segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Restauração do valor da criação

Quero fazer um breve reflexão sobre as últimas postagens deste blog. Quanto vale a vida? Para os elefantes sua vida tem menos valor que o marfim. Quanto mais exuberante for seus incisivos laterais, mais sua vida corre risco e perde valor. Esse valor que sobrepõe a vida, tornou objeto motivacional na sociedade pós moderna, cria a maior crise no ser humano, que é justamente a de não ter e cria a maior crise para o planeta que a exploração indiscriminada em busca do ter.

Esta busca maquiavélica pelo ter reflete no capitalismo selvagem atual. Este vem colonizando e programando a mente das pessoas através da propaganda comercial e da libertinagem artística para os anseios do ter. As pessoas entram em crise porque a felicidade fica atrelada a satisfazer esse possuir. Toda energia é então dispensada para atingir este objetivo. Os filhos crescem, a juventude vai embora e não há tempo para curtir as particularidades de cada momento que a vida propicia.

E quando chega a possuir, logo vem a decepção, surge nova necessidade de ter criando um ciclo vicioso. E por isso sacrifica-se família, pessoas, animais, caráter. gerando uma convulsão generalizada.

Diante de tudo isso perde-se o valor do ser humano e da natureza. Os frutos nocivo neste colapso social é colhido e estampado nos noticiários. Construí-se marfins e depois se vê a vida e a liberdade tiradas por cobiças no que construiu.

A natureza, a vida humana perde o valor quando se deixa guiar pela mente que está nas instituições que controlam a mídia. Troca-se o que tem relação com o divino por apelo comerciais, Papai Noel, ovo de páscoa, etc... Tira a reflexão e a empatia de compartilhar dos sofrimentos alheios. Cria-se guerreiros individualista do consumo, que defende somente seu mundo e seu prazer.

Quanto vale o ser humano se está longe dos olhos, e não pode-se sentir seu sofrimento e agonia? Quando a empatia e a solidariedade se prolongará mais que os focos da mídia? Quanto vale o ser humano, se não faz parte do grupo e não tem a indumentária, nem os cacoetes? Quanto vale o ser humano do povoado ao lado, além dos muros do condomínio fechado?

Quanto vale o ser humano sem o potencial de ser explorado, sem enquadra-se em membro, paciente, cliente, funcionário, aluno ou eleitor? Quanto vale a mulher desprovida de beleza e da estética e que tem as oportunidades tiradas por estar fora dos padrões atuais?

Quanto vale o ser humano, dependente químico que anda errante pelo o centro da cidade, atrás de migalhas no lixão? Quanto vale a menina frágil, que vendeu o seu corpo por alguns reais, após o gozo sexual, depois de matar os desejos e satisfazer o libido? Quanto vale o ser que está no ventre e é ameaça ao prazer e a “liberdade”?

Quanto vale este ser que sonha, canta, chora, sente, mas não sente que o outro também sente? Vale menos que alguns lambaris? que um telefone celular? que um esquema, um projeto tirano?

Como reconstruir o que esta na iminência do caos? Como projetar um futuro feliz baseado em fatos históricos do passado negro da humanidade? Como sonhar se o otimismo se esvaiu e a crença no progresso, na ciência e na tecnologia ruiu diante do pessimismo e esperam-se o pior? O que esperar da natureza explorada que gerou a poluição e na convicção que o homem não é capaz de resolver os problemas do mundo?

Quando Leonardo Boff propõe em refundar o Brasil como sociedade biocentrada, isso vira uma utopia sem a transformação dos ideais de valores da sociedade pós moderna. Não há sociedade humana sem o verdadeiro cristianismo descapitalizado. Qualquer outra solução é estarmos cosendo folhas de figueira para cobrir nossa nudez. Só a pele do cordeiro de Deus Pode cobrir nossas vergonhas e salvar nosso país. A própria “Mãe Terra” está sujeita a benção de Deus decorrente da reconciliação do homem. Pois os espinhos que brotaram da terra como maldição por causa da desobediência estavam na coroa de Jesus no calvário.

Na modernidade a economia foi impactada com o pensar de Hegel e Marx. Marx criticou a religião de então e com razão. Chegou a fazer afirmações fortes como “ a religião é o ópios das massas” e “Deus é um sedativo para os fracos”. O papel da religião herdada da Idade Média era tornar os pobres subservientes e conformados para que estes não viessem ameaçar o poder dos nobres. A “igreja” lucrava com a exploração.

Martinho Lutero também impactado pela a crise do ter, motivou a Reforma Protestante. Depois de perseguição e morte a igreja protestante cresceu apoiada pela burguesia, a classe emergente que surgia em oposição ao feudalismo que era apoiado pela igreja católica romana. Ambas centradas numa atitude de exploração e conquistas.

As instituições eclesiásticas hodierna são pragmáticas e com mentalidade de mercado, em busca de criar e satisfazer as vontades dos consumidores. Cria-se em nome do ter heresias sutis que toca principalmente na emoção e vontade do homem. Incitam a moda, ao gosto e a escolha pessoal de cada indivíduo. Este poder de escolha é o fator máximo da existência. Não leva a transformação do homem, que restaurado preserva a vida e a natureza.

Para se esperar o melhor têm-se que romper com esse sistema religioso. Deve-se volta para Deus e suplicar pela restauração do indivíduo. Só então a natureza será restaurada. Deve-se pedir para transformar o individualismo em comunitarismo, pois não haverá preservação da vida sem comprometimento e compartilhamento do ser humano. Hoje o mundo passou a ser uma aldeia de uma tribo global. Careçe ter uma atitude de cooperação e não de conquista. Estas mudanças precisa se processar em todos os ramos de conhecimento, artes, ciências, filosofia, cultura popular, etc.... Se o mundo continuar nesta atitude ateístico materialista vai sucumbir. Não se pode descartar Deus de nossos projetos

Só podemos pensar em uma vida melhor se esperarmos a restauração em Cristo. “Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Porque a criação aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus. Porquanto a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que também a própria criação há de ser liberta do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora;” Rm 8: 19-22

Quanto vale a vida de um ser humano e o preço da natureza restaurada? Vale o preço que Jesus pagou na cruz do calvário.

Marcos Avelino

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