Caro Irmão Carlos, continuando aquela coversa que tivemos por telefone
sobre algumas versões da bíblia, gostaria que você lesse o texto abaixo extraído
de parte do capítulo 4 do livro de Dave Hunt Que Amor é Esse?: Calvinismo uma falsa representação de Deus
Não
copiei todo capítulo, mais propositalmente deixei o texto longo para você
entender o contexto do que ele estava expondo antes de começar a falar de
algumas versões da bíblia.
O legado de
Agostinho... são os métodos teológicos a respeito dos quais ele permaneceu
absolutamente fiel... integralmente unido à autoridade da fé... revelada
através da Escritura, da Tradição e da Igreja.... Da mesma forma o profundo
senso de mistério – “pois é melhor”, ele exclama, “ter uma ignorância fiel do
que um conhecimento presunçoso...”. Quero expressar mais uma vez o meu desejo
ardente... de que a autoridade do ensino desse grande doutor e pastor possa
florescer sempre mais satisfatoriamente na Igreja....
Em meu debate com James White, ele
afirma que “Calvino refutou esta mesma passagem nas suas Institutas e qualquer leitura honesta dos próprios escritos de
Agostinho desmente essa deturpação de Hunt”. De fato, Calvino reconheceu a
autenticidade da declaração e tentou defendê-la como raciocínio legítimo para
aqueles que não tinham a certeza da fé dada pelo Espírito Santo.
Extraindo de um
Córrego Poluído
Sir Robert Anderson lembra que “a
Igreja [Católica] Romana foi moldada por Agostinho na forma que desde então ela
tem mantido. De todos os erros que séculos mais tarde desenvolveram nos
ensinamentos da igreja, dificilmente há um que não seja encontrado de forma
embrionária em seus escritos”. Esses erros incluem o batismo infantil para a
regeneração (bebês que morrem sem batismo estão condenados), a necessidade do
batismo para remissão dos pecados (o martírio, como no Islã, também faz
remissão de pecados), purgatório, salvação somente na Igreja através de seus sacramentos
e perseguição daqueles que rejeitam os dogmas católicos. Agostinho também
aceitou os livros apócrifos (que ele admitia que até mesmo os judeus
rejeitavam), a interpretação alegórica da Bíblia (assim, o relato da criação,
os seis dias, e outros detalhes em Gênesis não são necessariamente literais) e
a rejeição do reinado literal e pessoal de Cristo na Terra durante o milênio
(nós estamos agora, supostamente, no reino milenar de Cristo, com a Igreja
reinando e o demônio atualmente amarrado).
Agostinho insiste que Satanás está
agora “amarrado” baseado em que “até agora os homens são, e sem dúvida até o
fim do mundo serão, convertidos da incredulidade, na qual ele [Satanás] os
mantém, à fé”. Que ele vê a prometida amarração de Satanás no “abismo” (Ap 20.1-3)
de forma alegórica está claro. Surpreendentemente, Satanás “está amarrado em
cada caso no qual ele é saqueado de um dos seus bens [isto é, alguém que crê em
Cristo]”. E ainda mais surpreendente, “o abismo no qual ele está amordaçado” é
algo interpretado por Agostinho como estando “nas profundezas” dos “corações
cegos” daqueles que rejeitam a Cristo. É assim que Satanás está continuamente
amordaçado como em um abismo.
Agostinho não tenta explicar como ele
chegou a essa incrível conclusão, muito menos como um abismo poderia existir em
milhões de corações ou como, estando “amarrado” lá, Satanás ainda estaria livre
para cegar aqueles em cujos “corações” ele está supostamente amarrado (2Co
4.4). Ele também não explica como ou por que, apesar de Satanás está sendo
mantido aprisionado,
Cristo comissionou
Paulo para converter judeus e gentios “do poder de Satanás para Deus” (At
26.18)
Paulo podia entregar
o fornicador de Corinto a Satanás (1Co 5.5)
Satanás pode
transformar-se “em anjo de luz” (2Co 11.14)
Paulo alertaria os
crentes de Éfeso a não “dar lugar ao Diabo!” (Ef 4.27) e a instá-los e a nós
hoje a “permanecer firmes contra as astutas ciladas do Diabo” (Ef 6.11)
Satanás ainda podia
estar ao derredor “como um leão rugindo... buscando a quem possa tragar” (1Pe
5.8)
Satanás ainda podia
ser capaz de continuamente acusar os cristãos diante de Deus e, com os seus
anjos, ainda guerrear nos céus contra “Miguel e seus anjos” e, finalmente, ser
lançado do céu à Terra (Ap 12.7-10)
Agostinho foi um dos primeiros a
colocar a autoridade da tradição no mesmo nível que a Bíblia, e a incorporar
muita filosofia, especialmente o Platonismo, em sua teologia. Expondo a tolice
dos que elogiam Agostinho, Vance escreve:
Ele acreditava na
sucessão apostólica de Pedro como uma das marcas da verdadeira igreja, ensinava
que Maria era sem pecado e promoveu o seu culto. Ele foi o primeiro a definir
os assim chamados sacramentos como um sinal visível da graça invisível.... O
memorial da Ceia do Senhor tornou-se o da presença espiritual do corpo e sangue
de Cristo. Para Agostinho a única igreja verdadeira era a Igreja Católica.
Escrevendo contra os donatistas, ele afirmou: “Somente a Igreja Católica é o
corpo de Cristo... Fora deste corpo, o Espírito Santo não dá vida a ninguém...
[e] não é participante do amor divino aquele que é inimigo da unidade.
Portanto, aqueles que estão fora da Igreja não têm o Espírito Santo”.
E é este o homem que Norman Geisler
chama de “um dos maiores pensadores cristãos de todos os tempos”. Pelo
contrário, Calvino extraiu de um córrego altamente poluído quando abraçou os
ensinamentos de Agostinho! Como alguém
poderia mergulhar em tal heresia contaminante sem se tornar confuso e
infectado? No entanto, essa confusão desconcertante de especulação e
Catolicismo Romano em desenvolvimento é reconhecida como a fonte do Calvinismo
– e é elogiada por líderes evangélicos. Chega-se a ficar chocado diante do
amontoado de elogios tanto a Calvino quanto a Agostinho por líderes cristãos em
outros casos confiáveis.
Uma Incrível
Contradição
O quase completo acordo entre Calvino e
Agostinho e os repetidos louvores de Calvino a Agostinho não pode ser negado.
Calvino chamou a si mesmo de “um teólogo agostiniano”. De Agostinho ele disse,
“a quem citamos com frequência, como sendo a melhor e a mais fiel testemunha de
toda a antiguidade”.
Os próprios calvinistas insistem na
ligação entre Calvino e Agostinho. McGrath escreve: “Sobretudo, Calvino
considerava seu pensamento como uma exposição fiel das principais ideias de
Agostinho de Hipona”. Wendel admite, “Nos pontos doutrinários ele (Calvino)
toma emprestado de Santo Agostinho com as duas mãos”. Vance escreve:
Seja como for, para
provar conclusivamente que Calvino era um discípulo de Agostinho, não
precisamos olhar além do próprio Calvino. Ninguém consegue ler cinco páginas
nas Institutas de Calvino sem ver o nome de Agostinho. Calvino cita Agostinho
mais de quatrocentas vezes nas Institutas apenas. Ele chamou Agostinho por
títulos como “homem santo” e “pai santo”.
Como Vance aponta adicionalmente, “os
calvinistas admitem que Calvino foi fortemente influenciado por Agostinho na
formação da sua doutrina da predestinação”. Como poderia um dos líderes da
Reforma abraçar tão plenamente as doutrinas de alguém que tem sido chamado o
“principal criador teológico do sistema latino-católico distinto do...
protestantismo evangélico...”?
A admiração de Calvino por Agostinho e
a sua acolhida de grande parte de seu ensino é apenas uma das várias e grandes
contradições em sua vida, que serão totalmente documentadas neste livro. A
situação é contraditória pelo lado católico também. Seus dogmas rejeitam
algumas das mais importantes doutrinas sustentadas pelo mais famoso dos seus
santos – as mesmas doutrinas agostinianas que Calvino abraçou.
Aqui nos deparamos com uma estranha
anomalia. Warfield declara que “foi Agostinho quem nos deu a Reforma” – porém,
ao mesmo tempo, ele também reconhece que Agostinho foi “em um verdadeiro
sentido, o fundador do Catolicismo Romano” e “o criador do Santo Império
Romano”.
Estranhamente, Calvino aparentemente
falhou em reconhecer que Agostinho nunca compreendeu a salvação pela graça
somente, através da fé somente, e em Cristo somente. Philip F. Congdon escreve,
“Outro paralelo curioso é evidente entre a teologia calvinista clássica e a
teologia católica romana. As duas compartilham a inclusão das obras na mensagem
do evangelho, e uma impossibilidade de segurança da salvação... Ambas sustentam
a primazia da graça de Deus; ambas incluem a necessidade de nossas obras”. As
heresias de Agostinho, especialmente sua visão romanista da fé em Cristo sendo
suplementada pelas boas obras e pelos sacramentos, não se perderam com Lutero,
que escreveu: “No começo, eu devorava Agostinho, mas quando... entendi o que
era realmente a justificação pela fé, descartei-o”.
No entanto, líderes calvinistas sugerem
que eu estou lado a lado com o Catolicismo Romano ao rejeitar o Calvinismo, não
obstante o Calvinismo tenha vindo em grande medida do maior católico romano,
Agostinho. Aqui está a forma como um escritor se expressou a mim:
E visto que a posição
que você defende é, de fato, totalmente oposta ao coração da mensagem dos
Reformadores, e está, pelo contrário, de acordo com a visão romana a respeito
da vontade do homem e da natureza da graça, eu acho a sua posição extremamente incoerente de sua parte.
Você fala muitas vezes de oposição às tradições dos homens, e na verdade, neste
caso, você abraça as mesmas tradições que estão no coração do “evangelho” de
Roma.
Pelo contrário, os Reformadores e seus
credos é que estão infectados de ideias que vieram do maior católico romano, o
próprio Agostinho. Além do mais, a rejeição da Eleição, Predestinação e
Preservação dos Santos como definidas pelos calvinistas dificilmente é abraçar
“o coração do ‘evangelho’ de Roma”. O verdadeiro coração do evangelho de Roma
são as boas obras e os sacramentos. A retenção por parte de Calvino do
sacramentalismo, da regeneração batismal para as crianças e da honra dada ao
sacerdócio católico romano como válido, certamente se constitui em uma forma mais
grave de abraçar o falso evangelho do Catolicismo. A rejeição do Calvinismo não
implica em qualquer acordo com nenhuma parte das doutrinas heréticas de Roma a
respeito da salvação.
Parece incompreensível que a influência
predominante sobre a teologia e os credos reformados pudesse estar tão
estreitamente ligada ao próprio Catolicismo Romano contra o qual os
Reformadores se rebelaram. No entanto, aqueles que deixam de se submeter a
esses credos estão, supostamente, “equivocados”. Como os credos protestantes
passaram a ser dominados pela doutrina calvinista é uma história interessante.
O Papel da Vulgata
Latina
Juntamente com os escritos de
Agostinho, a Vulgata Latina também moldou o pensamento de Calvino como está
expresso em suas Institutas da Religião
Cristã. Fluente em latim, Calvino usou por muito tempo essa corrompida
tradução da Bíblia, que, desde a sua composição por Jerônimo no início do
quinto século, foi a Bíblia oficial dos católicos romanos. Foi novamente assim
declarada pelo Concílio de Trento em 1546, quando Calvino tinha 37 anos de
idade. Mais do que isso, sua influência chegou ao movimento protestante: “Por
mil anos a Vulgata foi praticamente a única Bíblia conhecida e lida na Europa
Ocidental. Todos os comentários eram baseados no texto da Vulgata... Pregadores
baseavam seus sermões nela”.
A Vulgata foi permeada com as visões
agostinianas da predestinação e a rejeição do livre-arbítrio. De acordo com
Philip Schaff, “A Vulgata pode ser acusada, na verdade, de inúmeras falhas, imprecisões,
contradições e tratamento arbitrário nos particulares”. Outros manifestaram a
mesma opinião. Samuel Fisk cita Samuel Berger, que na Cambridge History of the English Bible (História da Bíblia Inglesa
de Cambridge), Vol. 3 (S. L.
Greenslade, ed. Cambridge, Inglaterra: University Press, 1963, 414), chamou a
Vulgata de “o texto mais vulgar e ilegítimo imaginável”. Grady diz: “Dâmaso
comissionou Jerônimo a ressuscitar a arcaica Bíblia Latina Antiga em 382 A.D...
a monstruosidade acabada ficou conhecida como a ‘Vulgata’ Latina... e foi usada
pelo Diabo para inaugurar a Idade das Trevas”. Fisk nos lembra:
Exemplos bem
conhecidos de erros de longo prazo incluem todo o sistema de “penitência”
católico, extraído a partir do “fazer penitência” da Vulgata... quando o latim
deveria ter seguido o grego – arrepender-se.
Da mesma forma, a palavra “sacramento” foi uma leitura deturpada da Vulgata da
palavra original para mistério. Ainda
mais significativo, talvez, foi a tradução da palavra presbítero (ancião) como “sacerdote”.
Agostinho descreveu o problema que
levou à produção da Vulgata: “Nos primeiros dias da fé, quando um manuscrito
grego chegava às mãos de alguma pessoa, e ela pensava que possuía um pouco de
fluência nas duas línguas, ela se aventurava a fazer uma tradução [para o
latim]”. Como consequência de tal esforço individual, Bruce diz, “Chegou o
momento, entretanto, quando os vários textos [em latim, das Escrituras] se
tornou por demais inconveniente de ser tolerado por mais tempo, então o Papa
Dâmaso... comissionou o seu secretário, Jerônimo, a realizar o trabalho” de
revisão para produzir uma versão latina autorizada.
Bruce continua: “Disseram a ele
[Jerônimo] para ser cauteloso por causa dos ‘irmãos mais fracos’, que não
gostavam de ver seus textos favoritos adulterados, mesmo no interesse de uma
maior precisão. Mesmo assim, ele foi longe demais para o gosto de muitos,
enquanto ele próprio estava convicto de que não estava indo longe o
suficiente”. O Unger’s Bible Dictionary
(Dicionário Bíblico de Unger) comenta:
Por muitos séculos
ela [a Vulgata] foi a única Bíblia geralmente usada... Na época da Reforma a
Vulgata [influenciou] versões populares. A versão de Lutero (Novo Testamento em
1523) foi a mais importante e nela a Vulgata teve grande peso. A partir de
Lutero a influência do latim chegou à nossa própria Versão Autorizada [King James Version (KJV) – Versão do Rei
Tiago].
As Bíblias de Genebra
e do Rei Tiago e os Credos Protestantes
De não pouca importância ao nosso
estudo é o fato de que esta tradução corrupta teve influência sobre as igrejas
protestantes na Europa, Inglaterra e América. Essa influência foi transferida
para a Bíblia de Genebra (que tem problemas adicionais, como veremos abaixo),
bem como para outras versões antigas da English Bible, e até mesmo para a King
James Bible de hoje.
Da mesma forma que a Vulgata estava
cheia de Agostinianismos, a Bíblia de Genebra estava cheia de Calvinismo, tanto
no seu texto como nas volumosas notas. A General
Biblical lntroduction (Introdução Geral da Bíblia) de H. S. Miller diz,
“Ela foi uma revisão da Bíblia de Tyndale, com uma introdução de Calvino... a
obra dos reformadores ingleses, assistida por Beza, Calvino e possivelmente
outros”. J. R. Dore, em Old Bibles: An
Account of the Early Versions of the English Bible (Bíblias Antigas: Um
Relato das Primeiras Versões da Bíblia Inglesa), 2ª edição, acrescenta que
“quase todo capítulo [da Bíblia de Genebra] tem volumosas notas cheias da
doutrina calvinista”. Andrew Edgar, em The
Bibles of England (As Bíblias da Inglaterra), declara: “À época, quando a
Bíblia de Genebra foi publicada pela primeira vez, Calvino era o espírito
dominante em Genebra. Todas as características de seu sistema teológico, eclesiástico,
político e social estão, portanto, refletidas nas anotações marginais... A
doutrina da predestinação é proclamada como sendo a principal pedra angular do
evangelho”.
W. Hoare diz em The Evolution of the English Bible (A Evolução da Bíblia Inglesa),
“Considerada como um todo literário, ela [a Bíblia de Genebra] tem sobre si o
caráter de um manifesto calvinista... um livro com um propósito especial”. F.
F. Bruce acrescenta:
As notas da Bíblia de
Genebra... são, com certeza, francamente admitidas, calvinistas na doutrina...
O povo da Inglaterra e da Escócia... aprendeu muito da sua exegese bíblica a
partir dessas notas. A Bíblia de Genebra imediatamente ganhou, e manteve,
generalizada popularidade. Ela se tornou a Bíblia familiar dos protestantes de
língua inglesa... Ela se tornou a Bíblia autorizada na Escócia e foi trazida à
América, onde teve uma forte influência.
Butterworth assinala: “Na linhagem da
Bíblia do Rei Tiago, esta [a Bíblia de Genebra] é por todos os meios a obra
mais importante... A Bíblia de Genebra... teve uma influência muito grande na
formação da Bíblia do Rei Tiago”. Robinson é ainda mais enfático:
Uma grande parte de
suas [da Bíblia de Genebra] inovações estão incluídas na Versão Autorizada
[King James Version (KJV) – Versão do Rei Tiago]... Às vezes, o texto e a
margem da Bíblia de Genebra são como um só; às vezes o texto torna-se a margem
e a margem torna-se o texto. Às vezes a margem torna-se o texto e nenhuma outra
alternativa é oferecida. Muito frequentemente, a margem da Bíblia de Genebra se
torna o texto da Versão Autorizada com ou sem mudança verbal.
Documentação adicional poderia ser
dada, mas isso deve ser suficiente para traçar rapidamente a influência daquele
maior católico romano, Agostinho, através da Vulgata Latina e de seus escritos,
sobre Calvino – e através de Calvino, para a Bíblia de Genebra e dela para a
King James Bible (KJV) – Bíblia do Rei Tiago. E, por fim, para púlpitos e lares
dos protestantes em toda a Europa, Inglaterra e Estados Unidos. Não é de
admirar, então, que aqueles que, como Armínio, ousaram questionar o Calvinismo,
foram oprimidos com oposição. É claro, vários sínodos e assembleias foram
organizados para formular os credos aceitos e punir os dissidentes, mas as condições
eram favoráveis ao Calvinismo, e nenhuma influência para atenuar esse erro era
permitida. Isto será documentado nos capítulos 5 e 6.
A Nova Bíblia de
Estudo de Genebra e a Verdade da Reforma
A moderna Nova Bíblia de Estudo de Genebra (recentemente reimpressa como The Reformation Study Bible (A Bíblia de
Estudo da Reforma) está sendo amplamente divulgada em um esforço para infundir
nos leitores as doutrinas do Calvinismo. A tradução da New King James Bible
(NKJV – Nova Bíblia do Rei Tiago) é atraente. Da mesma forma que a Bíblia de
Genebra original, entretanto, as notas são tratados calvinistas. Em seu
prefácio, R. C. Sproul escreve:
A Nova Bíblia de
Estudo de Genebra é assim chamada porque ela representa a tradição da Bíblia de
Genebra original... A luz da Reforma era a luz da Bíblia... A Bíblia de Genebra
foi publicada em 1560 [e] dominou o mundo de fala inglesa por uma centena de
anos.... Peregrinos e puritanos levaram a Bíblia de Genebra às margens do Novo
Mundo. Colonos norte-americanos foram educados com a Bíblia de Genebra... A
Nova Bíblia de Estudo de Genebra contém uma reafirmação moderna da verdade da
Reforma em seus comentários e notas teológicas. Sua finalidade é apresentar
novamente a luz da Reforma.
Na verdade, seu objetivo é infundir nos
leitores as doutrinas do Calvinismo, o que é inapropriadamente comercializada
como “a verdade da Reforma” – como se Calvinismo e Protestantismo fossem
idênticos. Houve, na verdade, muito mais na Reforma além do Calvinismo, não
obstante as alegações calvinistas.
Obs. Não temos o título de Dave Hunt What Love Is This?: Calvinism's
Misrepresentation of God -Que Amor é
Esse?: Calvinismo uma falsa representação de Deus) em Português. Caso você deseje
ler algo a mais, você encontra parte do livro em português no sítio descrito
abaixo:
http://www.arminianismo.com/index.php/categorias/obras/livros/181-dave-hunt-que-amor-e-este/
Um comentário:
De fato, o francês Calvino é pródigo em citar o padre Agostinho com sua fonte de inspiração máxima. Todavia, não me parece que se possa afirmar concreta essa "conexão" entre Calvinismo e Catolicismo, considerando o que o mesmo João Calvino escreveu em seu livro chamado 'Institutas' (vol. IV): "Em vez do ministério da Palavra, aí reina um regime degenerado e conflacionado de falsidades, que em parte extingue a pura luz da verdade, em parte a sufoca; no lugar da Ceia do Senhor introduziu-se o mais hediondo sacrilégio; o culto de Deus foi deformado por variada e não tolerável aglomerado de superstições; a doutrina, à parte da qual não subsiste Cristianismo, foi inteira sepultada e rejeitada; as reuniões públicas, reduzidas a escolas de idolatria e impiedade."
A propósito, Calvino disse MUITO MAIS COISAS acerca do catolicismo que neste momento não transcrevo para que este comentário não se alongue em demasia.
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