comenius (1592-1672), eleito bispo dos irmãos morávios em 1632.

O conde Zinzendorf e Herrnhut

Em 1722, sobreviventes dos irmãos unidos que falavam alemão, residentes no norte da Morávia, começaram a buscar refúgio na vizinha Saxônia, sob a liderança de um carpinteiro, Christian David. O jovem conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf (1700-1760) permitiu que eles fundassem uma vila em sua propriedade de Berthelsdorf, cerca de 110 quilômetros a leste de Dresden. Zinzendorf era fruto do pietismo, um influente movimento que havia surgido recentemente no luteranismo alemão. Esse movimento teve como líderes iniciais Phillip Jacob Spener (1635-1705) e August Hermann Francke (1663-1727), sendo seu principal centro de atividade a cidade de Halle, também na Saxônia, a terra de Martinho Lutero. Os pietistas davam grande ênfase à devoção, à experiência e aos sentimentos, em contraste com a ortodoxia, credos e rituais. Também valorizavam a conversão pessoal, o sacerdócio universal dos crentes, o estudo das Escrituras, os pequenos grupos para comunhão e auxílio mútuo, e um cristianismo prático voltado para educação, missões e beneficência.

Nascido em uma família aristocrática, Zinzendorf recebeu uma educação pietista em Halle dos 10 aos 17 anos. Desde a infância revelou uma intensa devoção pessoal a Cristo e mesmo depois de ingressar no serviço público, em 1721, continuou a ter como interesse predominante o cultivo da “religião do coração”. Foi então que entrou em contato com os morávios. A vila que estes fundaram em sua propriedade recebeu o nome de Herrnhut (“a vigília do Senhor”). A comunidade cresceu e logo se uniram a ela muitos pietistas alemães e outros entusiastas religiosos. Inicialmente Zinzendorf lhes deu pouca atenção, mas em 1727 começou a assumir a liderança espiritual do grupo. Superadas algumas divisões iniciais, no dia 13 de agosto de 1727 foi realizado um marcante culto de comunhão que veio a ser considerado o renascimento da antiga Unitas Fratrum, a Igreja Morávia renovada. A partir de então, Herrnhut tornou-se uma disciplinada e fervorosa comunidade cristã, um corpo de soldados de Cristo ansioso em promover a sua causa no país e no exterior.

Embora Zinzendorf desejasse que os morávios permanecessem como membros da igreja estatal da Saxônia (luterana), gradualmente eles formaram uma igreja separada. Em 1745 a Igreja Morávia já estava plenamente organizada com seus bispos, presbíteros e diáconos, embora seu governo fosse, e ainda seja, mais presbiteriano que episcopal. A essa altura o moravianismo estava criando uma liturgia de grande beleza e uma rica tradição hinológica. A Igreja Morávia restaurada permaneceu pequena, mas sua influência se fez sentir em toda a Europa. Seus primeiros bispos foram David Nitschmann (1735) e o próprio Zinzendorf (1737), que, após uma vida de intensa atividade missionária e pastoral na Europa e na América do Norte, faleceu em Herrnhut em 1760. Certa vez havia declarado, referindo-se a Cristo: “Eu tenho uma paixão; é ele e ele somente”.

Até aos confins da terra

Com o seu zelo por Cristo, os morávios escreveram uma das páginas mais nobres das missões cristãs em todos os tempos. Nenhum grupo protestante teve maior consciência do dever missionário e nenhum demonstrou tamanha consagração a esse serviço em proporção ao número de seus membros. Numa viagem a Copenhague para assistir à coroação do rei dinamarquês Cristiano VI, Zinzendorf conheceu alguns nativos das Índias Ocidentais e da Groenlândia. Regressou a Herrnhut cheio de fervor missionário e, em conseqüência disso, Leonhard Dober e David Nitschmann iniciaram uma missão aos escravos africanos em St. Thomas, nas Ilhas Virgens, em 1732, e Christian David e outros seguiram para a Groenlândia no ano seguinte.

Em 1734, um grupo liderado por August Gottlieb Spangenberg (1704-1792) começou a trabalhar na Geórgia. No Natal de 1741, o próprio Zinzendorf visitou a América e deu o nome de Bethlehem (Belém) à colônia que os morávios da Geórgia estavam criando na Pensilvânia. Essa cidade se tornaria a sede americana do movimento. O mais famoso missionário morávio aos índios norte-americanos foi David Zeisberger (1721-1808), que trabalhou entre os creeks da Geórgia a partir de 1740 e entre os iroqueses desde 1743 até a sua morte.

Herrnhut tornou-se um centro de atividade missionária, iniciando missões no Suriname, Costa do Ouro, África do Sul, Argélia, Guiana, Jamaica, Antigua e outros locais. Em 1748, foi iniciada uma missão aos judeus em Amsterdã. Até 1760, o ano da morte de Zinzendorf, os morávios haviam enviado 226 missionários a dez países e cerca de 3 mil conversos haviam sido batizados. Outros locais alcançados posteriormente foram Egito, Labrador, Espanha, Ceilão, Romênia e Constantinopla. Em 1832, havia 42 estações missionárias morávias ao redor do mundo. Os nomes dos primeiros campos missionários mostram uma característica do trabalho morávio: eram em geral locais difíceis e inóspitos, exigindo uma paciência e dedicação toda especial, traço que até hoje caracteriza o trabalho missionário desse grupo.

Conclusão

Com seu heroísmo, apego às Escrituras e consagração a Deus, os irmãos morávios, embora pouco numerosos, exerceram uma forte influência espiritual sobre outros grupos e movimentos protestantes, especialmente na Inglaterra. A convivência com alguns morávios causou profundo impacto em João Wesley e contribuiu para a sua conversão e o surgimento do metodismo. William Carey, o pioneiro das missões batistas, os admirava grandemente e apelou para o seu exemplo de obediência. Eles também inspiraram a criação de duas das primeiras agências protestantes de missões — a Sociedade Missionária de Londres (1795) e a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (1804). Assim completou-se um ciclo extraordinário: a obra do pré-reformador inglês João Wyclif contribuiu para o surgimento dos morávios e, séculos depois, estes foram uma bênção para a Inglaterra e, por meio dela, para muitos outros povos.

Autor: Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil.

Fonte de Publicação: Revista Ultimato de janeiro de 2009 (www.ultimato.com.br)

Obs. O texto está na integra como foi publicado.

sábado, 5 de novembro de 2011

Convivendo com pensamentos diferentes IV

Na época do novo testamento, existiam alguns grupos que acreditavam que podiam mudar o destino de Israel através da política, das instituições e outros acreditavam que isso somente seria possível com uma revolução armada. Os herodianos, os saduceus e os zelotes, eram grupos que pensavam diferentemente sobre este assunto. O primeiro na política, o segundo nas instituições e o terceiro numa revolução. Como já comentei em postagem anterior sobre os saduceus, nesta postagem vou me ater nos zelotes e nos herodianos.

Os zelotes eram um grupo religioso e revolucionário que acreditava que a submissão a roma fosse traição a Deus. Organizaram-se militarmente no século I a.C. opondo-se a ocupação romana de Israel. Procuravam incitar o povo Judeu a rebelar-se contra o império romano, e expulsar os romanos pela a força armada. Atacavam a noite e eram o terror dos soldados romanos. Também foram conhecidos como cananitas.

Seus simpatizantes eram oriundos da classe baixa de Israel, dos que não tinham status nem pedigree religioso para tirar proveito, como os saduceus e os fariseus. Não tinham nada a perder. Atuaram primeiro na Galiléia, mas durante a Guerra Judaica –romana (66-70), tiveram um papel ativo na Judéia e provocaram a rebelião que culminou com a destruição de Jerusalém em 70 d.C.

Respeitavam o Templo e a Lei. Opunham-se ao helenismo. Professavam um messianismo radical e só acreditavam em um governo teocrático, ocupado por judeus. Viam na luta armada o único caminho para enfrentar aos inimigos e acelerar a instauração do Reino de Deus.

Alguns autores apontam que um de discípulos de Jesus é chamado de Simão, o Zelote em Lucas 6:15 e Atos 1:13, poderia ter pertencido a este grupo antes de se unir a Jesus.

Os herodianos eram um grupo político religioso que amparou a política e o governo da família dos Herodianos, principalmente durante o reinado de Herodes Antipas, que governou a Galiléia e Peréia nos tempos de Jesus.

Em diversas ocasiões os herodianos foram opositores de Jesus (Mt 22:16 Mc 3:6 12:13-17). Nesta ocasião eles unem aos fariseus e saduceus buscando matar Jesus e armando siladas, tentando apanhar Jesus com uma pergunta sobre o pagamento de impostos a César. Alguns autores acreditam que as referências neotestamentárias aos amigos e funcionários do tribunal de Herodes também estão relacionadas aos herodianos (Mc. 6:21, 26; Mt. 14:1-12; 23:7-12).

Os herodianos visavam a fundação de um novo império Judaico independente do governo de Roma e governado pelos Herodes. Esta seita desapareceu com o efetivo domínio romano na região palestina.

O pensamento religioso neopentecostal brasileiro tem uma dose de fermento do zelotismo e do herodianismo. Acreditam que devem tomar posse dos bens materiais para ser usado a serviço da obra do Senhor. E assim fará prosperar os da fé e impor na sociedade um capitalismo cristão. Não aceitam que um “ímpio” seja mais abastado que um cristão.

Como já postei anteriormente este tipo de pensamento no movimento gospel brasileiro teve influência do reconstrucionismo cristão que defende que a igreja deve conquistar o mundo antes do retorno de Cristo, portanto deve controlar as instituições do mundo e convertê-las ao cristianismo.

Este é um comportamento perigoso para os cristãos hodiernos, pois todas as vezes que a igreja se misturou com a política secular, houve degeneração e apostasia da fé.

Próximo ano vai ter eleições no país, o que não faltará é pastores se candidatando a cargos políticos e fazendo analogia do espinheiro para fundamentar suas decisões. Mais será que os crentes conquistando o poder nas instituições ou no congresso nacional haverá convenção ao verdadeiro cristianismo? Como é o histórico dos evangelhos no congresso nacional?

A história dos evangélicos no congresso nacional é feia, sem propósito, se vendem em troca de uma concessão de emissora de rádio ou de doação de terreno para a sua denominação. Há pouco tempo atrás vemos a atuação dos políticos evangélicos escandalizar o país na CPI das Sanguessugas.
A Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional possuia 60 integrantes. Desses 29 foram investigados pela CPMI das Sanguessugas: 14 da Igreja Universal do Reino de Deus; 10 das Assembléias de Deus, 2 da Igreja do Evangelho Quadrangular; 2 da Batista; e 1 da Internacional da Graça.
Em minha opinião particular pastor não era para se candidatar a cargo político! Isso é desvio de função. Deus o chamou para ser pastor (Ef 4.11) e ser político está fora de sua chamada ministerial. Existem cristãos que não teve o chamado de Deus para o pastorado e que pode ser usado no congresso.

Se realmente o pastor foi chamado por Deus deve ficar com sua vocação, mais se for um manipulador de massas que usou o cargo de pastor para atingir seus anseios político e segurança secular esta no caminho certo, pois já é um caído.

Deus realmente ordena aos cristãos tomar o domínio e o poder político das mãos dos ímpios? Após a multiplicação dos pães as multidões queriam fazer de Jesus um rei. Ele podia tomar o poder político e impor um governo cristão.

Jesus antes de sua crucificação afirmou “O meu reino não é deste mundo. Se fosse, os meus súditos combateriam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas agora o meu reino não é daqui “( Jo 18:36).

O Reino de Deus não está cosmovisão do fariseu, nem do saduceu, nem do essênio, nem dos herodianos e zelotes. Ele é fundamentado no amor, que é maior que a fé e a esperança. Se você é pastor seja fiel a sua vocação, pois o cargo de pastor e superior ao cargo de político.

Marcos Avelino

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Convivendo com pensamentos diferentes III

Nesta postagem, além de expor um pouco da história dos essênios, é abordada a questão de usos e costumes e do mundanismo. Como conviver com pessoas que têm sua religiosidade baseada nesta bandeira? O texto é longo mais vale a pena ler.

Segundo Flávio Josefo, na época do segundo templo os principais grupo religiosos judeus eram: Saduceus, Fariseus e Essênios. Quando os príncipes macabeus, apossaram-se do ofício de sumo sacerdote, entristeceram os judeus conservadores, e os essênios denunciaram a situação e formaram comunidades ascéticas no deserto. Josefo refere, na ocasião, a existência de cerca de 4000 membros do grupo, espalhados por aldeias e povoações rurais.

Os essênios viviam em comunidade, cumpriam rigorosamente a lei de Moises e estudavam e procuravam viver os ensinamentos dos profetas. Dentre as comunidades, tornou-se conhecida a de Qumran, pelos manuscritos em pergaminhos que levam seu nome, também chamados Manuscritos do Mar Morto, descobertos em 1947.

Viviam completamente separados do judaísmo de Jerusalém, o qual considerava apóstata. Consideravam-se a si mesmo “os filhos da luz”, e dividiam-se em grupos de 12 com o líder chamado “mestre da justiça”. Aguardavam o dia da batalha final, quando então haveriam de obter a vitória sobre os “filhos das trevas”.

Como os fariseus, eles guardavam todo um ritual de purificação, tomavam banho antes das refeições e a comida era sujeita a rígidas regras de expurgação. Eram radicalmente dualistas em seus conceitos.

Eles anunciavam "a nova aliança" de Deus com Israel. O cristianismo prega grande parte das praticas judaica essênias referente a ética e a pureza espiritual. Embora sua terminologia seja parecida com a do cristianismo, o conteúdo de seu ensinamento tem diferenças relevantes.

Desapareceram por volta de 73 a.c. quando da conquista da fortaleza de massada pelos romanos. Mas suas práticas e ensinamentos influenciavam sobremodo a sociedade judaica na época de Jesus. E muitos dos conceitos essênios ainda inspiram a sociedade religiosa hodierna.

João Batista tinha muito da influência dos essênios no seu comportamento. Vivia no deserto, não bebia vinho (Lc 7.33)e se referia aos fariseus e saduceus como raça de víbora. (Mt 3.7). E como Jesus reagiu ao modo de pensar essênio se a maior parte dos ensinamentos de Jesus era o mesmo ideal essênio de vida espiritual?

A principal diferença dos ensinamentos de Jesus com a prática dos essênios estava no ponto dos essênios se isolarem dos outros Judeus por se acharem superiores espiritualmente. Por isso Jesus afirmou em Mt. 5.14-16 “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.”

Nos dias hodiernos podemos comparar o comportamento essênio com os que tentam servir a Deus em mosteiros, afastado de todos, ou em grupo religioso que se isolam dos outros por pensar que apenas eles são detentores da verdade.

O dualismo essênio, assim como o dualismo grego tem uma contribuição expressiva no comportamento religioso do nosso quotidiano. Na maioria das denominações evangélicas há uma tendência de separar o que é de Deus e o que é do mundo. Falar em mundanismo, crente mundano, e até igreja mundana é discurso comum quando encontra alguém com maneira de pensar diferente. O evangélico que segue a rigor as tradições de sua denominação, seguindo os usos e costumes, pode está vivendo um mundanismo sem dar conta disso! Vejamos o que mundo.

O capítulo da bíblia que mais fala em mundo é João 17, e Jesus faz uma separação de quem é dEle e quem é do mundo. Veja estas passagens “ Eu não estou mais no mundo ; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda-os no teu nome, o qual me deste, para que eles sejam um, assim como nós. (...) Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. (...) Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também estes compreenderam que tu me enviaste. Eu lhes fiz conhecer o teu nome e ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles esteja. (Jo 17.11,21-23, 24-26)

Jesus está afirmando que ser cristão é ter unidade e amor, e ser do mundo e viver na inimizade, na ira e no ódio. O Apóstolo Paulo ensina: “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam.“ (Gl 5.17-21). Viver ao contrário é ser do mundo. É preciso orar e buscar de Deus força para não negar com seu modo de viver aquilo que você prega.

Procurar ser guiado pelo Espírito, e não pela razão, ou pela vontade é a maneira de conviver entre os dualistas, sendo diferente. A bíblia afirma que todos que receberam a Jesus se tornaram filhos de Deus. (Jo 1.12) E o apóstolo Paulo afirma: “mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. (...). O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados.” (Rm 8.12,16-17)

Dualismo influenciam sobremodo a linguagem de uso e costumes nas denominações pentecostais e neopentecostais brasileira. O que é de Deus e o que é do mundo. Como se Deus estivesse interessado em apenas alguns apetrechos da religiosidade. Tudo que fazemos é de Deus e pra Deus. Ele não esta alienado de nossa existência. Temos que ser uma unidade sem dualismo. O apóstolo Paulo ensina: “Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem. Comei de tudo o que se vende no mercado, sem nada perguntardes por motivo de consciência; porque do Senhor é a terra e a sua plenitude. Se algum dentre os incrédulos vos convidar, e quiserdes ir, comei de tudo o que for posto diante de vós, sem nada perguntardes por motivo de consciência. Porém, se alguém vos disser: Isto é coisa sacrificada a ídolo, não comais, por causa daquele que vos advertiu e por causa da consciência; consciência, digo, não a tua propriamente, mas a do outro. Pois por que há de ser julgada a minha liberdade pela consciência alheia? Se eu participo com ações de graças, por que hei de ser vituperado por causa daquilo por que dou graças? Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus. Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a igreja de Deus, assim como também eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos. (I Co 10.23-33)

Você pode Julgar a você mesmo da seguinte forma: Isto que estou fazendo é para a glória de Deus ou para minha glória, para chamar atenção ou parecer diferente?

Muitos seguem a linguagem dos usos e costumes por pressão institucional. Como a linguagem dos cabelos e do véu tirada da interpretação de I Co 11.2-16. Mas o que este texto quer realmente dizer. Paulo escreve uma longa apologia com respeito ao véu e seu uso na comunidade cristã de Corinto.

O Pastor Raimundo de Oliveira comenta: “Nos dias da Igreja Primitiva, a mulher que não usasse véu nos cultos públicos agia como se tivesse rapado a cabeça. Ora, a cabe­ça rapada era algo repugnante para os judeus, já que só as adúlte­ras tinham a sua cabeça rapada, como castigo do seu crime (Nm 5.18). O mesmo acontecia com as escravas, e, às vezes, com as mulheres em luto, mas isso não era usual para as mulheres que estavam no seu estado normal.”

Também entre as religiões pagãs existiam as prostituta cultuais, que estavam ali para servir aos seus deuses nos templos, e a maioria tinha cabelos aparados. Lendo o texto de I Co 10, descrito acima, podemos entender que o apóstolo Paulo estava proibindo rapar o cabelo para não causar escândalo, pois alguém poderia imaginar que as práticas das prostitutas cultuais também fazia parte do cristianismo. Se tivesse cabelo cortado então usasse o véu.

Na época de Paulo as mulheres deveriam usar o véu, não apenas no culto, mas também, de acordo com o contexto histórico, em público, porquanto nenhuma mulher crente da igreja de corinto pensaria ser apanhada na rua sem véu. A imposição de algumas denominações religiosas hoje é de usar véu apenas no culto, usando parcialmente um texto dentro do contexto histórico, como pretexto para tentar contextualizar um costume.

Resumindo afirmo que para conviver com os que pensam dualistamente sobre o sagrado é preciso uma dose de espiritualidade e amor, não buscando seu próprio interesse, mas do outro, para não ser pedra de tropeço para ninguém como afirma o apóstolo Paulo.

Marcos Avelino

domingo, 4 de setembro de 2011

Convivendo com pensamentos diferentes II

 

Buscando ainda mostrar como Jesus se comportou diante das divergências de opinião com relação à fé, trago mais uma reflexão sobre a maneira de pensar e agir de um grupo religioso nos tempos do novo testamento – os saduceus.

Os saduceus era o segundo grupo religioso mais importante em Israel durante o ministério de Jesus. Formado em sua maioria por sacerdotes e ricos líderes judeus, divergiam do modo de pensar dos fariseus e eram os seus principais adversários. Negavam a existência do mundo espiritual e da ressurreição. “Porque os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus reconhecem uma e outra coisa”. At 23.8

O imperialismo grego sobre os judeus influenciou sobremodo a maneira de pensar dos saduceus, que queriam que o judaísmo compartilhasse das vantagens da cultura helenista. Achavam os fariseus radicais e alienados, já que os fariseus lutavam por preservar um judaísmo legítimo. Os saduceus não reconheciam a autoridade da tradição oral, já para os fariseus isso era muito importante.

Interpretavam as escrituras de forma literal e aceitavam como canônico só o pentateuco. Enquanto para os fariseus consideravam toda a escritura do antigo testamento.

Os saduceus tinham menos apoio público que os fariseus, pois a tendência popular e ter regras e rituais para externar a religiosidade. É tentar de alguma maneira materializar algo de divino para fazer parte do culto. Por isso que no encontro de Jesus com a mulher samaritana Ele diz que os verdadeiros adoradores adorarão em espírito e em verdade.

Os fariseus modernos priorizam as tradições na visão de usos e costumes e os saduceus modernos divulgam o liberalismo teológico e negociam as verdades para obter vantagem pessoal. A máfia das ambulâncias é um exemplo vivo de como agem esta classe de religiosos.

Jesus combateu o comportamento religioso dos saduceus, de modo semelhante como ele combateu os fariseus. O orgulho e a falta de amor foi tema do discurso de jesus. Hoje vivemos numa sociedade repleta de neofariseus e neosaduceus. Vejamos como Jesus reagiu a lógica do pensar saduceu.

No livro de Mateus, no capítulo 16, os saduceus juntam-se aos fariseus, mesmo tendo opinião contrária, para tentarem a Jesus. Pediram algum sinal do céu. E Jesus disse que eles não conheciam os sinais dos tempos!

Em Mateus 22.23-38. Eles tentam teologicamente a Jesus. E usaram sua lógica de pensar tentando colocar jesus em situação difícil e provar que a doutrina dos saduceus com relação a ressureição era verdadeira. Jesus os fez calar afirmando que eles não conheciam as escrituras nem o poder de Deus. E afirmou que na ressureição ninguém casa ou dava-se em casamento, e que Deus não é Deus dos mortos e sim dos vivos!

Em Atos 4.1-4 eles mandam prender Pedro e João por pregarem a ressureição dos mortos em Jesus. Em At 5.17,18 eles mandam prender os apóstolos com inveja de ver os sinais de Deus operando através dos apóstolos. Nos dias hodiernos ainda vemos “cristãos” com o mesmo comportamento destes saduceus, condenam ao inferno quem pensar teologicamente diferente da cultura religiosa em que foi criado.

Marcos Avelino

domingo, 28 de agosto de 2011

Convivendo com pensamentos diferentes I

O cristianismo hoje é obrigado a conviver com várias opiniões e teologias diferentes. A pós-modernidade desconstruiu a universalidade dos conceitos ortodoxos e introduziu o pluralismo das opiniões religiosas. A verdade é relativa a cada grupo religioso. As emoções, a tradição e o sentir em alguns ambientes religiosos, têm mais valor do que a bíblia. Há uma fragmentação de Denominações históricas e uma relutância as doutrinas unificadas e abrangentes. É nesse contexto que nascem várias denominações e teologias diferentes a cada dia.

A globalização traz consigo mudança cultural e de comportamento, e a igreja inserida nestas transformações culturais tem que aprender a conviver com essa maneira diferente de pensar. Ela tem que saber diferenciar as tendências heréticas sem cair no legalismo e nem ferir a ética do cristianismo. É preciso ter uma mente cristã equilibrada baseada em princípios e não em fatos

Na época em que Jesus andava como homem entre os Judeus, havia pensamentos diferentes com relação à religião. Observando como Jesus se comportou diante desses grupos podemos tirar grandes lições para nos hoje. Os principais grupos que conviviam no ministério terreno de Jesus eram: os fariseus; os saduceus; os essênios e os zelotes. Nesta postagem vamos focar os fariseus.

OS FARISEUS. Faziam parte de um partido religioso puritano do século II a. C. Segundo Kurt Schubert em seu livro os partidos religiosos hebraicos na época de Cristo, publicado pela Edições Paulinas, afirma que os fariseus foram citados pela primeira vez em 160 a.C. Uma época de crise política, de silêncio de Deus e de invasão cultural provocada pelas nações que conquistaram Israel e ameaçavam a própria identidade do judaísmo. Eles tiveram papel importante naquele contexto histórico na preservação da fé judaica. Na época de Cristo era o grupo religioso mais importante.

Os Fariseus tinham na observância da lei de Moisés, a principal importância da sua homília. As tradições religiosas tinham igual valor as Escrituras Sagradas. Acreditavam num mundo espiritual e na vida após a morte. Preocupava-se muito em mostrar sua religiosidade exterior.

Todos tinham que cumprir uma regra já definida pela Tradição e Ortodoxia farisaica. O novo testamento esta repleto de exemplos de como o pensar religioso fariseu entrava em conflito com os ensinamentos de Jesus vejamos alguns:

Mt 5.20 Jesus diz que se a nossa justiça não exceder a dos fariseus de modo algum entraremos no Reino dos céus. (Como está nossa Justiça?)

Mt 9.11 Censuraram Jesus por comer com publicanos e pecadores. (Porque vocês come com pessoa do “mundo”?)

Mt 9: 34 Os fariseus afirmam que Jesus expulsa os demônios pelo os príncipes dos demônios. ( Eles tinham inveja do poder e autoridade de Jesus. Eles acreditavam que só eles, que “guardavam a lei”, era os verdadeiros representantes de Deus).

Mt 12.2 Afirmam que ao discípulos de Jesus transgrediram a lei colhendo espigas no sábado. (Jesus mostrou para os fariseus que é possível quebrar a letra da lei, desde que seu espírito seja preservado. Deus quer misericórdia e não sacrifício. Não condenar o inocente usando as escrituras)

Mt 12.14 Os fariseus tomam conselho para matarem Jesus por curar um homem no sábado. A letra da lei era mais importante que as vidas das pessoas.

Mt 15.1 Eles censuram os discípulos por não obedecer as tradições. (Algumas denominações tem seu talmude como mesmo valor da bíblia.)

Mt 15.12 Os fariseus se escandalizam por Jesus afirmar que o contamina o homem e o que sai da boca.

Mt 16.1-16 Jesus recomenda a seus discípulos guardarem-se das doutrinas dos fariseus.

Os fariseus tentavam pegar Jesus com constantes perguntas? Mt 19.3; Mt 22.15.

No livro de Mateus capítulo 23 Jesus afirma:

13 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar.

15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós.

23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas.

25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança.

27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.

Hoje o evangelho ainda tem muito do fermento dos fariseus. A santidade esta ligada ao exterior, aos usos e costumes. A fidelidade, a honestidade, a misericórdia e a pureza são negadas pelas atitudes dos ditos evangélicos.

Jesus no meio de pessoas com opiniões diferentes sobre as doutrinas básicas da fé judaica declarou que a lei e os profetas se resumem em dois mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e o seu próximo como a si mesmo. Mt 22.38-40 E agindo pela lei do amor estamos seguindo o exemplo de Jesus.

Devemos deixar Deus trabalhar em nossas vidas para aprendermos a falar as outras pessoas com amor e jamais reagir com ódio. A bíblia nos ensina não deixar que o sol se ponha sobre a nossa ira. Ef 4.26 Você pode se irar, mais guardar a ira é pecado. Jamais evite reconciliar com alguém por orgulho e para não se dar por vencido. “Abominável é ao Senhor todo arrogante de coração; é evidente que não ficará impune” (Pv 16.5) Vamos celebrar a vitória com as outras pessoas e jamais procurar diminuir o sucesso de outros.

Deixe Cristo governar a tua vida pelas leis do evangelho e não deixe os decretos de tuas vontades e orgulho interfiram nestas leis. Assim você poderá conviver com doutrinas diferentes e julgar pela a lei do amor.

Marcos Avelino

sábado, 13 de agosto de 2011

A Verdade sobre a Igreja I

O filho de uma irmã da congregação onde eu servia faleceu. Ela pediu ao pastor para o corpo do seu filho ser velado no templo. O pastor atendeu ao seu pedido. Esse fato gerou uma celeuma entre as irmãs “do mistério” (como são conhecidas as irmãs que faziam parte do círculo de oração da congregação). Elas vieram a mim questionando se não era errado velar um morto na igreja, a casa de Deus.

Eu falei para elas que o Senhor não habita mais em templos feitos por mãos humanas e que o templo não é mais a casa de Deus. Nós somos o santuário do altíssimo. Onde nos estivermos reunidos em seu nome, fazendo a sua obra, Ele está conosco. Ainda que seja em lugares mais vis como um terreiro de umbanda ou um antro de prostituição. Só a igreja saindo dos templos das denominações o evangelho será levado até aos confins da terra.

Pensar na igreja como o templo é um algo em comum com a maioria dos que frequentam as instituições religiosas hoje.

A palavra igreja, “ekklesia” no grego, era uma assembléia de cidadãos convocados para uma reunião administrativa. Era a reunião dos “eklectoi”, reunidos para discutir assuntos políticos do estado. “Ekklesia” deriva do verbo “ekkaleo” que significa chamar a parte1.

“Ekklesia” era uma congregação de pessoas ou assembléia legal, numa cidade grega, formada por todos que tivessem direito de cidadania (chamado a parte) para tratar de assuntos públicos2.

Para uso do cristianismo poderíamos dizer que “ekklesia” é a congregação de crentes, organizados para manutenção das atividades normais da vida cristã, ( doutrina, ordenança, administração) tendo comunhão entre si e com Cristo. 3

A “ekklesia” do novo testamento era um grupo organizado que estava ativamente engajado no comprimento da grande comissão. Dessa organização apenas Cristo era o cabeça. Os crentes mantinham comunhão uns com os outros e com Cristo.

A primeira vez que o novo testamento usou a palavra igreja (ekklesia) foi em Mt 16.18 e se fosse traduzir ao pé da letra do original teríamos: Revelo eu também pedra(no sentido de pequeno deslocamento de material rochoso), sobre esta rocha de verdade revelada edificarei a Minha assembleia e o portão do mundo dos mortos não poderão subjugar (obter domínio).

A rocha revelada era a afirmação de Pedro de que Jesus era o Cristo, o filho do Deus vivo. Não era algo material, mais uma assembleia (imaterial) firmada na Rocha que é Jesus (Espiritual)

Na septuaginta, versão grega do antigo testamento, traduz a palavra kahal por ekklesia. kahal é referente a assembleia ou convocação dos judeus. A maior parte do termo ekklesia no novo testamento tem sentido de uma congregação de fiéis.

Portanto não se deve fazer relação dos templos das denominações com casa de Deus, ou tabernáculo, pois isso ficou com a lei de Moisés. Quando Jesus morreu o véu do templo rasgou de cima abaixo. A partir daí Deus não habita mais em templos feitos por mãos humanas. (At 17.24). Onde estiver dois ou três reunidos em nome Dele, ali Deus está. (Mt 18.20). Ali também está a igreja do Senhor.

A Igreja do Senhor pode ser reunir em um templo, mas quando os cristãos deixarem a reunião, não é mais igreja e sim apenas o templo, uma estrutura material. A Igreja primitiva se reunia nas casas, (At 28.30 Rm 16 5) e também no templo dos judeus (At. 2.46 e At. 5.42).

A igreja não deve deixar de se reunir: em casa, com cultos domésticos onde as famílias estarão se edificando e os vizinhos tendo a chance de ouvir a palavra; em reuniões públicas, bem organizadas, onde as pessoas podem ouvir a mensagem do evangelho; em templos para ouvir relatos do que Deus está fazendo na comunidade, para ensinos dos princípios básicos da fé cristã e para reuniões festivas.

A centralização de todas as atividades da igreja em templos tem mais motivação financeira do que espiritual. Quanto mais vezes a igreja se reune no templo, mais ofertas são tiradas para as denominações.

Esta reunião ativista e diária nos grandes templos é patológica para o cristianismo, pois tira a dimensão de comunidade da igreja e a torna apenas um exército da fé. Enfraquece os laços de comunhão familiares e de edificação mútua dos irmãos. As reuniões que tinha como objetivo cultuar a Deus, aos poucos vai dando lugar ao culto onde o objetivo maior é fazer apresentação para as pessoas que vão ao templo. A igreja se fragmenta entre o grupo que trabalha para instituição e o grupo de cliente. A igreja assim vai perdendo sua identidade.

Marcos Avelino

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1. Raimundo OLIVEIRA, As grandes doutrinas da bíblia, p. 253

2. Ibid., p. 254

3. Ibid., p. 270

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Bispo da Universal se rebela contra programação da Record

Publicado por Redação em sexta-feira - 5 de agosto de 2011 // 6 Comentários

O bispo Romualdo Panceiro (foto), 51, um dos lideres mais importantes da Igreja Universal do Reino de Deus, se rebelou contra Edir Macedo, 66, por causa da programação da TV Record, que têm a IURD como uma de suas principais fontes de recursos.

Segundo o jornal A Folha de São Paulo, a gota d’água está sendo a quarta edição do reality show “A Fazenda”, cujos participantes o bispo chama de “ignorantes indecentes”. Uma das convidadas é a ex-garota de programa Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, e a prostituição tem sido um dos temas das conversas, sem que a prática seja condenada, mas enaltecida.
Além de estar recomendando aos fiéis para que não assistam ao programa, Panceiro, para não entrar em confronto direito contra o fundador da Universal, tem atacado Honorilton Gonçalves, que é seu antigo rival, mas também o homem forte de Macedo na TV Record. Foi Gonçalves que, como vice-presidente da emissora, recentemente propôs acordos milionários ao Clube dos 13 para a obtenção dos direitos de transmissões futebol dos Brasileirões dos próximos anos.
Edir Macedo escreveu em sua biografia – lançada em outubro de 2007 — que Panceiro é seu “herdeiro espiritual”, e desde então o relacionamento entre os dois vem sofrendo erosão. Mas, Panceiro mantém seu poder na Universal. É ele que, muito mais que o Edir, tem contato com os bispos e pastores e é o responsável pelo controle da arrecadação da igreja.
É Panceiro, também, que libera recursos para Record, a pedido de Macedo, de acordo com as prioridades de Honorilton Gonçalves para tentar abalar a liderança da TV Globo na audiência. Só em 2010, a igreja injetou na emissora pelo menos R$ 480 milhões tendo como álibi a compra do horário das madrugadas.
Macedo, em seus programas de rádio, já vinha criticando, de forma genérica, a programação das TVs. Mas agora, para tentar acalmar Panceiro, ele decidiu que os fiéis devem fazer um jejum de “informação secular” durante um período que coincide em parte com o da “A Fazenda”.
De acordo com informação da Folha.com, Panceiro está tentando convencer Macedo a não realizar no próximo ano o “A Fazenda”, cuja produção exige pesado investimento. O argumento de Panceiro seria o de que ele se sente constrangido em exigir dos pastores uma boa conduta moral, afastando, inclusive, os que cometem adultério, enquanto a Record faz apologia de imoralidades com o financiamento da igreja.
Independentemente do que Macedo decidir, e ele levará em conta os índices de audiência do reality show, o fato é que Panceiro está em linha de confronto com o seu chefe. Não tanto por questões de moralidade, mas pelo saco sem fundo em que a Record se tornou para a Universal.

Fonte: Folha, Paulopes

COMENTÁRIO

Na postagem do dia 23 de julho escrevi: Você quer contribuir para o reino de Deus ou reino do Diabo?. Os lobos devoradores afirmam que não se deve procurar saber o que estão fazendo com os dízimos. O dever do mebro é dar, o deles e administrar. “Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos “(Ap 18.4)

Quando da compra da Rede Record, a IURD alardeava que seria o canal do povo de Deus e forçava os membros a contribuir para ajudar na compra da emissora. Aqui em Fortaleza foi uma verdadeira febre - vamos ter um canal da família de Deus. Minha cunhada, membro dessa “igreja”, vendeu cama e geladeira para doar como oferta para ajudar a IURD a comprar a Record.

Após a compra da Rede Record pela IURD, a programação não mudou. E apenas mais uma emissora comercial a serviço do anticristianismo. E para vender seu produto têm que render aos apelos sensuais da mentalidade caída da sociedade hodierna.

Será a vontade de Deus os apelos sensuais da RECORD. Que a edificação tem para a juventude cristã os mutantes e rebeldes? Será que um líder de Deus defenderia a matanças de inocentes apoiando o aborto como planejamento familiar?

Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa produzir frutos maus, nem a árvore má produzir frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis.

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade. (Mt 7.15-23)

Será que estes frutos da IURD e de Deus? Você contribuinte desta “igreja” pode está fortalecendo o reino do anticristo!!! Cuidado. A Eternidade e muito mais que benção materiais! Se o profeta realizar um sinal e levar você a adorar a Mamom , você pode está sendo testado se amas a Deus de todo coração e toda a alma , ou amas mais o que o príncipe deste mundo está te oferecendo no pináculo do templo. (Dt 13.1-5). Pense nisso.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Acautelaivos... Conheça primeiro o “profeta”.

Matéria tirada do site: http://noticias.gospelmais.com.br/dr-morris-cerullo-controverso-braco-direito-pastor-silas-malafaia-23006.html

Dr. Morris Cerullo: Conheça o controverso braço direito do Pastor Silas Malafaia em campanhas polêmicas

Assim como se intitulou e gosta de ser chamado, Dr. Morris Cerullo é um conferencista internacional e sócio majoritário dos escritórios do MCWE – Morris Cerullo World Evangelism – o centro do controle missionário, mas não exerce a função de pastor nem é membro de nenhuma igreja local ou congregação.

A associação Vitória em Cristo (do Pastor Silas Malafaia) afirma que Cerullo “é considerado uma das maiores autoridades mundiais em oração e batalha espiritual”, juntos eles estão lançando uma campanha de prosperidade onde os fiéis estarão doando R$ R$ 911,00 em prol de receberem uma “multiplicação financeira” prometida.

Cerullo perdeu os pais quando criança aos 2 anos de idade e foi criado em um orfanato Judeu Ortodoxo, onde teve uma experiência, na qual segundo ele foi levado para fora para fora do orfanato por dois seres celestiais e viu a Deus face a face, então aceitou verdadeiramente a Jesus como senhor e salvador de sua vida e a partir desta que ele deu início ao seu ministério. Ele afirma que após essa experiência as pessoas devem olhar para seu rosto sempre, pois ali verão a face do próprio Deus.

Formado em 1953 na Escola Divindade em de Nova York , começou a ministrar ao lado e auxiliado de então na época sua noiva e hoje esposa Theresa, com a qual tem três filhos. Hoje possui várias entidades voltadas ao evangelísmo como a School of Ministry (Escola de Ministério, em tradução livre) que é similar a Eslavec, escola de líderes do Pastor Silas Malafaia.

Denúncias

Apesar de seu “bem sucedido” e conhecido ministério, o Dr. Cerullo é causador de grandes polêmicas devido sua forma de abordagem a cerca da prosperidade financeira de fiéis e de meios para obtê-la.

Hoje desligado de qualquer proximidade com o doutor, John Paul Warren, um respeitado pastor da terceira geração de assembleianos que já trabalhou para Cerullo em parceria no seu ministério, entrou com uma ação na justiça contra a organização, depois de confrontar Morris Cerullo quanto a maneira segundo ele, “antiética e as técnicas que ele usa para recolher ofertas do povo”, a ação foi movida em maio de 2000 na corte superior do condado de San Diego e aceita, sendo esta a segunda ação judicial movida contra ele.

Warren diz que Cerullo se apresenta como “Dr. Cerullo”onde quer que seja, mesmo que não tenha nenhuma formação acadêmica e nem mesmo se quer merecimento para ser chamado como tal. Conta também que logo que o evangelista Jim Bakker caiu em pecado e foi condenado e enviado a uma prisão federal por fraude, ele levantou milhões de dólares para comprar suas propriedades.

Segundo ex-parceiro, que participou de muitas viagens com Cerullo, ele afirma conseguir prever o futuro e curar os enfermos. Em algumas de suas pregações o pastor afirma que ele usa expressões como “entreguem-me suas carteiras de dinheiro” e “olhem para o profeta de Deus”.

Dean Broyles, um dos procuradores de Wanrren, diz que o alvo principal de Cerullo é levantar milhões de dólares em nome de Deus para poder manter seu estilo de vida esbanjador tanto nos Estados Unidos como no além-mar.

As acusações feitas por John Paul Warren, são um tanto quanto graves:

  • “Cerullo faz muitas promessas aos seus contribuintes, promessas que ele sabe não poder cumprir. Levanta dinheiro para projetos populares, consegue contribuições, mas nunca leva adiante os projetos e fica com o dinheiro (…) mercadeja o evangelho para fins de enriquecimento pessoal”
  • Assim que assumiu a direção dos escritórios da organização de Jim Bakker, Cerullo usava status de filantropia da MCWE para ganhos pessoais. Os procuradores de Warren afirmam, segundo uma fonte, 70% da receita de Cerullo vem de atividades comerciais da organização, o que bate de frente com a atividade filantrópica que lhe dá isenção de impostos e que sempre houveram problemas dentro da organização, sendo processado por muitos de seus ex-funcionários, devido a violações dos direitos na América.
  • Também segundo os procuradores, Cerullo está impedido de pregar na televisão da Inglaterra a menos que prove que realizou todos os milagres de cura ditos e mostrados.

O prucurador Hunter Lundy, questiona as atitudes e o estilo de vida levado por Cerullo, se seria correto para um pregador do evangelho e afirma, “Cerullo vive numa mansão confortável de doze milhões de dólares na área mais cara do Rancho Santa Fé, bairro de classe alta próximo a San Diego na California. A organização MCWE possui e controla várias propriedades, carros de luxo e um jatinho particular de 50 milhões de dólares decorado com detalhes em ouro, além de outros de menor porte. Ele declarou que seus bens valem hoje mais de cem milhões de dólares”, disse.

A intenção de John Paulo Warren ao entrar com uma ação contra Dr. Morris Cerullo é alertar aos cristãos da América sobre o verdadeiro caráter de Cerullo, pois segundo ele, durante dois anos, lhe pediu que se submetesse à liderança de uma igreja para poder ser corrigido, mas Cerullo sempre rejeitou. Warren se diz testemunha ocular em primeira mão por ter viajado muito ao lado de Cerullo e então decidiu levar seu ex-chefe à Corte.

Informações dizem que a corte de apelação do Estado da Califórnia declarou em 3 de janeiro de 2002 que a organização de Morris Cerullo, com base em San Diego está imune de litígios sob a Primeira Emenda, que orienta as cortes a não se envolverem em disputas internas de grupos religiosos.

Judaísmo

Morris Cerullo se considera um judeu cristão e tem presença forte entre adeptos desta religião já que também prega a teologia da prosperidade para eles sob a alegação que o dinheiro que doaram será para o trabalho missionário judeu.

Por outro lado na Europa o doutor pedia dinheiro para que panfletos fossem enviados a famílias judias afim que elas se tornassem cristãs. A atitude fez com que até o reverendo evangélico Chris Write condenasse a ação: “espiritualmente pervertida e pastoralmente desastroso”, disse.

Embora não haver nenhum processo por isso registrado contra o pregador, a grande maioria dos rabinos condena as suas pregações e o acusam de ser “anti-missionário” e ter praticas enganosas.

Problemas na Europa

Embora ser americano e hoje esteja entrando com seu ministério e produtos no Brasil, a anos o doutor já está na Europa onde inicialmente foi bem sucedido, mas hoje está envolto a polêmicas, controvérsias e até mortes.

No ano de 1991 seu programa no Reino Unido, o “Vitória com Morris Cerullo”, ganhou um aviso especial sendo exibido todas as vezes antes de ir ao ar, em destaque as emissoras que transmitiam seu programa tinham que alertar que os relatos de cura e prosperidade das pessoas que testemunhavam ali não tinham qualquer prova de veracidade, o mesmo valia para as palavras do líder evangélico. Hoje em dia nem sequer o programa é exibido na Inglaterra já que foi proibido pelos mesmos motivos de 1991.

Mortes

Cerullo é famoso por seus eventos em que após muita pregação e recolhimento de ofertas, afirma curar as pessoas. Apesar dos cartazes de pessoas levantando de cadeiras de rodas e outras demonstrações conhecidas de cura, existem vários casos de pessoas que morreram após acreditar no doutor sem igreja. Um dos casos mais famosos aconteceu nos Estados Unidos quando uma idosa chamada Audrey Reynolds parou de tomar seus remédios para epilepsia após receber a cura de Morris e acabou morrendo dias depois em sua banheira. Uma criança de quatro anos com câncer também morreu após crer no pregador.

Na Índia, em 1991, foi realizado um grande evento liderado por Morris onde reuniu cerca de 30 mil pessoas pobres e doentes, após duas horas de pregação o líder declarou cura aos adeptos e nada aconteceu, a confusão foi tamanha que membros do público subiram ao palco para desafia-lo a provar seu dom. No final, sob os gritos de “fraude” e “curandeiro”, Morris Cerullo foi expulso da Índia pela polícia e declarado “persona non grata” pelo governo.

Hoje e Brasil

O ministério do Dr. Morris Cerullo mudou, o tema agora é menos cura e mais prosperidade financeira através da Teologia da Prosperidade, a alta arrecadação de dinheiro continua. O doutor está chegando ao Brasil através do Pastor Silas Malafaia com campanhas que se dizem afim de ajudar o ministério do pastor brasileiro e abençoar financeiramente os adeptos. Os livros do pregador americano são vendidos no Brasil através das empresas de Malafaia que também o leva para seus eventos de treinamento de pastores, afim de ensina-los o que Cerullo prega.

Nas recentes campanhas que Cerullo fez com Malafaia, em todas os adeptos recebiam gratuitamente os ensinamentos do Dr. Morris Cerullo em suas casas.

Fonte: Gospel+

sábado, 6 de agosto de 2011

MORDOMIA CRISTÃ

Se procurarmos uma definição de Deus nas páginas do novo testamento encontraremos: Deus é amor (I Jo 4.8,16); Deus é luz (I Jo 1.5); Deus é Espírito (Jo 4.24). O homem como sua imagem e semelhança deve ser luz (Mt 5.14-16), pois recebemos do seu Espírito para expressar o seu infinito amor.

A efetivação certa da mordomia ajuda a proclamar este amor de Deus através da ação do seu Espírito, com liberdade, sem obrigatoriedade institucional ou motivação emocional, sem perspectiva de receber qualquer coisa em troca, pois nada possuímos tudo é de Deus, somos apenas mordomos. : "Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam"(Sl 24.1). Deus colocou o homem como seu administrador (Gn 1: 28-31). Despenseiros dos mistérios de Deus (I Co 4: 1-12).

E com pesar que vejo o evangelho moderno, legalista em que a mordomia se resume a dar “os 10% de Deus”, então pode-se gozar dos 90% que presume ser seu. E um evangelho sem amor, sem alma e sem verdade. Onde o interesse mercantilista tirou o senso de justiça social, de amor fraternal. Extraiu o senso de comunidade da igreja do Senhor e o transformou apenas num exército de fé que luta por conquistas materiais.

Há uma mentalidade caída hoje, que acredita que “devolver o que é de Deus” para a instituição já é o bastante, e é pecado não fazê-lo. Pode-se adulterar ou fornicar, mentir, roubar, oprimir o funcionário, mais deixar de dizimar jamais. Isto é semelhante o que Jesus combatia:“Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês dão a Deus a décima parte até mesmo da hortelã, da erva-doce e do cominho, mas não obedecem aos mandamentos mais importantes da Lei, que são: o de serem justos com os outros, o de serem bondosos e o de serem honestos.”

Do Senhor são teus filhos, mulher, fazendas, carros, todos teus recursos e tua vida. E Ele te entregou tudo para você administrar, fazer o melhor uso dos recursos materiais e refletir Seu amor nos recursos humanos. No Início da igreja primitiva tudo recurso material era comum ”Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade.” (At.34,35). E o apóstolo Paulo escreveu: "Porque, se vivemos, para o Senhor vi­vemos; se morremos, para o Senhor morremos.” (Rm 14.8).

No Antigo testamento há inúmeras passagens que expressam a vontade de Deus em que seus filhos façam justiça social e no Novo testamento Tiago escreveu: “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo.” (Tg 1.27)

Tudo pertence a Deus. Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela contém, A sociedade atual faz com que a igreja sempre relacione mordomia e herança com bens materiais. Isso devido a busca individual na sociedade secular por estes valores. O homem pertence a Deus, logo seu tempo, a sua influência, a sua oportunidade e seus bens materiais são objetos de sua mordomia.

Jesus conta a história do administrador (mordomo) infiel, que coloca em primeiro lugar a si mesmo e procura segurança no sistema. Como se comporta um mordomo fiel? O espaço não me permite fazer uma exposição sobre mordomia, este assunto exigiria um livro exclusivamente. O mordomo fiel faz justiça social, ele administra os recursos do Senhor. Não espera por governo e nem pelo o tempo em que os Cristãos detenham o poder político. Ele sabe que cada cristão deve fazer a sua parte.

Ouve-se muito frases como: “Os bens materiais devem está nas mãos dos santos a serviço do Senhor”. “Os bens devem está nas mãos dos crentes a serviço da obra do Senhor”. “Os bens devem ser transferido das mãos das pessoas ímpias para serem colocados nas mãos dos cristãos”. “Os crentes devem ocupar todo os espaços na sociedade e da política para impor a sociedade um governo cristão.”

Estes tipos de pensamentos recebem influência de uma teologia Norte Americana conhecida como “teologia do domínio”. Tem como bandeira que a igreja deve conquistar o poder político e impor a sociedade um governo baseado na bíblia sagrada. Enfatiza que os crentes devem dominar o mundo antes do retorno de Cristo. Esta teologia foi formada de um sincretismo de alguns movimentos vejamos:

a.) Reconstrucionismo cristão é um movimento de visão pós milenista que afirma que a igreja deve conquistar o mundo antes do retorno de Cristo, portanto deve controlar as instituições do mundo e convertê-las ao cristianismo.

b.) Teologia do “reino agora” é fruto de um movimento herético denominado “Letter Rain” da década de 40. Defende que a igreja deve se unir sobre a liderança de apóstolos e profetas e se infiltrar nas instituições como representantes de Jesus.

c.) Restauracionismo. Movimento que espalhou-se pelas as Assembleias de Deus do Canadá e EUA. A liderança das Assembléias de Deus rejeitou o movimento por algumas afirmações como: “Deus está restaurando progressivamente as verdades para a igreja desde a reforma protestante”.1

Como fica nossa posição de mordomo diante da afirmação de Jesus “Ninguém pode servir dois senhores; porque ou há de aborrecer a um, e amar o outro; ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas (Mt 6:24)? Como administrar as riquezas na posição de mordomos, se não podemos servir ao Senhor e as riquezas?. Por que personagens bíblico tiveram de optar entre Jesus e as riquezas para poder servir a Deus (Lc 12: 33-34).?

Deus realmente ordena aos cristãos tomar o domínio e o poder político das mãos dos ímpios? Após a multiplicação dos pães as multidões queriam fazer de Jesus um rei. Ele podia tomar o poder político e impor um governo cristão.

Jesus antes de sua crucificação afirmou “O meu reino não é deste mundo. Se fosse, os meus súditos combateriam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas agora o meu reino não é daqui “( Jo 18:36).

Deus nos deu o direito de posses de bens materiais. A prosperidade é fruto de obediência (Dt 6: 1-3; Dt 28 2,11). Na casa do justo há muitos tesouros (Pv 15:6). O servir as riquezas e o amontoar egoísta de riquezas é não considerar a vida no ponto de vista da eternidade. É não buscar as coisas de cima. É centralizar as possessões e não a Deus.

O sonho da maioria dos crentes atuais é ser empresário, para dar testemunho de prosperidade dando dízimos de grande valor. Embora que para isso tenha que explorar seus funcionários, pagando-lhes o mínimo dos mínimos para sobrevivência.

Ser mordomo fiel é cumprir a vontade do Senhor, e a vontade do Senhor e termos justiça social. Podemos ver isso no decorrer da bíblia sagrada (Is 1:17; Zc 7: 9-10). Justiça social é conseqüência da prosperidade( Sl 112: 5,9), o clientelismo é fruto da visão colonialista e capitalista da igreja de hoje. Estamos longe de fazermos justiça social. O Pr. Carlos Queróz comenta:

Repassaram-nos a ideologia do mundo religioso ocidental, onde riqueza é sinal de bênção e ser pobre é desgraça. Neste contexto ideológico “bem de vida” é ter altos salários, casas, carros, etc. (...). Essa ideologia catalizadora da mentalidade elitista de classe média, que está mais propensa a se beneficiar dos sistemas econômicos mundanos, mesmo que servindo, consciente ou inconscientemente, as classes ricas e mantendo sob subserviência as comunidades pobres. Somente uma conversão desta mentalidade, poderá criar condições para a Igreja inverter o seu atual comprometimento com as elites2

Distribuir cestas básicas, contribuir com sociedades filantrópicas ou com causas assistenciais está longe da exigência de Deus para sermos um mordomo fiel e de expressarmos o amor divino. Deus quer que desempenhamos nosso papel de mordomos fazendo justiça social. Devemos lutar por estruturas econômicas que impeçam o surgimento extremo de riqueza e pobreza. Devemos ser mordomos compartilhando os recursos econômicos entre nossos irmãos. Prosperidade sem esse zelo bíblico e um sinal claro de desobediência.

Notas

_____________________

1. Paulo ROMEIRO, Evangélicos em crise, p. 159-160

2. Carlos QUIROZ, Cristo e a trasformação social no Brasil,

p. 42

Marcos Avelino

sábado, 30 de julho de 2011

Dízimos…. e mais dízimos

Depois que Caio Fábio declarou: “Não aceite o texto de Malaquias no qual a igreja estelionatária pegou para si“;.(...) “O dizimo sempre foi estabelecido para Israel para o sustendo da ordem levítica para manutenção do templo, para distribuição aos pobres”;(...) “Hoje por estarmos no tempo da Graça e não mais na Lei, nenhuma pessoa deve levar o dízimo a nenhum templo nem lugar”. E desafiou qualquer pastor evangélico para discutir sobre o tema. Causou um verdadeiro pandemônio entre os defensores desta prática. Como não há argumentos bíblicos para derrubar a afirmação de Caio, apelam para diversas formas de ataque como: não devemos escutar quem está caído; Caio Fábio demonstra que não consegue se conformar em estar longe dos holofotes que sempre focaram-lhe nas décadas de 80 e 90; para sair do ostracismo e voltar a ocupar o patamar de antes, a melhor estratégia é acusar, atacar, apontar o dedo e diminuir os outros; no passado Caio Fábio defendeu o dízimo até onde era conveniente para ele;

Caído ou não. Querendo sair do ostracismo ou não. Este homem, que não tem nada a perder, afirmou uma verdade incontestável.

Esta semana enquanto lia no sítio http://baugospel.com.br/caio-fabio-fala-sobre-o-dizimo-e-desafia-pastores-no-brasil/ mais uma tentativa de explicação sobre a prática de dizimar, encontrei nos comentos sobre esta matéria, comentada por Giovanni, um dos estudos mais completos sobre o assunto. Vale a pena ler! Coloco abaixo o texto na íntrega.

É interessante saber responder bem à seguinte pergunta: Quando começa o Novo Testamento? É em Mateus 1 ou na Cruz? Quando alguém diz que Cristo corroborou o que o VT diz sobre o dízimo esquece também de dizer que naquela ocasião o dízimo estava em vigor e por isso Cristo disse o que disse, e especificou o que o VT sempre disse: dízimo nunca foi dinheiro, mas sempre foi alimentos (por isso Jesus falou de ervinhas e temperinhos e não de moedas e centavos).

A Lei e os Profetas duraram (profetizaram) até João Batista. Este João foi o profeta que apresentou o Messias prometido a Israel. O Antigo Testamento preparou o caminho (serviu de aio) até Cristo. “Porque o fim da Lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê”. (Romanos 10:4). Jesus Cristo mostrou aos judeus a necessidade de um novo pacto, mais aperfeiçoado. Durante o seu ministério, Jesus falou muito aos judeus, indicando que a Lei não os aperfeiçoou espiritualmente e que a tradição ofuscou muito a essência dos ensinamentos da Lei.

Por ter Jesus nascido sob a lei (Gálatas 4.4) vemos, nos Evangelhos, muitas vezes Jesus ordenando que se cumprisse o que determinou Moisés e mais algumas retratações da lei, na antiga aliança.

Dessa forma, podemos observar muitas passagens que devem ser entendidas como período de transição entre o AT e NT, que muitos confundem com NT. Por exemplo:

Em Lc 1.15 o anjo Gabriel consagra João Batista ao nazireado, conforme Nm 6.3.

Em Lucas 2.21 Jesus é circuncidado obedecendo o disposto em Levítico 12.3;

Em Lucas 2.22 Maria se purifica conforme estabelecido em Levítico 12.4;

Em Lucas 2.23 os pais de Jesus oferecem o sacrifício prescrito em Levítico 12.6-8;

Em Mateus 8.4 Jesus manda um leproso fazer o sacrifício prescrito em Levítico 14;

Em Lucas 19.8 Zaqueu se submete duplamente à pena estabelecida em Êxodo 22.9;

Em Mateus 17.24 Jesus paga o imposto estipulado em Êxodo 30.11-16

Em Mateus 26.17 Jesus e os discípulos cumprem o requerido em Êxodo 12.1-27.

Vemos então que enquanto Jesus vivia, a Lei Mosaica estava em vigor. Como entender Mt 8.4, onde Jesus ordena a apresentação de um sacrifício de animal ao que havia sido curado de lepra? É necessário que façamos isto hoje? Evidentemente que não. Da mesma forma, quando, em Mt 23.23, Jesus ordena aos fariseus que dessem o dízimo do cominho, da hortelã e do endro, devemos entender que eles estavam debaixo da mesma aliança mosaica que obrigou o leproso a cumprir o ritual de Levítico 14.

O Novo Testamento (Nova Aliança, Novo Pacto, Novo Compromisso) começa com a morte de Jesus Cristo na Cruz do Calvário; quando o véu se rasgou. Antes do sangue de Jesus Cristo ser derramado na cruz, o pacto vigente era o Antigo Testamento. Jesus em seu ministério antes da cruz, mostrou ao povo a necessidade de um melhor pacto com Deus. Demonstrou ao jovem rico que guardar a lei não o aperfeiçoou espiritualmente; demonstrou aos fariseus e escribas que dizimar não os aperfeiçoou espiritualmente; demonstrou às autoridades religiosas a sua cegueira espiritual.

Cumprir uma tarefa significa concluir uma tarefa. A Lei foi cumprida por Cristo. A Lei apontava para Cristo, serviu de aio (condutor) até o Messias. Chegado o Messias, a lei já não tem mais função. Mas o Novo Testamento só pôde ter início com a morte de Jesus Cristo na cruz.

Marcos 14:24 “E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que por muitos é derramado.”

Faço um questionamento para aqueles irmãos que dizimam porque entendem ser um mandamento válido para o cristão: Qual dos cinco dízimos que aparecem na Bíblia é entregue hoje nas igrejas? 1 – O dízimo de Abraão – Gênesis 14:17-20 2 – O dízimo do rei – 1Samuel 8:11-17 3 – O dízimo dos levitas – Números 18:21-24 4 – O dízimo das festas – Deuteronômio 14:22-27 5 – O dízimo dos pobres – Deuteronômio 14:28-29 Estes são dízimos bíblicos. Se o que tu praticas não for nenhum destes, não é um dízimo bíblico.

O DÍZIMO É BÍBLICO, MAS NÃO É MANDAMENTO PARA O CRISTÃO. Deus faz alianças. Fez uma com Noé. Fez outra com Abraão. Fez outra com o povo de Israel no Sinai. Fez conosco (gentios), por Jesus Cristo. A aliança com Abraão não tinha como mandamento o dízimo, mas sim a circuncisão. O dízimo dado a Melquisedeque foi voluntário. Além de voluntário, foi dado uma única vez. Além de voluntário e dado uma só vez, foi a partir de despojos de guerra. Além de tudo isso, os outros 90% Abraão devolveu ao rei de Sodoma. O QUE TEM ESSE DÍZIMO A VER COM O QUE SE DÁ TODO MÊS NAS IGREJAS? A aliança que Deus fez com ISRAEL no Sinai tinha como ordenança a prática de dizimar. Era a base de sustento do sacerdócio levítico e também promovia a justiça social (Deuteronômio 14:23-29). Peço atenção especial ao último versículo deste texto indicado. A promessa de prosperidade estava CONDICIONADA ao fato de o dizimista abençoar a vida do pobre e do deserdado. Era a condição para a bênção divina. Apenas os LEVITAS e os POBRES tinham autoridade para receber dízimos. MAIS NINGUÉM, nem os sacerdotes. O QUE TEM ESSE DÍZIMO A VER COM O QUE SE DÁ TODO MÊS NAS IGREJAS? Malaquias foi escrito dentro do contexto do Pacto do Sinai. É o último livro do Velho Testamento. Quem quiser realmente compreender o texto de Malaquias deve ler Neemias e Esdras, seus contemporâneos. Em Neemias encontra-se muito mais sobre dízimo do que em Malaquias.

Havia turmas de sacerdotes e levitas que serviam no templo. Cada turma ficava uma semana no templo. Os dizimistas entregavam dízimo aos levitas e esses, por sua vez, separavam o dízimo dos dízimos (que tinha que ser a melhor parte dos dízimos recebidos por eles) e levavam a uma câmara do templo, chamada casa do tesouro, onde eram depositados os mantimentos (alimentos) para o sustento da turma da semana no serviço do templo. Acontece que os levitas não entregavam o melhor muitas vezes. E os sacerdotes não queimavam a melhor parte das ofertas que eles recebiam, conforme a lei e ainda roubavam alimentos. Havia, desta forma, grande desleixo e irresponsabilidade.

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro” foi escrito para os levitas, pois a eles somente cabia levar dízimos a essa câmara (Neemias 10:38). DEUS NUNCA MANDOU O DIZIMISTA TRAZER DÍZIMO À CASA DO TESOURO. E, como vimos, a casa do tesouro não era o templo, muito menos é hoje o prédio da congregação, mas um depósito apenas. O QUE TEM ESSE DÍZIMO A VER COM O QUE SE DÁ TODO MÊS NAS IGREJAS? Quem teria a autoridade espiritual de receber dízimo hoje? A viúva, o órfão e o estrangeiro (Deuteronômio 14:28-29) – o pobre recebia dízimo no Antigo Testamento. Hoje, quem tem pouco ainda é obrigado a tirar 10% pois senão estará “roubando de Deus”. Que covardia! Que infâmia! Na ausência do templo e do serviço levítico no templo, resta hoje apenas a outra categoria de pessoas com autoridade para receber dízimos: o órfão, a viúva e o estrangeiro (ou seja, os pobres e necessitados).

Dízimo é para pagar contas?

Por que uma igreja não sobreviveria hoje somente com ofertas? Por que alguns entendem que oferta é necessariamente menos do que 10% da renda mensal?

Vimos em Atos que as ofertas podem ser muito mais do que 10%, quando os membros da igreja têm compromisso com missões e caridade.

Mas o dízimo era, no passado, usado para construção, reforma e aquisições para o templo? Não, pois não se tratava de dinheiro, mas de alimentos para o levita, o órfão, a viúva e o estrangeiro peregrino (Deuteronômio 14:28-29). A promessa de bênção ao dizimista veterotestamentário estava diretamente relacionada ao versículo 29. Basta conferir na sua Bíblia. Mas, então, como o templo foi construído e mantida a sua estrutura? De onde vinham os recursos para a construção? Resposta – Da mesma fonte dos recursos da construção do tabernáculo, em Êxodo: das ofertas voluntárias.

Muitos confundem dízimo com primícias e ofertas. São coisas diferentes na Bíblia. “Honra ao Senhor com as primícias de tua renda” não se referia ao dízimo. A viúva que depositou duas moedinhas na arca do tesouro, e que recebeu elogio de Jesus, estava ofertando e não dizimando. Ofertas podiam ser em dinheiro, dízimo, porém, apenas em alimentos.

Se numa aliança menos perfeita, os dízimos eram para o sustento dos deserdados, dos pobres e dos necessitados, hoje, em uma aliança melhor, teriam uma destinação menos nobre? O OBJETIVO DA PROSPERIDADE – Muitos interpretam erroneamente a frase “abrir as janelas do céu” (ver o significado em Gênesis 7:11 e 8:2) como uma promessa de Deus para a vida financeira. De certa forma era, pois a chuva dava ao agricultor e ao pecuarista judeus uma boa expectativa com relação à sua produção rural. Mas tudo dentro do contexto correto. A observância do dízimo, pela justiça social que o mesmo produzia, era a garantia de prosperidade para o povo de uma maneira geral, pois a terra produziria abundantemente. Observe atentamente que a promessa era diretamente relacionada ao cuidado com os pobres (Deuteronômio 14:29). Podemos afirmar que era a condição para a bênção.

Só seria abençoado se abençoasse os pobres. PROMESSAS -> O justo será abençoado com saúde, prosperará e terá galardão mediante o auxílio amoroso e sincero ao pobre e ao necessitado. SALMO 41:1-3 / ÊXODO 22:21-25 / PROVÉRBIOS 19:17 / PROVÉRBIOS 22:9LUCAS 14:12-14 / 2CORÍNTIOS 9:9 / MATEUS 25:34-40 EXORTAÇÕES -> Deus exorta àqueles que O amam a cuidar do pobre e do aflito. DEUTERONÔMIO 15:4-11 / DEUTERONÔMIO 24:14-15 / PROVÉRBIOS 14:31 / TIAGO 1:27 JUÍZOS -> Consequências para os que desprezam ou maltratam os desamparados. JÓ 20:15-21 / PROVÉRBIOS 21:13 / PROVÉRBIOS 28:27 / MATEUS 25:41-46 / TIAGO 4:3 A segunda parte do pacto com Abraão ordena: “Sê tu uma bênção” (Gênesis 12:2). Em Mateus 22:35-38, o Senhor Jesus compara o mandamento de amar a Deus com o de amar ao próximo. Essa lição é reafirmada em Mateus 25:31-34 quando o Senhor diz que quem cuida do necessitado e do aflito honra ao próprio Senhor Jesus.

Quando surgiu o dízimo na igreja cristã? Você sabia que o dízimo foi cobrado pela igreja só depois de 500 anos da partida de Jesus? Foi introduzido, embora com pouco êxito inicial, no Concílio local de Mâcon, no ano 585. Apenas uns duzentos anos após isso é que ganhou força, passando a ser considerado tributo obrigatório à Igreja Católica (por Carlos Magno, de 777 d.C).

Portanto, para aceitarmos a prática do dízimo, principalmente com o grande desvio de finalidade como vemos hoje, teremos que desprezar o estudo da Bíblia e também a história da Igreja, incluindo os apóstolos e os líderes dos primeiros séculos da história do Cristianismo.

“Os que possuem alguma coisa e queiram, cada um conforme sua livre vontade, dão o que bem lhes parece, e o que foi recolhido se entrega ao presidente. Ele o distribui a órfãos e viúvas, aos que por necessidade ou outra causa estão necessitados, aos que estão nas prisões, aos forasteiros de passagem, numa palavra, ele se torna o provedor de todos os que se encontram em necessidade.” (JUSTINO MÁRTIR, 100 A 165 d.C.). Atos 15:5-11. (dízimo, além de nunca ser dinheiro, é Lei Mosaica).

2Coríntios 9:7. (se pré-estipular não é conforme propõe no coração, nem é livremente, nem é sem constrangimento, mas por “medo de estar roubando a Deus” e por “medo do devorador”).

Hebreus 7:11-22 (dízimo era base de sustento do sacerdócio levítico e este falhou miseravelmente). Hoje, infelizmente, a religiosidade desviou a sua finalidade inicial, sendo recolhido e aplicado para fins diversos. Além disto, restaurou-se em boa medida a força da Lei e suas maldições, numa clara afronta à Graça. Também é utilizado dentro do âmbito da famigerada teologia da prosperidade, servindo para introduzir sementes de ganância e egoísmo no meio da congregação dos crentes. Fiquemos, pois, com a simplicidade do Evangelho, nas palavras de Tiago 1:27: “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo”. Amém.

CONCLUSÃO

1) Malaquias não foi dirigido aos cristãos, mas aos judeus. Era um texto completamente da LEI. A Lei Mosaica não está em vigor para nós, cristãos, pois foi cumprida por Jesus. Hoje estamos sob a Graça.

ATOS 15 – nesse capítulo vemos os judeus cristãos ensinarem aos gentios cristãos que estes deveriam guardar a Lei. Os apóstolos, ao saberem disso, repreenderam aqueles que estavam ensinando a Lei, pois não era essa um pacto entre Deus e os cristãos, mas entre Deus e Israel.

É por isso que não guardamos mais o sábado, nem nos circuncidamos, nem cumprimos mais os outros 613 preceitos da Lei. Só o dízimo perdurou.

2) O apóstolo Paulo diz: “Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las” (Gálatas 3:10). Nesse caso, quem entrega o dízimo e não cumpre todos os 613 mandamentos da Lei de Moisés está recebendo maldição, em vez da bênção propalada pelos pastores e líderes malaquianos. Leiam todo o Livro de Gálatas e atentem bem nos ensinos de Paulo.

3) As igrejas que exigem dízimos e ofertas elevadas, mesmo sendo o dizimista e o ofertante muito pobres são muitas vezes dirigidas por pastores sem um curso teológico, com má interpretação do fundamento e finalidade dos dízimos e das ofertas. Outros se deixam levar pela tradição ou pelo medo de a arrecadação diminua, tornando a Igreja sem recursos. Isso não está certo, pois Deus tocará os corações dos ofertantes e a igreja sempre estará funcionando e sendo vitoriosa.

4). Jesus defendeu a entrega dos dízimos pelos fariseus, pois Ele veio para as ovelhas perdidas da Casa de Israel e estava cumprindo toda a Lei. Mas a Igreja vive na GRAÇA, conforme nos ensina Paulo, a quem o Senhor entregou o apostolado dos gentios. DÍZIMO COMO ORDENANÇA É PRECEITO UNICAMENTE MOSAICO, E QUEM PROCURA JUSTIFICAR-SE PELA OBSERVÂNCIA DA LEI ESTÁ:

Tornando sem valor a morte de Cristo (Gálatas 2:21)

Vivendo na carne e não no Espírito (Gálatas 3:2,3)

Colocando-se debaixo da maldição (Gálatas 3:10)

Metendo-se debaixo de jugo (Gálatas 5:1; Atos 15:10)

Separando-se de Cristo e caindo da Graça de Deus (Gálatas 5:4)

Pondo-se debaixo do ministério da morte e da condenação (II Coríntios 3:7-9) OBSERVAÇÃO IMPORTANTÍSSIMA – Após esse estudo, talvez a tua visão sobre o objetivo do dízimo tenha sido tremendamente modificada. Tenhas muita sabedoria ao conversar com alguém sobre esse assunto, pois a nossa liberdade não pode servir de escândalo ao irmão. E que fique bem claro que as ofertas são um ensinamento cristão e são muito úteis para a promoção do Reino de Deus. Oferte com generosidade e muita alegria no coração, pois é mesmo um privilégio.

sábado, 23 de julho de 2011

Dízimo… Dízimo… Dízimos…

Existem algumas práticas do judaísmo, que foram tiradas de elementos da cultura da época e separada ou adaptada para uso judaíco e, portanto, bem anteriores a lei de Moisés. A pascoa, que era uma festa entre os pastores nômades que comemoravam a entrada da primavera, e Deus descreveu o sacrifício do cordeiro e tornou uma festa particular - a páscoa do Senhor (Gn 12:11 ). Outra prática anterior a lei de Moisés está a prática de dizimar a uma autoridade representante da divindade. E Deus descreveu as regras, os objetivos e o uso dos dízimos na lei para o povo de Israel. Nesta postagem pretende-se fazer uma reflexão sobre uma destas práticas, o dízimo.

Discordo de quem afirma que o dízimo não pode ser dado para quem vive sobre a graça de Jesus. O cristão hoje é livre, se ele quiser dizimar o faz de por gratidão e não por obediência a lei. No Antigo testamento havia uma obrigatoriedade para com a lei, hoje há uma voluntariedade como era na era anterior a lei.

A prática de dizimar é bem mais antiga que a própria Lei. Em Gênesis 14.18-20: Abraão deu o dízimo dos despojos da guerra ao Rei Melquisedeque, sacerdote do Deus altíssimo. Isto aconteceu aproximadamente quinhentos anos antes da promulgação da lei ao povo hebreu. Jacó ao fugir de Esau, fez um voto ao Senhor, pedindo proteção e benção em sua viagem, dizendo que ao voltar daria ao Senhor o dízimo de tudo quanto tivesse ganhado. (Gn 28.20-22). Em ambos os acontecimentos, não havia uma lei que ordenava a Abraão ou a Jacó a darem o dízimo. Eles fizeram voluntariamente. Abraão por gratidão a Deus, pois sabia que o Senhor estava no controle de tudo e sua vitória foi concedida por Ele. Jacó em retribuição as bênçãos recebidas. Não há relatos que Isaque, José ou seus irmãos dizimaram a alguém.

Apesar dos líderes (pastores, bispos, apóstolos, patriarcas, etc...) citarem excessivamente o antigo testamento para defender a obrigatoriedade do dízimo, mesmo se dizendo levitas, não estão dispostos a pagar o preço de ser levita. Pois os levitas não podiam ter posses ou herança. “Disse também o Senhor a Arão: Na sua terra, herança nenhuma terás e, no meio deles, nenhuma porção terás. Eu sou a tua porção e a tua herança no meio dos filhos de Israel.” (Nm 18.20). Os Dízimos hoje são cobrados para os líderes manterem a pompa. Carros de luxo, coberturas, prédios suntuosos etc... O Dízimo na lei de Moisés era destinado a prover as necessidades básicas dos levitas. ”Aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, serviço da tenda da congregação. E nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não levem sobre si o pecado e morram. Mas os levitas farão o serviço da tenda da congregação e responderão por suas faltas; estatuto perpétuo é este para todas as vossas gerações. E não terão eles nenhuma herança no meio dos filhos de Israel. Porque os dízimos dos filhos de Israel, que apresentam ao Senhor em oferta, dei-os por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel, nenhuma herança tereis.” (Nm 18.21-25) Veja também II Cr 31.13-19

Os dízimos também tinha como finalidade a beneficência aos estrangeiros, órfãos e as viúvas. “Então, virão o levita (pois não tem parte nem herança contigo), o estrangeiro, o órfão e a viúva que estão dentro da tua cidade, e comerão, e se fartarão, para que o Senhor, teu Deus, te abençoe em todas as obras que as tuas mãos fizerem.” (Dt 14.29). Atualmente as “igrejas“ fazem o culto do quilo (cada membro traz um quilo de algum alimento), ou arrecadam alimentos na comunidade para fazer cestas básicas para darem aos mais necessitados da congregação. Tocar no dízimo para este fim é fora de cogitação, mesmo sendo bíblico.

Atualmente os dízimos estão sendo direcionados para os proprietários das denominações, ou para a oligarquia religiosa que as comandam. Portanto os dízimos no antigo testamento estavam destinados a suprirem os levitas, não eram usados para construção do tabernáculo ou do templo. O dízimo não era dinheiro, nem ouro e nem prata. Lendo Dt 14.24-27, isso fica bem claro.

Hoje vivemos na dispensação da graça, houve mudança na ordem sacerdotal e da lei. Na epístola aos hebreus, a palavra assevera que a lei de recolher o dízimo do povo foram dada aos sacerdotes filho de Levi e que este sacerdócio tem uma ordem. “Ora, os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm mandamento de recolher, de acordo com a lei, os dízimos do povo, ou seja, dos seus irmãos, embora tenham estes descendido de Abraão.”(Hb 7.5)

7Evidentemente, é fora de qualquer dúvida que o inferior é abençoado pelo superior. 8Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de quem se testifica que vive. 9E, por assim dizer, também Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão. 10Porque aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando Melquisedeque saiu ao encontro deste 11Se, portanto, a perfeição houvera sido mediante o sacerdócio levítico (pois nele baseado o povo recebeu a lei), que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão? 12Pois, quando se muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei.. “(Hb 7.7-12)

O texto acima deixa claro que os sacerdotes Levíticos recebiam os dízimos segundo a lei (v 5), Porque através deles (sacerdotes Levíticos) o povo recebeu a lei (v 7) e mudando-se o sacerdócio, a lei precisa também ser mudada (v.12). Deus enviou outro sacerdote porque o sacerdócio levítico não era perfeito (v11). Toda a lei de Moisés foi abolida por Jesus, inclusive o dízimo. Os líderes religiosos atuais não são da ordem levítica, e as regras para o dízimo fora direcionada especificamente aos filhos de Levi, aos que receberam o sacerdócio do Senhor Deus. E Jesus afirmou que a lei e os profetas duraram até João (Lucas 16.16). Mudou o sacerdócio e a lei, inclusive a obrigatoriedade do dízimo.

Além do texto de hebreus, existem mais duas referências ao dízimo no novo testamento. Vejamos: Em (Mt 23.23 e Lc 11.42) Jesus censurou os escribas e fariseus, dizendo-lhes: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas! 24Guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo!

Esta é a única passagem no novo testamento que os defensores da obrigatoriedade do dízimo usam em defesa de sua teoria. Mas Jesus está afirmando que a justiça, a bondade e a honestidade são mais importantes que o dizimar. Afirmam que embora dizendo que o dízimo é menos importante que a justiça, a misericórdia e a fé, ele recomendou a manutenção dessa ordenança da lei, dizendo: “devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!”. A razão de Jesus ter afirmado isso é que naquele momento Ele estava cumprindo a lei. O fim da lei é Cristo (Rm. 10:4). Portanto, Jesus ainda não tinha sido crucificado. A nova dispensação não se iniciou com o Seu nascimento, mas na Sua morte (Gl 3.22-25 e 4.4, 5). O sinal foi o véu do templo rasgado de alto a baixo. Naquele momento toda a ordenança da lei de Moises foi encerrada, iniciado a nova aliança pelo Seu sacrifício.

Jesus disse: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.”( Mt 5.17 e 18). E Jesus cumpriu a todo o cerimonial da lei conforme (Lc 2.22-39). O apóstolo Paulo afirma que se a justiça provem da lei,  segue-se que Cristo morreu em vão (Gl 2.21).

Jesus disse: “Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos  céus.” (Mt 5.20). Foi exatamente para os escribas e fariseus que Jesus ordenou que cumprissem a lei de Moisés, a qual ordenava o dízimo. (Mt 23:23) Na nova aliança não precisamos voltar a ritual da lei Mosaica, não somos judaizantes ou uma seíta do judaísmo, não somos remendo novo em pano velho. O cristianismo é vinho novo e não pode se colocado em odres velhos..

O mais interessante é que atualmente quando as instituições que usam esta passagem como base para defender a obrigatoriedade dos dízimos vão escolher seus líderes, eles consideram o primeiro critério ser dizimista. E se o dízimo for alto ai então não precisa nem provar ser honesto e justo.

A Outra passagem neotestamentária que se refere a dízimo está na parábola do fariseu e do publicano (Lc 18.9-14), ”Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado”.

Jesus colocou outra vez o dízimo, e outros rituais da lei como coisa menos importante. Suplicar a misericórdia do Senhor é superior a ser dizimista fiel. Quanta semelhança com os nossos dias em que o dízimo esta se transformando em instrumento de troca com Deus! Colocam até Deus na parede exigindo a benção em troca dos dízimos dado. O apóstolo Pedro adverte sobre este nosso tempo em II Pedro 2.1-4.

Em algumas instituições religiosas é vetado ao líder dizimar no local onde administra. Porque o líder não pode administrar seu próprio dízimo. Vejamos o texto: “Quando o caminho te for comprido demais, que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que o Senhor, teu Deus, escolher para ali pôr o seu nome, quando o Senhor, teu Deus, te tiver abençoado, então, vende-os, e leva o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que o Senhor, teu Deus, escolher. Esse dinheiro, dá-lo-ás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, ou ovelhas, ou vinho, ou bebida forte, ou qualquer coisa que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor, teu Deus, e te alegrarás, tu e a tua casa; porém não desampararás o levita que está dentro da tua cidade, pois não tem parte nem herança contigo..”  (Dt 14.24-27).

Impossibilitado de dar o dízimo, O Senhor instruiu, que o seu dízimo deveria ser vendido, e o dinheiro colado na tua mão, (não na mão do levita, nem do pastor) e comprar o que tua alma desejar, no local onde o Senhor escolher para ali por o seu nome. Aqui está um caso em que o Senhor ordena a administrar seu dízimo. Além de não desamparar o homem de Deus que está na tua cidade.

Não estamos mais debaixo da obrigatoriedade da lei, e não também devemos nos submeter a escravidão institucional. Se você conhece um obreiro, e sabe que ele é homem de Deus, e o Espírito de Deus te tocar, você pode dar tua oferta, dízimo ou contribuição para salário dele. Como Abraão dizimou a Melquisedeque no período anterior a lei. Isso é melhor do que você dar dinheiro para uma “igreja” que está contribuindo para outro cristianismo, um pseudo cristianismo que defende o aborto como planejamento familiar e usa seu dízimo para comprar rádio ou televisão a serviço do anticristianismo.

Você quer contribuir para o reino de Deus ou reino do Diabo?. Os lobos devoradores afirmam que não se deve procurar saber o que estão fazendo com os dízimos. O dever do mebro é dar, o deles e administrar. “Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos “(Ap 18.4)

As instituições religiosas de hoje ensinam: a usar o dízimo como instrumento de barganha; como fundo de investimento da fé; como intermediário entre a benção e Deus, ou como porção repelente do devorador. Não tendo base bíblica no novo testamento apelam para o antigo testamento, um dos textos mais usados é Malaquias 3:10. No entanto se meditarmos nos livros de II Cr 31.5-12 e Ne 12.44-47 vamos encontrar a resposta porque Deus mandou Malaquias levar o dízimo a casa do tesouro. Lá você encontra que tipo de mantimentos são esses. Em Atos dos apóstolos 7.48 e 17.24 a Palavra afirma que Deus não habita em templos feitos por mãos de homens. Quando Jesus ordenou os discípulos a pregar, ele falou:” Nada leveis para o caminho: nem bordão, nem alforje, nem pão, nem dinheiro; nem deveis ter duas túnicas”( Lc 9:3)

Os dízimos não são obrigatórios na graça, mas quem quer usar a lei para o tornar obrigatório também tem cumprir o que a lei determina. Se alguém quiser dizimar hoje, o faz por adoração a Deus. Voluntarimente, sem pressão institucional como era anterior a lei.

"Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam" (Sl 24.1). Você é apenas um mordomo, tudo é do Senhor e não apenas 10%. Deus requer muito mais que o dízimo, Ele quer sua vida, suas atitudes.

Como participantes de uma alian­ça superior, temos sido contemplados com maiores bênçãos. O crente na atual dispensação é levado a contribuir constran­gido pela lei do amor e da gratidão, por estar recebendo maiores bênçãos de Deus (SI 103.1,2). E independente de dízimos, no novo testamento encontramos base para contribuir para o sustento renumerado de obreiros que dão tempo integral à obra de Deus. Sem o profissionalismo religioso. Vejam-se os exemplos: Paulo recebeu salário de determinadas igrejas para servir aos crentes em Corinto (2 Co 11.8); O pastor que emprega tempo integral na assistência à igreja é digno do seu salário (1 Tm 5.18); Paulo ensinou à igreja de Corinto a sustentar os pregadores do Evangelho (1 Co 9.4-14); Timóteo foi advertido por Paulo a não cuidar dos negócios seculares para se sustentar (2 Tm 2.4); Pedro disse que a única ocupação dele e de seus companheiros de ministério era a oração e a pregação (At 6.4); Os apóstolos de Jesus viviam das ofertas que recebiam. Em João 12.6 lemos que existia uma bolsa onde eram depositadas as contribuições para o sustento dos discípulos, e Judas fazia as com­pras com o dinheiro aí depositado (Jo 13.29).

O dízimo é bíblico e está na lei. Mas também  é bíblico: “A circuncisão (Gn 17.23 a 27);  o sacrifício de animais. (Lv  6.8-13); o apedrejar  adúlteros (Lv 20.10 e Dt 22.22); a guarda do sábado (Lv 23.3) e outros preceitos. É bíblico, mas para quem vivia sob a lei. Você cumpre todas estas ordenanças na graça? Porque só os dízimos? Pense nisso.

Marcos Avelino.