domingo, 28 de agosto de 2011

Convivendo com pensamentos diferentes I

O cristianismo hoje é obrigado a conviver com várias opiniões e teologias diferentes. A pós-modernidade desconstruiu a universalidade dos conceitos ortodoxos e introduziu o pluralismo das opiniões religiosas. A verdade é relativa a cada grupo religioso. As emoções, a tradição e o sentir em alguns ambientes religiosos, têm mais valor do que a bíblia. Há uma fragmentação de Denominações históricas e uma relutância as doutrinas unificadas e abrangentes. É nesse contexto que nascem várias denominações e teologias diferentes a cada dia.

A globalização traz consigo mudança cultural e de comportamento, e a igreja inserida nestas transformações culturais tem que aprender a conviver com essa maneira diferente de pensar. Ela tem que saber diferenciar as tendências heréticas sem cair no legalismo e nem ferir a ética do cristianismo. É preciso ter uma mente cristã equilibrada baseada em princípios e não em fatos

Na época em que Jesus andava como homem entre os Judeus, havia pensamentos diferentes com relação à religião. Observando como Jesus se comportou diante desses grupos podemos tirar grandes lições para nos hoje. Os principais grupos que conviviam no ministério terreno de Jesus eram: os fariseus; os saduceus; os essênios e os zelotes. Nesta postagem vamos focar os fariseus.

OS FARISEUS. Faziam parte de um partido religioso puritano do século II a. C. Segundo Kurt Schubert em seu livro os partidos religiosos hebraicos na época de Cristo, publicado pela Edições Paulinas, afirma que os fariseus foram citados pela primeira vez em 160 a.C. Uma época de crise política, de silêncio de Deus e de invasão cultural provocada pelas nações que conquistaram Israel e ameaçavam a própria identidade do judaísmo. Eles tiveram papel importante naquele contexto histórico na preservação da fé judaica. Na época de Cristo era o grupo religioso mais importante.

Os Fariseus tinham na observância da lei de Moisés, a principal importância da sua homília. As tradições religiosas tinham igual valor as Escrituras Sagradas. Acreditavam num mundo espiritual e na vida após a morte. Preocupava-se muito em mostrar sua religiosidade exterior.

Todos tinham que cumprir uma regra já definida pela Tradição e Ortodoxia farisaica. O novo testamento esta repleto de exemplos de como o pensar religioso fariseu entrava em conflito com os ensinamentos de Jesus vejamos alguns:

Mt 5.20 Jesus diz que se a nossa justiça não exceder a dos fariseus de modo algum entraremos no Reino dos céus. (Como está nossa Justiça?)

Mt 9.11 Censuraram Jesus por comer com publicanos e pecadores. (Porque vocês come com pessoa do “mundo”?)

Mt 9: 34 Os fariseus afirmam que Jesus expulsa os demônios pelo os príncipes dos demônios. ( Eles tinham inveja do poder e autoridade de Jesus. Eles acreditavam que só eles, que “guardavam a lei”, era os verdadeiros representantes de Deus).

Mt 12.2 Afirmam que ao discípulos de Jesus transgrediram a lei colhendo espigas no sábado. (Jesus mostrou para os fariseus que é possível quebrar a letra da lei, desde que seu espírito seja preservado. Deus quer misericórdia e não sacrifício. Não condenar o inocente usando as escrituras)

Mt 12.14 Os fariseus tomam conselho para matarem Jesus por curar um homem no sábado. A letra da lei era mais importante que as vidas das pessoas.

Mt 15.1 Eles censuram os discípulos por não obedecer as tradições. (Algumas denominações tem seu talmude como mesmo valor da bíblia.)

Mt 15.12 Os fariseus se escandalizam por Jesus afirmar que o contamina o homem e o que sai da boca.

Mt 16.1-16 Jesus recomenda a seus discípulos guardarem-se das doutrinas dos fariseus.

Os fariseus tentavam pegar Jesus com constantes perguntas? Mt 19.3; Mt 22.15.

No livro de Mateus capítulo 23 Jesus afirma:

13 Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar.

15 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o tornais duas vezes mais filho do inferno do que vós.

23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas.

25 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque limpais o exterior do copo e do prato, mas por dentro estão cheios de rapina e de intemperança.

27 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia.

Hoje o evangelho ainda tem muito do fermento dos fariseus. A santidade esta ligada ao exterior, aos usos e costumes. A fidelidade, a honestidade, a misericórdia e a pureza são negadas pelas atitudes dos ditos evangélicos.

Jesus no meio de pessoas com opiniões diferentes sobre as doutrinas básicas da fé judaica declarou que a lei e os profetas se resumem em dois mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e o seu próximo como a si mesmo. Mt 22.38-40 E agindo pela lei do amor estamos seguindo o exemplo de Jesus.

Devemos deixar Deus trabalhar em nossas vidas para aprendermos a falar as outras pessoas com amor e jamais reagir com ódio. A bíblia nos ensina não deixar que o sol se ponha sobre a nossa ira. Ef 4.26 Você pode se irar, mais guardar a ira é pecado. Jamais evite reconciliar com alguém por orgulho e para não se dar por vencido. “Abominável é ao Senhor todo arrogante de coração; é evidente que não ficará impune” (Pv 16.5) Vamos celebrar a vitória com as outras pessoas e jamais procurar diminuir o sucesso de outros.

Deixe Cristo governar a tua vida pelas leis do evangelho e não deixe os decretos de tuas vontades e orgulho interfiram nestas leis. Assim você poderá conviver com doutrinas diferentes e julgar pela a lei do amor.

Marcos Avelino

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