segunda-feira, 5 de maio de 2014

AGOSTINHO DE HIPONA

A INFLUENCIA DE AGOSTINHO DE HIPONA


Querido leitor, antes de começarmos a explorar a parte teológica, convém analisarmos alguns dados históricos que serão importantes para compreensão de alguns assuntos abordados no futuro.

Principiamos o assunto da soteriologia, fazendo uma explanação básica sobre a doutrina da salvação, depois expomos o pensamento dos dois principais grupos a respeito da salvação, o arminianismo e o calvinismo. Falamos sobre a supremacia do calvinismo nos primeiros séculos pós reforma e mostramos por que isso aconteceu. Em seguida postamos a razão do crescimento arminiano na atualidade e mostramos alguns perigos das derivações tanto do arminianismo como do calvinismo. Na postagem de hoje vamos falar de um dos maiores teólogos da Igreja Católica Romana, que influenciou de modo marcante o pensamento soteriológico do protestantismo.

O assunto de hoje foi tirado de um Título(Livro) em Inglês e traduzido por uma irmã em Cristo, membro da I Igreja Batista de Teresópolis, RJ.

Agostinho de Hipona [herege, pai e defensor das heresias de Roma]


          
Muitos teólogos evangélicos modernos exaltam o Agostinho do Século V; porém, nós o rejeitamos como um herege. Muitos historiadores têm sabiamente observado que Agostinho (354-430) rejeitou a fé do Novo Testamento ao ponto de usar sua vasta influência para a formação da Igreja Católica Romana  (ICAR). Benjamim Warfield disse que “num legítimo sentido”, Agostinho é o fundador da ICAR (Warfield: Calvin and Augustine, p. 22). A própria ICAR reconhece Agostinho como um dos seus principais Doutores da Igreja, tendo-o canonizado como santo.

          Agostinho foi um perseguidor e o pai da geração de perseguidores. “Agostinho de Hipona não apenas se absteve de dar uma base dogmática ao que havia se tornado a prática da Igreja, mas até declarou encontrar validade final à mesma na Escritura: ‘é, realmente, melhor que os homens sejam levados a servir a Deus pela instrução do que pelo medo do castigo, ou pela dor. Mas, como os primeiros meios são melhores que os últimos, estes, portanto, não devem ser negligenciados; muitos devem ser levados de volta ao seu Senhor, como servos maus, pela vara do sofrimento temporal, porque eles alcançam o mais alto grau do desenvolvimento religioso.... O próprio Senhor ordena que os convivas sejam antes convidados e em seguida sejam compelidos à Sua Grande Ceia. ´E Agostinho argumenta que se o Estado não tem o poder de castigar o erro religioso, não poderia punir um crime como assassinato. Corretamente diz Neander sobre o ensino de Agostinho que ele contém o germe de todo o despotismo espiritual, da intolerância e da perseguição, até mesmo ao tribunal da inquisição’  Não foi muito antes, que o último passo foi dado pela doutrina da perseguição da Igreja. Leão, o Grande, o primeiro dos papas, num estrito sentido do termo, retirou a inferência lógica das premissas a ele já providas pelos Pais da Igreja, ao declarar que a morte é a penalidade apropriada para a heresia” (Vedder, “Our New Testament”, pp. 97/98).

          As mais terríveis perseguições foram infligidas aos crentes bíblicos donatistas, mormente por instigação de Agostinho. Os donatistas contendiam por igrejas segundo o Novo Testamento, compostas exclusivamente dos que evidenciavam arrependimento e fé. Eles praticavam uma forma congregacional de governo da igreja. Eles batizavam os que lhes chegavam de igrejas por eles consideradas heréticas, considerando inválido o batismo de homens e igrejas que não seguiam a fé do Novo Testamento. Assim, eles eram rotulados de rebatizadores, mesmo os seus líderes acreditando que havia apenas um batismo, o batismo verdadeiro. O pastor donatista Petilian declarou: “Aquele que me acusa de batizar duas vezes, realmente não foi batizado uma vez. O apóstolo Paulo diz que há um só Senhor, uma só fé e um só batismo. Este batismo que professamos publicamente é o correto e os que acham que existem dois são insanos” (David Benedict, “History of the Donatists”, 1875, p. 49). Agostinho se opôs a algumas pessoas, argumentando em favor de uma disciplina flexível da Igreja, a qual permitia os pagãos não regenerados e os líderes eclesiásticos imorais, e exigindo que os donatistas se submetessem ao sistema centralizado da Igreja Católica. E como os donatistas se recusaram a se submeter a tais heresias, as autoridades católicas se juntaram aos poderes seculares, a fim de persegui-los. Muitos dos seus próprios líderes eclesiásticos foram condenados à morte e um grande número destes foi forçado ao exílio.  David Benedict, que laborou durante dez anos na história dos donatistas, trabalhando amplamente nos textos latinos, deu este resumo:

          “Os novacianos e os donatistas eram chamados puritanos, porque sustentavam que a igreja visível do Senhor Jesus Cristo não consiste nem deveria consistir senão dos que estão isentos de manchas e quedas e que todos os outros deveriam ser excluídos.  Quando a ICAR estava visivelmente repleta de membros maus, Agostinho teria dito que a disciplina dos donatistas iria dividi-la em milhares de cismas. As reformas da África  do Norte, ao contrário dos reformadores dos últimos tempos, não deixaram sua obra feita pela metade. Tendo repudiado o cabeça da Igreja, que haviam abandonado, eles também repudiaram seus membros, seus batismos, suas ordenanças e todas as suas crenças oficiais; a todos os que lhes chegavam, do antigo corpo, quer fossem bispos, anciãos, diáconos ou membros leigos, era exigido que fossem rebatizados, reordenados e renomeados em sua nova conexão, em suas estações diferentes” (Benedict: “History of the Donatists”, pp. 186/187).

          Embora não concordemos com os donatistas em cada ponto de doutrina ou prática, estamos incluindo este testemunho porque estes cristãos antigos têm sido ignorados e até difamados pelas igrejas históricas.

          Do mesmo modo como outros “Doutores” e ”Pais” da Igreja, Agostinho foi poluído com muitas heresias. Do mesmo modo que Jerônimo, ele foi batizado em Roma, o trono exato da apostasia. Ele adotou alguns dos métodos alegóricos de interpretação da Bíblia, os quais foram encabeçados por Orígenes, tendo redefinido a Igreja e o reino de Deus, com uma aliança político-eclesiástica, neste mundo presente. Ele foi o pai do amilenismoAgostinho foi o primeiro a se aventurar no ensino de que a ICAR, em sua forma empírica, era o reino de Cristo e que o reino Milenar havia começado com aparecimento de Cristo e, portanto, este era um fato consumado”. (Enciclopédia Britânica).

          Agostinho ensinou que a salvação era somente pela graça, porém confundiu o assunto, afirmando que os sacramentos eram os legítimos meios da graça, pervertendo, assim, o Evangelho da Graça de Cristo, interligando as obras à graça. (Berkhof, “The History of Christian Doctrines”,pp. 206-207). Schaff diz que o centro do sistema doutrinário de Agostinho foi a livre graça redentora de Deus em Cristo, OPERANDO ATRAVÉS DA IGREJA VERDADEIRA E HISTÓRICA (Schaff, II, p. 998). Isto é confundir a graça com o sacramentalismo da Igreja.  A verdadeira graça de Jesus Cristo não é canalizada através da Igreja; ela é oferecida diretamente ao pecador através do Senhor Jesus Cristo. Não existe mediador algum entre Cristo e o homem. O erro de Agostinho referente à graça é um dos principais erros do Romanismo.

          Agostinho ensinou também que Maria é imaculada, conferindo-lhe, blasfemamente, o que pertence exclusivamente ao Senhor Jesus Cristo. Ele também ensinou uma forma de purgatório.

          Agostinho é um dos pais da heresia do batismo infantil, tendo ensinado também que o homem é regenerado pelo batismo. Ele afirmou que os bebês não batizados estão perdidos [N.T. Vão para o fictício "limbo"]. “Originalmente, somente os adultos eram batizados; porém, no final do Século II, na África e no Século III, o batismo infantil foi introduzido e no Século IV, ele foi teologicamente apoiado por Agostinho”.  (Armitage: “A History of the Baptists”, I, pp. 216-217). Sobre o batismo infantil, Agostinho declarou pomposamente: “O que nele não crê e acha que não pode ser realizado, é de fato um infiel. (Orchard: “Concise History of the Baptists”, p. 96).

Agostinho proveu a liderança para o Concílio de Mela, em 416, o qual fez esta maligna proclamação: “Quem negar que os infantes recém nascidos  de suas mães devem ser batizados, seja anátema” (David Benedict, “A General History of the Baptist Denomination, I, p. 59).

          Agostinho exaltou a autoridade da “Igreja” acima daquela da Bíblia, dizendo: Eu não acreditaria no Evangelho se não tivesse sido obrigado pela autoridade da Igreja Universal”.

          O conhecido historiador batista Thomas Armitage observa que “Agostinho tornou-se o campeão do eclesiasticismo, do sacerdotalismo e do sacramentalismo, todos distorcidos em monstruosas proporções”.  (Armitage, I, p. 217).

Nota: Este registro sobre Agostinho é um excerto do livro “Rome and the Bible: Tracing a History of the Roman Catholicism and of its Persecution of the Bible and of the Bible Believers”, copyright, 1996, by David Cloud).

Traduzido por Mary Schultze, em 03/05/2010

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