quarta-feira, 5 de maio de 2010

SOBRE ADMINISTRAÇÃO E LIDERANÇA (Parte I)

Vivemos no meio de ideologias diferentes. Existem várias teologias diferentes que nos levam a refletir: Será que o cristianismo que estamos vivendo é bíblico? Será que os modelos administrativos da igreja de hoje é fundamentado na bíblia? Será que Deus se importa com a administração da igreja?

Estamos vivendo numa sociedade em transformação e que está sofrendo tendências a ser comunitária. A cosmovisão pós moderna determina como verdade aquilo que foi aprovado e embasado na comunidade. Os pós modernos afirmam que a verdade é relativa a comunidade a qual participamos. A liderança centralizada numa pessoa vai cedendo lugar a liderança comunitária, diante destas transformações sociais a administração eclesiástica pós moderna será voltada para os sistemas eclesiásticos em que a comunidade dos discípulos é participativa.

Não pretendo definir uma regra para a administração da igreja, esta pertence a Cristo (Ef 4:11). Cristo deu origem a administração eclesiástica quando escolheu os doze apóstolos para serem os líderes da igreja primitiva. Devemos aprender com a igreja primitiva e questionarmos os modelos administrativos de hoje para que possamos atingir a excelência na vivência do evangelho, decifrando as implicações do pós modernismo na administração da igreja.

1 – SISTEMAS ECLESIÁSTICOS

Para entrarmos no polêmico assunto administração da igreja é preciso conhecer as principais formas de governo exercidas pela igreja hoje. Estes sistemas eclesiásticos são identificados pelos princípios fundamentais de sua organização. Presentes nas grandes denominações mundiais, estes sistemas administrativos são: Episcopal; presbiteriano; congregacional.

1.1 – SISTEMA EPISCOPAL

Esta forma de organização da igreja surgiu numa tentativa de recriar a autoridade apostólica a fim de combater problemas com ensinos heréticos e garantir a unidade doutrinária. Este sistema é sustentado por uma hierarquia. A autoridade final pertence a um bispo. Existem pequenas diferenças entre diversos grupos, mas em geral a autoridade de tomada de decisões pertence a uma pessoa. Esta forma de governo eclesiástico é adotado pelas igrejas: Católica romana; Universal do reino de Deus; Anglicana; Metodista episcopal; Episcopal e a maioria das igrejas neopentecostais. No sistema episcopal a administração da igreja pertence ao clero, que é investido de poder conforme sua posição hierárquica. A eleição do clero e sua formação não depende da congregação local, há uma separação entre clero e laicato. O clero (bispo, sacerdote e diácono) ou (bispo, pastor ou presbítero e diácono) com algumas exceções formam uma ordem hierárquica e essa ordem não é na função, mas na posição dentro da organização. Esta forma de organização reinou absoluta na igreja cristã do século II até a reforma protestante.

1.2 – SISTEMA PRESBITERIANO

Esta forma de governo ressurgiu com a reforma protestante. A autoridade final está em um grupo de ministros “os presbíteros”. Existe um conselho de pastores, e anciãos eleitos pela congregação local que lideram as atividades normais da vida cristã. Toda decisão tomada pelo conselho estão sujeitas a revisão por um conselho superior, composto de pastores e presbíteros de muitas congregações. Com algumas variações existem uma cadeia de níveis, vejamos:

1) Conselho: tem os membros eleitos pela congregação local e é formada de “diáconos” (anciãos governantes) e “ministros” (anciãos ensinantes)

2) Presbitério: consiste em representantes das diversas congregações (conselho)

3) Sínodo: corpo local composto de representantes de vários presbitérios

4) Assembléia geral: composto de representantes de todos os presbitérios, onde as decisões finais são tomadas.

Entre algumas igrejas que adotam este sistema podemos citar as Presbiterianas, as Reformadas, as Assembléias de Deus e outros grupos pentecostais.

Esta forma de governo de igreja foi divulgada com a modernidade, quando os dogmas da igreja e a religião revelada são questionados a luz da compreensão racional da revelação bíblica.

1.3 – SISTEMA CONGREGACIONAL

O sistema congregacional se difundiu a partir dos ideais democráticos, no século XVII. Todo o poder eclesiástico é exercido pelo corpo local de crentes, reunidos em uma congregação. A congregação local é autônoma, escolhe seus próprios líderes, disciplina e exclui os membros. As decisões tomadas na congregação não podem ser revogadas por nenhum outro corpo eclesiástico. As igrejas congregacionais podem se associarem, dependendo apenas das convicções teológicas em comum. Estes sistema é utilizado pelas igrejas : Independentes da Inglaterra, Congregacionais, Batistas, de Cristo, Cristã evangélica e outros grupos parecidos.

Esta é uma das formas de governo mais apropriada para o terceiro milênio. A administração é comunitária e não há um centro de poder eclesiástico que tomam as decisões. Este tipo de pensamento está dentro da cosmologia pós moderna.

 

Bibliografia

OLIVEIRA, Raimundo, eclesiologia, ler As grandes doutrinas da bíblia, CPAD, Rio de janeiro, 1987 v./ pp 249-284

 

Marcos Avelino – O Marcão

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