quarta-feira, 19 de maio de 2010

SOBRE LIDERANÇA E ADMINISTRAÇÃO - IV

1 – DEFINIÇÃO DE ESTRATÉGIA

Quando se fala em estratégia relacionamos logo ao militarismo. Os dicionários a relaciona com tática militar. Fazemos parte de um exército que está na frente “onde a luta se travar”. Devemos aprender a colocar em prática as estratégias que o grande General tem para nós.

Das quatro definições que o dicionário Aurélio tem de estratégia, apenas um não é empregado especificamente ao uso militar. Define estratégia como: “a arte de aplicar meios disponíveis com vista a consecução de objetivos específicos.”

Vejamos algumas definições :

· “Estratégia é um referencial, um guia, para auxiliar executivos na solução de certos problemas.

· “Estratégia é a luta para superar as limitações de recursos através de uma busca criativa e infindável da melhor alavancagem de recursos.

· “Estratégia é um plano de ação apropriado para as decisões sobre ações interativas.

Vejamos alguns textos bíblicos que falam de estratégia:

“Se algum de vós está querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que acabar? Para que aconteça que depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que virem comecem a escarnecer dele, dizendo: este homem começou a edificar a não pode acabar.

Qual é o rei que indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil?” (Lc 14: 28-31)

“Não é bom proceder sem refletir e peca quem é precipitado” (Pv: 19:2)

Com base nos conceitos acima poderíamos definir plano estratégico da igreja como: planejamento estratégico é usar a fé em Deus e usar sua orientação para superar as nossas limitações e estabelecer planos de ação para o futuro.

2 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Precisamos de estratégias para tornar as coisas mais eficientes, dentro da visão bíblica e cumprir os objetivos básicos da nossa comunidade de fé. Estas estratégias devem buscar um envolvimento dos crentes, equipando-os para obra. Deve haver parceria entre discipuladores e discípulos.

Os sistemas eclesiásticos que favorecem a um planejamento estratégico são o presbiteriano e o congregacional. O único estilo de liderança em que podemos implantar um planejamento estratégico com visão bíblica é o de uma liderança capacitadora.

A necessidade de implantação de uma estratégia para adequar a igreja a um modelo mais bíblico, normalmente se dá pelas seguintes razões:

a) Conscientização da liderança. Onde há maior possibilidade da eficácia da estratégia. A liderança escuta a voz do Espírito de Deus e abre espaços para que o Senhor possa agir na igreja. Detecta males que sorrateiramente vão entrando na igreja, desviando a igreja de sua missão, levando-a a perda de identidade.

b) Conscientização da igreja. Geralmente ocorre quando o sistema “gerencial” da igreja torna-se infrutífero. Quando o culto torna-se frio e sem vida. Quando num contexto de insatisfação causada por líderes paternalistas, ou líderes com estilo gerencial de líder de frente. Quando a seletividade ou a oligarquia familiar retém o desenvolvimento da igreja.

Geralmente o plano estratégico não é implantado de imediato, algumas vezes é só iniciado e abandonado e outras vezes é implantado com sucesso depois de algum tempo.

c) Modismo. Quando algumas igrejas mudam o sistema administrativo porque outras já mudaram com sucesso. Este é o mais ineficiente das razões e não chega a uma conscientização plena da liderança e o planejamento é abandonado no caminho.

Um plano estratégico para igreja hoje deve trabalhar nos seguintes pontos:

- Discipulado bíblico;

-Aplicação do ensino bíblico na vida diária;

- Foco no amor e no relacionamento entre os crentes;

- Foco no senso de comunidade dentro da igreja;

- Ênfase na doutrina do sacerdócio do crente;

- Fortalecimento da família.

2.1 – QUESTÕES FUNDAMENTAIS DO PLANO ESTRATÉ-

GICO

São cinco as questões fundamentais a ser definida pelo planejamento estratégico.

a) a responsabilidade do planejamento.

Nas pequenas comunidades é comum a ação sem plano específico, não fazem projeto de longo, médio e curto prazo. As pessoas que estão a frente da igreja geralmente tomam decisões nos púlpitos, alegando está inspirado por Deus. O membro ou uma liderança formada não tem quase nenhuma participação nas decisões tomadas pelo dirigente da igreja. Este é o modelo não bíblico.

A responsabilidade nas decisões também é da igreja (ekklesia) do Senhor (At 1:15-26;6:2-6;14:23 I Co 16:3)

A igreja neotestamentária tem a visão da “ekklesia” chamada a parte para ser participativa. A igreja deve participar da estratégia fixando alvos e traçando planos.

Estratégia é um assunto para todos os membros, pois ela pertence ao Espírito que habita em todos os que foram chamados a parte para fazer a obra do Senhor.

“Onde não há conselho frustam-se os projetos, mas com a multidão de conselheiros eles se estabelecem” (Pv 15:22)

b) O ponto de partida

Este é um momento crucial para iniciar a estratégia. Geralmente a liderança influenciada pela filosofia do final da modernidade e por conceitos da pós modernidade, não reflete sobre a situação interna. A visão tem que se voltar para a edificação das vidas.

É preciso refletirmos no tipo de igreja atual, nas dificuldades que enfrentamos, nos problemas mais comuns e nos recursos disponíveis. Precisamos saber o ponto de partida para traçarmos metas sobre como atingir o ponto de chegada

c) O ponto de chegada

Ter a visão onde se quer chegar é ajustarmos ao plano de Deus. A “ekklesia” tem que se reunir para traçar alvos.(Lc 14:28 ; 31 At 6: 2-6 ; At 15: 6 ; I Co 16:3). As estratégias devem ser fixada em cima de alvos. É preciso todos terem em mente o tipo de igreja a implantar, os objetivos e as metas para atingir estes objetivos.

d) O procedimento

Neste momento o poder inspirador do Espírito Santo na “ekklesia” é de fundamental importância, pois o realizar do plano deve está em ciclonia com o plano de Deus.

O Espírito coloca no coração da “ekklesia”os caminhos a traçar para atingir objetivos e cumprir a estratégia de Deus, usando nossas estratégias.

As estratégias e alvos devem ser conhecidos de toda congregação. Devemos ouvir as diversas opiniões. A igreja que tem objetivos prepara-se para os cumprir. Pessoas devem ser capacitadas para cumprir a grande comissão através das estratégias da comunidade.

e).Recursos disponíveis

É de grande importância saber os recursos disponíveis para por em prática um planejamento estratégico. Para cumprir o planejamento estratégico é preciso recursos de pessoas e financeiros. Esses determina como iremos traçar nossos alvos para atingir nossos objetivos. Os recursos humanos tem primazia sobre os demais. Os membros estão realmente capacitados? Estão no ministério certo? É preciso ter confiança nos ministérios dos crentes da igreja.

 

BIBLIOGRAFIA

ORR, Roberto A., Liderança que realiza, ORR, Alberta – Canadá,1994

ZACCARELLI, Sérgio B., Estratégias modernas nas empresas, zarco editora, São Paulo,1996

 

Marcos Avelino – O Marcão

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