domingo, 8 de junho de 2014

PRESCIÊNCIA DETERMINA A PREDESTINAÇÃO

Por Dave Hunt
 
Se for para crer que Deus predestinou algumas pessoas a ir para o inferno, então devemos também acreditar que Ele predestinou Adão e Eva deveriam pecar e, portanto, predestinou todo o mal que se seguiu. Isso é totalmente ilógico e absurdo. O calvinista rigoroso diz que somos totalmente depravados e não podemos escolher se vamos receber a Cristo ou não. No entanto, esse argumento não se aplica a Adão e Eva, pois eles foram criados na inocência. Se hoje, como nós, eles pudessem escolher apenas o mal, então a recomendação de Deus para que não comecem do fruto proibido (como também seu apelo para que venhamos a Cristo) é uma farsa.
 
A rebelião das criaturas no jardim do Éden, que até aquele momento eram inocentes e viviam em um ambiente perfeito, pode apenas ter sido o resultado do desejo que tinham de opor-se ao desejo de Deus. E se essa não fosse uma escolha genuína, então o pecado não poderia ter entrado no mundo por aquele ato, uma vez que eles já deveriam ser pecadores.
 
É verdade, Deus previu que Adão e Eva se rebelariam e Ele tinha conhecimento de todo o mal que se seguiria. Portanto, ele providenciou para que todo pecado e todo pecador fosse perdoado por meio de Cristo mesmo antes de Ele ter criado o mundo (Ap. 13:8). Mas Ele não predestinou o mal que se iniciou no Éden e que permeia o mundo! Se Ele assim o fizesse, então todas as violações, assassinatos, ódios e ciumes que já ocorreram na história e continuam ocorrendo até hoje existiriam porque Deus assim predestinou. Mais uma vez, isso é totalmente inconsistente com o caráter de Deus, conforme revelado em sua Palavra.
 
Romanos 8: 29-30 declara: “Porque os que dantes conheceu, também os predestinou (…) chamou (…) justificou (…) glorificou”. Deus, de forma clara, certificou-se de que o evangelho seria apresentado a todos que Ele sabia que creriam em sua Palavra. Portanto, a presciência é a chave da predestinação. Os calvinistas rigorosos objetam de que o fazer a escolha “é fundamentado em uma ação e a salvação não depende delas”. Entretanto, o fato de um homem escolher aceitar o perdão que Deus oferece em Cristo não constitui uma ação humana. Se um homem que estiver se afogando, impotente para salvar a si mesmo, aceitar uma ajuda de resgate, será que ele, desse modo, teria feito alguma coisa para salvar a si mesmo? Será que ele poderia dizer que foi salvo pelas suas próprias ações? Será que ele poderia se orgulhar (conforme alguns sugerem em relação àqueles que receberam a Cristo por um ato de sua própria vontade) de que seu resgate do afogamento ocorreu porque era “bastante esperto, bastante amoroso, bastante sábio, bastante justo ou bastante qualquer outra coisa”...? é claro que não.
 
A salvação é toda de Deus e toda pela graça. Aqueles que a aceitam não têm nada a ganhar. Na verdade, um pecador, para ser salvo, deve confessar sua total indignidade e inabilidade para merecer ou ganhar a salvação. Ele deve simplesmente recebê-la como um dom gratuito da graça de Deus.
 
Um dom incorpora dois elementos essenciais: (1) a doação desse dom; e (2) a recepção dele. Ninguém pode dar um dom a alguém a menos que a pessoa esteja disposta a recebê-lo. Deus não impõe a si mesmo nem a sua graça a ninguém. Devemos, deliberadamente e de boa vontade, receber o dom da salvação. Essa é a razão pela qual o evangelho é pregado, e para a pessoa ser salva, precisa acreditar nele.
 
 

Extraído de HUNT, Dave. Em Defesa da Fé Cristã – Respostas a perguntas difíceis. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp. 304-306.

 
 

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