Na postagem anterior
comentei sobre as razões da predominância do
Calvinismo pós reforma. Nesta vou expor a razão do crescimento do
Arminianismo nos últimos dias, que é o esforço evangelístico motivados por suas
crenças.
As crenças do Arminianismo,
forçam a um maior empenho evangelístico, pois acredita que todo homem embora
pecador, ainda é livre para aceitar ou recusar a salvação que Deus oferece
através de Jesus. Acreditam que pela pregação do evangelho, o homem no seu
estado de pecado pode ser convencido pelo Espírito Santo a decidir-se por
Cristo e ser salvo. Deus possibilitou a salvação de todos e que compete ao
homem aceitar a redenção que Cristo proporcionou para todos.
O modelo de
evangelismo arminiano foi popularizado por Finney e Moody, na segunda metade do
século passado, e ainda inspira a evangelização da atualidade. Este evangelismo
consiste em organizações de grandes campanhas evangelísticas e muita
publicidade para atrair o maior número possível de ouvintes para que esses
possam decidir-se publicamente a favor de Cristo. O sucesso numérico deste tipo
de evangelismo é a principal causa do esmagador aumento dos arminianos nos dois
últimos séculos.
As crenças
Calvinistas não gera motivação para evangelização. Pois mesmo se não
evangelizarem, os predestinados por Deus desde a fundação do mundo, serão
salvos de qualquer modo. Portanto, não há motivação para evangelizar para
salvar os que já estão salvos! Tanto os eleitos para salvação como os para a
perdição já estão determinados, então qual a urgência em evangelizar?
Os calvinistas
acreditam que Deus escolheu dentre todos os seres humanos decaídos uma quantidade
de pecadores pela sua graça, sem levar em conta qualquer mérito, obra ou fé
prevista neles. Então, qual a necessidade de ouvir o evangelho para ser salvo
se Deus já escolheu os eleitos? Por que evangelizar todas as pessoas? O Salvo
precisa ouvir o evangelho para ser salvo? Enfim, as crenças calvinistas não
motiva para evangelização!
PERIGOS CAUSADOS PELA
DETURPAÇÃO DA EVANGELIZAÇÃO ARMINIANA ORIGINAL
Muitos são contados
no rol das denominações arminianas sem passar por uma regeneração. Toda o culto
culmina para o apelo final. Nas maiorias das igrejas atuais (não só arminiana),
o culto é repleto de atrações tais como: testemunhos; corais; conjuntos;
celebridades gospel; peças teatrais. A mensagem é deleitável, e algumas vezes
superficial visando tocar os sentimentos dos ouvintes para decidam-se
publicamente a favor de Cristo. Respondendo sim ao apelo do pregador, levantando
a mão, ou dirigindo-se até a frente, vieram a Cristo. E lhes é assegurado que
agora são convertidos. Milhares de pessoas são catalogadas como decididas, e
logo recebidas como membros das denominações. Também o número dos que se
“desviam” e “abandonam” a fé, e deixam as denominações
é expressivo. O nível moral e espiritual dos que resistem é baixíssimo. Esse
evangelismo, “o novo evangelho”, observa Packer, “fracassa notavelmente em
produzir reverência profunda, arrependimento profundo, humildade profunda,
espírito de adoração e preocupação com a situação da igreja”.
Como involução do
evangelho arminiano surgiu o evangelho neopentecostal negando quase todos os
atributos tradicionais de Deus. Em que a soberania de Deus é cativa ao livre
arbítrio do homem. Criaram um "deus" servo, mutável de acordo com a
oferta oferecida pela fé. Anulando a presciência de Deus, já que o homem
determina pela fé e "deus" tem que realizar. Já ouvi pregador de uma igreja
neopentecostal falar: "deus" ou tu abençoa este povo, ou tu não é
"deus",ou tu abençoa (financeiramente) este povo ou deixo de ser
pastor e vou vender banana na feira". Criaram um "deus" cujo a
função principal é satisfazer a vontade do homem em trocas de barganhas da fé. Um
"deus" que se você fazer prova financeira da fé, ele cura doenças,
traumas psicológicos e derrama bênçãos financeiras.
Isto não é o
evangelismo arminiano, mas deriva dele. Assim como muito abusos do calvinismo
extremado, e derivado do calvinismo, mais não é o que Calvino pregava. Algumas
vezes me pergunto: será João Calvino não era Calvinista?
PERIGOS APRESENTADOS
PELA EVANGELIZAÇÃO DOS CALVINISTAS EXTREMADOS
Como derivação da ideias
de Calvino, temos atualmente em muitos clicos um calvinismo extremado. Na
derivação do arminianismo temo um ataque aos atributos de Deus, na derivação do
calvinismo vemos uma agressão a natureza imutável de Deus. O calvinismo extremado apresenta um "deus" não todo amoroso
e coercitivo. Com a expiação limitada, temos a ideia que Deus tem somente amor
limitado, no sentido de redentor, Ele ama somente o eleito. Deus não pode ser
todo amoroso se não ama a todos! O calvinismo extremado reduz a "essência"
de Deus a uma vontade arbitrária. Como consequência deste tipo de evangelismo
cria-se um desprezo pelo sofrimento alheio, um endurecimento de coração para
causas sociais, pois quem esta sofrendo, provavelmente é um não amado de
Deus, ou seja, um que não esteja na
lista da Sua expiação. Por outro lado, os que sentem eleitos se tornam
arrogantes, fazendo parte da elite religiosa eleita por Deus. Uma espécie do
sacerdote e levita da parábola do bom samaritano.
PARA RELEXÃO..
A população
evangélica do Brasil hoje é 28% sendo 19% pentecostal com maioria arminiana e 9%
tradicional com maioria calvinista. A sociedade brasileira nunca esteve tão
entregue à impiedade e perversão quanto hoje. Nunca o evangelho teve tanto individualismo
como nestes dias hodiernos. "A
influência positiva evangélica no Brasil é inversamente proporcional à expansão
do evangelho. Que qualidade de sal é este? Que natureza de luz é esta?"
Precisamos reformar a Igreja reformada.
Marcos Avelino
Até breve
Fonte pesquisada.
Calvinismo – As
Antigas Doutrinas da Graça, Editora Os Puritanos, Paulo Anglada
Eleitos, mais livres
- uma perspectiva equilibrada entre a eleição divina e o livre-arbítrio,
Editota Vida, Norman Geisler