quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

APÓSTOLOS COMO PAULO E PEDRO CÊ TÁ BRINCANDO?

Esta semana eu estava lendo sobre José Luis de Jesus Miranda fundador da “Creciendo en Gracia”. Um portoriquenho que se converteu ao pentecostalismo, depois foi para igreja batista onde se tornou pastor. Saiu da Igreja batista e fundou a “Creciendo en Gracia”, se tornou apóstolo, depois reencarnação de Jesus Cristo. Anunciava um antievangelho, vivia na opulência com o dinheiro dos adeptos e os aconselhava a tatuarem o 666, pois esse seria um número sabedoria e prosperidade. Afirmava que não existia pecado, pois Cristo já havia tirado o pecado do mundo. Ele era o Jesus Cristo homem que havia profetizado uma grande mudança no planeta, e que em 30/06/2012 seu corpo mortal seria transformado em imortal e todos viriam a sua glória, ele estabeleceria seu governo na terra. Foi mais um que se aproveitou da falta de conhecimento do povo com relação as escrituras.

No meio religioso contemporâneo, se aceita qualquer inovação sem nenhum critério e sem confrontar os fatos com as escrituras. São raras as instituições religiosas que: gera em seus membros o desejo de um estudo sistemático das escrituras; Que dispõe de uma boa escola bíblica onde estimule a reflexão bíblica, principalmente colocando a prova este neoevangelho que está sendo anunciado; Que promova ama discussão sobre as doutrinas básicas do cristianismo. O Apóstolo Paulo honrou a atitude de se analisar tudo a luz das escrituras. “Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim”. (Atos 17:11).

A competição para ser autoridade eclesiástica suprema, levará muitos a se intitular Cristo, como o José Luis de Jesus Miranda. Nas denominações protestantes durante muito tempo, a função de pastor, era o alvo da maioria dos obreiros, com o advento de novos bispos e apóstolos, a função de pastor ficou diminuída do status religioso, e o Top de carreira passou a ser apóstolo, paipóstolo(patriarca), depois.... Reencarnação de Cristo. “Porque hão de surgir falsos cristos e falsos profetas, e farão sinais e prodígios para enganar, se possíveis, até os escolhidos. (Mc13:22)”.

Existem algumas organizações em que seus membros ungem apóstolos, noutras vemos apóstolos ungindo apóstolos e criando uma hierarquia apostólica. Mas grande parte dos neo apóstolos nascem dos desejos de não se sentir diminuído em sua autoridade eclesial, e sentir seu status quo rebaixado, podendo isto até afetar os negócios, pois os seguidores podem buscar alguém com título maior. Em vista disso apela-se para muitas facetas para adquirir o título de apóstolo. Alguns através de uma revelação se auto proclamam assim. Outros chegam a apóstolo por profecia ou por afirmar que os membros de sua “igreja” é o selo do se apostolado e... alguns até pagam para obter tal título.

Existem dois sentidos básicos para o termo "apóstolo". Em um sentido mais geral, o termo se refere a qualquer pessoa que foi enviado, através da igreja a uma missão em especial. Nesse sentido, não há dificuldade em se aceitar que qualquer pessoa pode ser um apóstolo de Deus. Qualquer pessoa pode ser enviada, por exemplo, por uma igreja para o trabalho missionário, e, nesse sentido amplo, ela é um apóstolo. Isso é uma função e não um título. Em Atos 14.14, Barnabé é chamado de apóstolo não porque pertencesse ao grupo apostólico, mas meramente para indicar que ele tinha sido enviado pelo Senhor como seu missionário. Vejamos outras referencias onde encontramos a palavra grega para “apóstolo”, usada para designar homens que a igreja lhes deram temporariamente missão especial: (II Coríntios 8:23; Filipenses 2:25; Atos 14:14; 1 Coríntios 4.9; Romanos 16.7; Apocalipse 2:2) Estes, portanto, não devem ser confundidos com os doze escolhidos pessoalmente por Cristo como Seus apóstolos.

Já nos dias dos apóstolos muitos diziam ser enviados e não eram. Por isso as escrituras dizem com respeito àqueles que se chamam de apóstolos e não o são: “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo” (2Co 11.13). E o Senhor Jesus testifica à igreja de Éfeso: “Puseste à prova os que a si mesmos se declaram apóstolos e não são, e os achaste mentirosos” (Ap 2.2).

O sentido mais comum da palavra é o sentido especial e restrito, se referindo a um grupo seleto dos apóstolos de Cristo. Este era um círculo fechado. Notamos isto em Atos 1.24,25: “Tu, Senhor... revela-nos qual desses dois tens escolhido para preencher a vaga nesse ministério e apostolado...”. Novamente, da palavra do apóstolo Paulo: “por intermédio de quem viemos a receber graça e apostolado” (Rm 1.5); e novamente: “Se não sou apóstolo para outrem, certamente o sou para vós outros; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor” (1Co 9.2); e, por fim: “Aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão também operou eficazmente em mim para com os gentios” (Gl 2.8). Essa exclusividade também é evidente pelos seguintes fatos: os apóstolos sempre aparecem como os 12; eles foram especialmente nomeados e ordenados por Jesus, que soprou sobre eles o dom oficial do Espírito Santo; pelo poder e pelos dons excepcionais, eles estavam ligados ao apostolado. É especialmente de seu lugar conspícuo na vinda do reino de nosso Senhor Jesus Cristo que o apostolado obtém seu caráter definido. As Sagradas Escrituras ensinam que os apóstolos deverão se sentar sobre 12 tronos para julgar as 12 tribos de Israel (Mt 19.28) e também que a muralha da Nova Jerusalém “tinha 12 fundamentos, e sobre esses estavam os 12 nomes dos 12 apóstolos do Cordeiro” (Ap 21.14).

O apóstolo Paulo nos oferece em sua própria pessoa a prova mais convincente de que o apostolado era um colégio fechado. Se não tivesse sido, a questão de se ele era um apóstolo ou não nunca poderia ter causado tanta contenda. No entanto, uma grande parte da Igreja se recusou a reconhecer seu apostolado. Ele não era um dos 12 e não tinha andado com Jesus. Como ele podia ser uma testemunha? Foi contra essa contenda que por várias vezes levantou sua voz com veemência.

O apóstolo Paulo desfrutou de um chamado único ou exclusivo. Embora ele não tivesse acompanhado Cristo durante Seu ministério público, ele viu Cristo ressuscitado e foi especialmente designado por Ele, como vemos em Gálatas 1:1, "Paulo, apóstolo (não da parte dos homens, nem por homem algum, mas por Jesus Cristo, e Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos)" Novamente Paulo explica; "e por derradeiro me apareceu também a mim, como a um abortivo" (I Coríntios 15:8.) Cristo chamou a Paulo mesmo depois da época da chamada dos apóstolos ter passado. Observe que Paulo foi o último de todos os apóstolos na terra a ver o Senhor Jesus de maneira visível, como uma testemunha de Sua ressurreição. Ninguém tem visto Cristo desta maneira desde então. Por isso, Pedro podia presumir que nenhum de seus leitores tinha visto o Senhor: "Ao qual, não o havendo visto amais, no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso" (I Pedro 1:8).

Ninguém, hoje em dia, que se advoga ser um apóstolo, preenche estas qualificações bíblicas. Pois os apóstolos tinham que: ser testemunha ocular de Jesus (At 1:2-3)(At 1-21-22)(Atos 4:33)(Atos 9:1-6)(1 Coríntios 9:1)(1 Coríntios 15:7-9); ter recebido sua comissão apostólica diretamente de Jesus.(Lucas 6:13-16; cf. Mt. 10:1-7; Mc. 3:14) (Gálatas 1:1,11-12)

“Não é impossível que houvesse outros indivíduos que pudessem ter sido considerados apóstolos no primeiro século. Os dados acima estabelecem, contudo, dois pontos principais: em primeiro lugar, mesmo se houvesse outros apóstolos, eles eram com certeza um grupo seleto (pois poucos tinham as duas qualificações necessárias para o oficio) do qual Paulo foi o último membro comissionado (1 Co. 15:8). Isso por si só exclui a possibilidade de haver qualquer apóstolo comissionado por Deus após Paulo. Ninguém pode, após o primeiro século, alegar ter recebido um comissionamento direto de Jesus, através de uma visão ou revelação, para o ofício do apostolado. Deus não contradiz a sua própria Palavra.”

“Paulo, sob a inspiração do Espírito Santo, nos diz que os apóstolos tiveram um papel definido no plano de Deus para a edificação de sua Igreja. Ele diz aos Efésios que os apóstolos e profetas foram o fundamento da Igreja: Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; (Efésios 2:19-20)”

Não há lugar para apóstolos em nossos dias, pois o fundamento já foi há muito tempo completado. O cristianismo bíblico tem sido edificado sobre este fundamento por mais de 2000 anos. É uma coisa totalmente vergonhosa e arrogante, alguém ousar se colocar a si mesmo em pé de igualdade com Pedro ou Paulo e assumir o título de apóstolo hoje. E se alguém quer ser apóstolo hoje no mesmo plano que os primeiros apóstolos, está lançando o fundamento de um outro evangelho que não é o evangelho de Cristo. Mais de um evangelho que está preparando as pessoas para o reinado e aceitação do falso profeta que surgirá com o anticristo. “Ouvi outra voz do céu dizer: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos sete pecados, e para que não incorras nas suas pragas.” Ap 18:4

Fonte de Pesquisa

Marcelo Parga de Souza-HÁ APOSTOLOS HOJE?-http://www.santovivo.net/gpage180.aspx

Abraham Kuyper. A Obra do Espírito Santo. São Paulo: Cultura Cristã, 2010. pp. 185-189.

Daniel Chamberlin,Cap 03 -OS APÓSTOLOS E OS DONS-http://www.palavraprudente.com.br/estudos/daniel_c/micelanea/cap03.html

João Rodrigo Weronka - Existem Apóstolos no dia de hoje? -http://www.pulpitocristao.com/2010/05/existem-apostolos-nos-dias-de-hoje/

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