Por Dave Hunt
Extraído de HUNT, Dave. Em Defesa da Fé Cristã – Respostas a perguntas difíceis. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp. 304-306.
Se for para crer que Deus predestinou
algumas pessoas a ir para o inferno, então devemos também acreditar que Ele
predestinou Adão e Eva deveriam pecar e, portanto, predestinou todo o mal que
se seguiu. Isso é totalmente ilógico e absurdo. O calvinista rigoroso diz que
somos totalmente depravados e não podemos escolher se vamos receber a Cristo ou
não. No entanto, esse argumento não se aplica a Adão e Eva, pois eles foram
criados na inocência. Se hoje, como nós, eles pudessem escolher apenas o mal,
então a recomendação de Deus para que não comecem do fruto proibido (como
também seu apelo para que venhamos a Cristo) é uma farsa.
A rebelião das criaturas no jardim do
Éden, que até aquele momento eram inocentes e viviam em um ambiente perfeito,
pode apenas ter sido o resultado do desejo que tinham de opor-se ao desejo de
Deus. E se essa não fosse uma escolha genuína, então o pecado não poderia ter
entrado no mundo por aquele ato, uma vez que eles já deveriam ser pecadores.
É verdade, Deus previu que Adão e Eva
se rebelariam e Ele tinha conhecimento de todo o mal que se seguiria. Portanto,
ele providenciou para que todo pecado e todo pecador fosse perdoado por meio de
Cristo mesmo antes de Ele ter criado o mundo (Ap. 13:8). Mas Ele não
predestinou o mal que se iniciou no Éden e que permeia o mundo! Se Ele assim o
fizesse, então todas as violações, assassinatos, ódios e ciumes que já
ocorreram na história e continuam ocorrendo até hoje existiriam porque Deus
assim predestinou. Mais uma vez, isso é totalmente inconsistente com o caráter
de Deus, conforme revelado em sua Palavra.
Romanos 8: 29-30 declara: “Porque os
que dantes conheceu, também os predestinou (…) chamou (…) justificou (…) glorificou”.
Deus, de forma clara, certificou-se de que o evangelho seria apresentado a
todos que Ele sabia que creriam em sua Palavra. Portanto, a presciência é a
chave da predestinação. Os calvinistas rigorosos objetam de que o fazer a
escolha “é fundamentado em uma ação e a salvação não depende delas”.
Entretanto, o fato de um homem escolher aceitar o perdão que Deus oferece em
Cristo não constitui uma ação humana. Se um homem que estiver se afogando,
impotente para salvar a si mesmo, aceitar uma ajuda de resgate, será que ele,
desse modo, teria feito alguma coisa para salvar a si mesmo? Será que ele
poderia dizer que foi salvo pelas suas próprias ações? Será que ele poderia se
orgulhar (conforme alguns sugerem em relação àqueles que receberam a Cristo por
um ato de sua própria vontade) de que seu resgate do afogamento ocorreu porque
era “bastante esperto, bastante amoroso, bastante sábio, bastante justo ou
bastante qualquer outra coisa”...? é claro que não.
A salvação é toda de Deus e toda pela
graça. Aqueles que a aceitam não têm nada a ganhar. Na verdade, um pecador,
para ser salvo, deve confessar sua total indignidade e inabilidade para merecer
ou ganhar a salvação. Ele deve simplesmente recebê-la como um dom gratuito da
graça de Deus.
Um dom incorpora dois elementos
essenciais: (1) a doação desse dom; e (2) a recepção dele. Ninguém pode dar um
dom a alguém a menos que a pessoa esteja disposta a recebê-lo. Deus não impõe a
si mesmo nem a sua graça a ninguém. Devemos, deliberadamente e de boa vontade, receber
o dom da salvação. Essa é a razão pela qual o evangelho é pregado, e para a
pessoa ser salva, precisa acreditar nele.
Extraído de HUNT, Dave. Em Defesa da Fé Cristã – Respostas a perguntas difíceis. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp. 304-306.
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