sábado, 4 de fevereiro de 2012

A ÚLTIMA CHUVA

A caatinga no período de estiagem apresenta uma paisagem desoladora. O sol escaldante faz o céu parecer bronze. Os gravetos sem folhagem nenhuma da um ar sinistro a vegetação. Quando algum vento sopra, da terra esturricada apenas o pó levanta parecendo o cenário de “ o livro de Eli”. Apenas alguns juazeiros , que por terem raízes profundas, exibem o verde como oásis neste deserto.

Após as primeiras chuvas, a vida renasce como de encanto. As plantas vicejam como a terra agradecesse ao Criador pela a dádiva recebida. A natureza reage trazendo a existência o que de esplêndido estava distante. As flores nascem coroando de vida a caatinga, trazendo borboletas e outros insetos que ajudam a distribuir esta vida polinizando rapidamente, porque este ciclo de existência é curto.

A nossa vida também passa por estiagem existencial, espiritual e afetiva. Algumas vezes não temos raízes profundas como o juazeiro para suportar os embates de momentos difíceis e permanecemos em estado latente, esperando de alguma maneira que Deus mande chuva.

Deus vai mandar a última chuva para toda humanidade que espera por esta temporã. Já vejo o céu carregado e escuto o sussurro do vento avisando que vai chover! Devemos aproveitar como a caatinga, e reagir com toda força do nosso ser deixando que flores brote do fundo da alma gerando vida. Não importa o tamanho da raiz, não temos tempos para aprofundá-las. O ciclo é muito curto e esta decisão vale a eternidade!

Marcos Avelino

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