terça-feira, 27 de maio de 2014

JUSTIFICAÇÃO, REGENERAÇÃO, SANTIFICAÇÃO E GLORIFICAÇÃO


O homem antes de manter contato com a palavra de Deus e aceitar a Cristo é dicotômico, possui um corpo e uma parte espiritual contendo duas substância: uma alma que sente e recorda, e um espírito que tem consciência e possui conhecimento de Deus. Quando esse homem entra em contato com a palavra de Deus e O aceita, o espírito é regenerado e o homem passa a ser tricotômico, porque a palavra de Deus separa a alma do espírito, conforme o que está escrito em Hb 4:12. Três elementos essenciais forma agora o homem nascido de novo: um espírito, imortal que tem vontade e consciência, uma alma e um corpo. O apóstolo Paulo em I Ts 5:23 fala em sua oração da santificação do espírito, alma e corpo.

No momento da salvação o espírito é regenerado e justificado isso inclui nova vida em Cristo, reconciliação com Deus,  perdão de pecados através do sacrifício de Jesus, e a declaração de Deus tornando-o justo. A alma passa pelo processo de santificação através da  transformação à semelhança de Cristo e como consequência o corpo será glorificado no futuro.

A justificação é Deus como juiz declarando o homem justo. O Antigo testamento utiliza duas formas diferentes do mesmo termo hebraico (hidsdik e tsiddek) para expressar o conceito de justificação. Esses termos, exceto em algumas passagens, não indicam mudança moral operada por Deus no homem, mas regularmente designam uma declaração divina a respeito do homem. Transmitem a ideia de que Deus, em sua qualidade de juiz, declara o homem justo. (Dt 25:1 Pv 17:15; Is 5:3 Sl 143:2)  O Termo do Novo testamento (diikaio-o) tem o mesmo significado, isto é, declarar justo. (Rm 3:20-28 4:5-7 Gl 2:16; 3:11 5:4 II Co 5:19). Entende-se que o termo "justificar" não significa tornar o homem justo mas declarar justo.

Portanto por justificação entende-se o ato pelo qual Deus declara posicionalmente justa a pessoa que a Ele se chega através da pessoa de Jesus Cristo. Esta justificação envolve dois atos: o cancelamento da dívida do pecado na conta do pecador, e o lançamento da justiça de Cristo em seu lugar. Tornando-se mais claro: Justificação não é aquilo que o homem é ou tem em si mesmo, mas aquilo que o próprio Cristo é e faz na vida do crente.

"Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.
Ao qual Deus propôs para propiciarão pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;
Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.
"  Rm 3 :24-26

Não se deve confundir Justificação com regeneração. A regeneração é obra sobrenatural e instantânea de Deus que outorga nova vida ao pecador que aceita a Cristo como seu salvador pessoal. Através desse milagre, o pecador é ressuscitado da morte (do pecado) para a vida (na justiça de Cristo)

Esta nova vida é a natureza divina que passa a habitar no crente, mediante o poder do espírito Santo. (Tt 3:5; Jo 1:12-13) Sem essa miraculosa transformação espiritual, o pecador arrependido permaneceria morto na sua natureza pecaminosa e incapaz de conhecer a Deus num relacionamento pessoal. (Ef 2:1 Rm 8:7)

A justificação tem um lugar fora de nós , junto ao trono de Deus, onde Ele nos declara justos. É pois coisa objetiva . A regeneração é obra divina operada em nosso interior. É  por isso, subjetiva.

Frelingh afirma que A justificação é o veredito de Deus e a regeneração é uma experiência humana. A justificação é o que Deus fez por nós ; a regeneração e o que Deus faz em nós. A justificação muda a nossa posição, ou situação; a regeneração tem a ver com o nosso estado. A justificação muda nosso estado para com Deus; já a regeneração muda a nossa natureza.

A santificação é obra da graça pelo qual o crente é separado do ego e da pecaminosidade interior, e , pela concessão do Espírito santo, separado para a santidade e o serviço de Deus. A santificação tem início com a regeneração quando Deus liberta o homem do pecado e opera o desejo de ser semelhante a Cristo. O Breve Catecismo de Westminster na página 35 afirma que a Santificação é a obra da livre graça de Deus, pela qual somos renovados em todo o nosso ser, segundo a imagem de Deus, habilitados a morrer cada vez mais para o pecado e a viver para a retidão.

A glorificação será a salvação da presença do pecado em nossa vida. Na glorificação, a salvação envolverá o corpo físico, então glorificado. Estaremos ressuscitados. Estaremos no Céu (Rm 13:11; 2Co 5:2,4; Fp 2:12 e Hb 9:2). Será redenção do corpo (Rm 8:23).

 

Em resumo poderíamos dizer que a salvação, obra da graça de Deus vista na experiência humana, ela tem três tempos: no passado, justificação; no presente, santificação; no futuro, glorificação. "A justificação é um ato instantâneo; santificação é um processo; regeneração é nascimento, santificação é crescimento; transformação progressiva efetuada pelo Espírito Santo na vida daqueles que confiam em Cristo."

 

Até Breve.

Marcos Avelino

 

Fonte de Consulta

OLIVEIRA, Raimundo, soteriologia, ler As grandes doutrinas da bíblia, CPAD, Rio de janeiro, 1987 v./ pp.225-235

FRELINGH, H.M. Os oito Pilares da Salvação,. Betânia, Belo Horizonte,MG, 1968 v./ pp.94

Eliseu Pereira - lição 20 - Doutrina da Santificação -  http://www.ebdonline.com.br/cursos/fundamentos20.htm

Nenhum comentário: